Luana Génot
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Luana Génot
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Luana Génot


Você já soprou uma florzinha chamada dente-de-leão? Ela é conhecida por ter sementes que são leves, facilmente transportadas pelo vento, e se espalham por aí. Não por acaso, a flor foi a inspiração para uma iniciativa da qual participei recentemente: o projeto Dandelion, a tradução em inglês para dente-de-leão.

Ele evoca a mecânica da natureza do dente-de-leão e o poder de espalhar sementes. No caso do projeto, sementes de conscientização e ação em prol do clima.

Uma metáfora que retrata a importância de, na prática, facilitar conversas sobre mudanças climáticas para despertar a necessidade da conexão da pauta às mais diferentes realidades e contextos.

Durante a conferência Skoll, um dos principais eventos sobre filantropia, que acontece no Reino Unido, o projeto foi apresentado por Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda e ativista climática. Robinson virá ao Brasil em maio para ajudar a espalhar as sementes dessa conversa. Ela fará parte da comitiva “The Elders”, grupo criado por Nelson Mandela com lideranças experientes de várias partes do mundo que se engajam em tópicos globais. Robinson diz acreditar no poder dos símbolos, como o dente-de-leão, e da comunicação para provocar ações.

Como cofundadora do projeto Dandelion, ela também destacou a necessidade de utilizar diferentes linguagens e estratégias de comunicação atraentes. Assim, podemos alcançar diferentes públicos de forma mais engajadora para transmitir a urgência da crise climática, incentivando a participação ativa de todos na busca por soluções sustentáveis.

Outro destaque da conferência foi a fala de Sônia Guajajara, que endossou a urgência de semearmos essa reflexão para evitarmos efeitos ainda mais agudos das mudanças climáticas.

A ministra destacou ainda a urgência de “reflorestar mentes e pensamentos” em todo o mundo, ressaltando a necessidade de preservar as florestas e proteger as comunidades indígenas. Falou ainda do plano de preparar diplomatas indígenas para serem articuladores durante a COP 30. O que mostra a prioridade num passo importante para garantir a presença e a voz indígena nos mais diversos espaços de discussão.

Também ouvimos Jacinda Ardern, ex-primeira ministra da Nova Zelândia, que trouxe uma perspectiva única sobre liderança, enfatizando a importância de comandar com gentileza. Um exemplo inspirador de sua abordagem foi a resposta aos ataques terroristas durante seu governo na Nova Zelândia. Em vez de retaliar com ódio, ela buscou promover a inclusão, demonstrando que gentileza e compaixão são poderosas ferramentas de liderança.

Já Eddie Ndopu, autor do best-seller “Bebendo Dom Pérignon com canudo”, que escreveu usando seu próprio celular, lembrou-nos da importância de não romantizar o sofrimento em nossas lutas diárias. Mesmo enfrentando uma deficiência física severa, nos inspira a, dentro do possível, transitar com leveza. Sua ideia de celebrar as conquistas com “glitter e champanhe” como um ato de existência nos lembram de que a alegria e a celebração são partes essenciais da jornada de mudança.

Que as reflexões feitas por lá se espalhem como o dente- de-leão e sejam sementes para transformarmos inspiração em ação em nosso dia a dia.

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