Tecnologia
PUBLICIDADE

Por Bloomberg — Nova York

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 19/06/2024 - 20:23

Nvidia: líder em chips de IA

A Nvidia se tornou a empresa mais valiosa do mundo devido ao sucesso na fabricação de chips para inteligência artificial, com ações valorizadas em 591% em 25 anos. A visão do CEO Jensen Huang e a aposta em chips gráficos impulsionaram o crescimento da empresa, que superou desafios como concorrência da AMD e a crise financeira global. A demanda por processadores para sistemas de IA continua crescendo, com previsões de vendas acima de US$ 100 bilhões.

O ano era 1999. Steve Jobs havia retornado recentemente à liderança da Apple. A Intel era a força dominante em semicondutores. E um fabricante de chips pouco conhecido chamado Nvidia fazia sua estreia na Nasdaq, a Bolsa de negócios de tecnologia dos Estados Unidos, por meio de uma oferta pública inicial (IPO) de papéis.

Demorou menos de três anos para a Nvidia ascender ao S&P 500, um dos principais índices de ações da maior economia do mundo — substituindo nada menos que o enrascado conglomerado de comércio de petróleo Enron.

Mas, mesmo assim, poucas pessoas teriam apostado que a empresa se tornaria a ação com melhor desempenho do último quarto de século, registrando um retorno total de 591,078% desde a sua oferta pública inicial, incluindo dividendos reinvestidos.

É um número difícil de compreender e uma prova, em parte, do frisson financeiro que se forma em torno da inteligência artificial (IA) e de como os investidores passaram a ver a Nvidia, que fabrica os chips de ponta que alimentam a tecnologia: ela passou a ser vista como a grande vencedora da popularização dos sistemas de IA.

Na terça-feira, essa corrida culminou com a Nvidia desbancando a Microsoft como a empresa mais valiosa do mundo, com uma capitalização de mercado de US$ 3,34 trilhões. Mais de US$ 2 trilhões desse total foram adicionados ao valor de mercado da empresa somente neste ano.

A ascensão da empresa não estava nada garantida lá atrás, quando a Nvidia foi à Bolsa, e nem a sua capacidade de permanecer no topo do S&P 500. Os investidores de longo prazo que apostaram na fabricante de semicondutores tiveram de suportar firmes e fortes três quedas anuais de 50% ou mais nas ações, sem vendê-las.

A manutenção da recuperação atual do valor da empresa, com números extraordinários, exigirá que os clientes (geralmente outras empresas) continuem a gastar bilhões de dólares por trimestre em equipamentos de IA, cujos retornos sobre o investimento são até agora relativamente pequenos.

O começo da subida

O que abriu o caminho para a Nvidia chegar ao topo, porém, foi a grande aposta da empresa em chips gráficos e a visão do cofundador e CEO Jensen Huang de que o setor mudaria para o que ele chama de "computação acelerada", algo em que seus chips são inerentemente melhores do que os da concorrência.

A Nvidia teve um começo em alta temperatura. Entre a sua estreia e a entrada no S&P 500, a ação valorizou-se mais de 1.600%, o que lhe conferiu um valor de mercado de cerca de US$ 8 bilhões de dólares. Esse aumento ocorreu num momento em que muitas outras ações de tecnologia estavam em crise no rescaldo da bolha pontocom, que atingiu o pico em março de 2000.

Primeiros anos

A chave para o sucesso inicial da empresa foi colocar sua tecnologia em consoles de videogame como o Xbox, da Microsoft, e o PlayStation, da Sony. As unidades de processamento gráfico GeForce da Nvidia, ou GPUs, tornaram-se objetos de desejo entre os jogadores porque ofereciam consistentemente a experiência mais realista nos games.

—Jensen sempre foi um ótimo comunicador, contou uma boa história e claramente as GPUs estavam se tornando mais importantes — disse Rhys Williams, estrategista-chefe da Wayve Capital Management, que foi comprador da Nvidia já no IPO. — Cada geração sucessiva de hardware proporcionou um desempenho muito melhor, uma imagem muito mais realista e então os jogos para PC realmente deslancharam.

Contencioso e concorrência

Os seis anos seguintes não foram bons para a Nvidia. As ações despencaram em 2008, quando a crise financeira global enfraqueceu a demanda e a rival de longa data, Advanced Micro Devices (AMD), começou a se reestruturar.

Enquanto isso, um acordo entre a Nvidia e a Intel que permitia que as empresas usassem a capacidade de produção uma da outra fracassou, forçando a Nvidia a sair de um de seus maiores mercados. As duas companhias chegaram a um acordo em 2011, com a Intel concordando em pagar à Nvidia US$ 1,5 bilhão.

Jensen Huang, CEO e cofundador da Nvidia, apresenta Blackwell, nova linha de chips da Nvidia — Foto: Bloomberg
Jensen Huang, CEO e cofundador da Nvidia, apresenta Blackwell, nova linha de chips da Nvidia — Foto: Bloomberg

No ano seguinte, a Nvidia lançou chips gráficos para servidores dentro de data centers. Eles poderiam ajudar em tarefas sofisticadas de computação, como exploração de petróleo e gás e previsão do tempo, dando à empresa uma posição segura no que se tornaria um mercado lucrativo. No entanto, passariam quase nove anos até que as ações da Nvidia superassem o máximo de 2007.

Cripto e Covid

As ações da Nvidia dispararam novamente em 2015. Durante esse período, os chips da empresa tornaram-se a base de tecnologias emergentes, desde interfaces gráficas avançadas a veículos autônomos e uma nova onda de produtos de inteligência artificial (IA).

Foi então que Shana Sissel, CEO da Banrion Capital Management, tomou conhecimento da empresa pela primeira vez. Ela descreveu uma conferência de 2017 em que a Nvidia foi um destaque.

—Todos os palestrantes falaram sobre a Nvidia ser a empresa mais importante — disse Sissel. —Naquele momento, isso realmente estava no meu radar.

Mesmo depois que a demanda dos mineradores de criptomoedas diminuiu, as vendas de data centers continuaram a crescer. A pandemia de Covid-19 impulsionou esse negócio, uma vez que as empresas necessitaram adquirir capacidade computacional adicional para apoiar o trabalho remoto.

A receita vinda de data centers da Nvidia aumentou em um múltiplo de oito do ano fiscal de 2017 ao ano fiscal de 2021.

AI Sales Explode

As ações da Nvidia despencaram em 2022 junto com o restante do setor de tecnologia, que estava cambaleando devido ao aumento vertiginoso das taxas de juros e à queda na demanda após o boom da era Covid.

O lançamento do ChatGPT pela OpenAI no fim de 2022 causou um impacto imediato, mas levou um tempo para os investidores perceberem como a Nvidia poderia se beneficiar. Eventualmente, o interesse no ChatGPT e em outros produtos de IA generativa explodiu, desencadeando um aumento frenético nos pedidos pelos chips da Nvidia.

Quando a empresa divulgou os lucros do primeiro trimestre de 2023, a escala do salto em seus negócios surpreendeu quase todos em Wall Street. A Nvidia apresentou uma previsão de vendas trimestrais que estava mais de 50% acima da projeção média.

As vendas de data center da Nvidia superaram sua receita de jogos pela primeira vez no ano fiscal de 2023. No atual ano fiscal da empresa do engenheiro taiwanês Jensen Huang, analistas esperam que essas vendas ultrapassem US$ 100 bilhões (R$ 540,6 bilhões)

— Eles têm uma posição muito defensável na indústria — disse Williams, o estrategista da Wayve Capital Management. — Eles não vão ter 95% de participação de mercado para sempre, obviamente, mas seria quase impossível para qualquer um substituí-los.

Mais recente Próxima Cientistas criam método para detectar 'alucinação' de inteligência artificial
Mais do Globo

Mais profissionais estão inscritos nas ordens, mas obstáculos atrasam exercício em setor que falta mão de obra. Governo abre milhares de postos para preencher no sistema público

Número de médicos e dentistas brasileiros cresce em Portugal. Saúde  tem 2.212 vagas

Textor se acertou com o jogador, mas ainda finaliza os detalhes do acordo entre Eagle Football e Atlanta United, que trará o argentino para o Brasil em um primeiro momento

Está fechado? Fica quanto tempo? Vai para o Lyon? O que se sabe até agora da negociação do Botafogo com Almada

No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, o GLOBO ouviu artistas, influenciadores e ativistas da causa sobre seus lugares preferidos para ser e estar

De livraria a boate: personalidades LGBTQIA+ revelam lugares favoritos no Rio

Presidente prestar contas é desejável, mas tem de haver objetivo de comunicação, que petista desperdiçou ao falar a rádios e portais

Qual o saldo das entrevistas de Lula?

Prato ganha releituras com fruta e diferentes tipos de peixes

No Dia do Ceviche, aprenda receitas fáceis do clássico peruano, até veganas

Equipe continua com deficiências defensivas e com ataque inoperante

Fluminense x Vitória: tricolor mostra mais do mesmo, continua problemático e segue na lanterna; leia análise

Ex-presidente aproveitou formato do evento, que não previa checagem de afirmações, e a apatia do adversário, que pareceu incapaz de seguir no comando da maior potência global

Análise: Com desastre completo de Biden, Trump vence debate com sucessão de mentiras

Onze desses nadadores integram a seleção de natação da China para os Jogos de Paris

China afirma que ‘nunca’ divulgará investigação que absolveu atletas olímpicos em caso de doping

Exposição 'Eterno Egito: a imortalidade nas coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin' será inaugurada em julho, na Lagoa

Peças egípcias de até 5 mil ganham mostra gratuita no Rio

ONG Foro Penal contabiliza 282 "presos políticos" no país até o momento

Oposição na Venezuela denuncia 'desaparecimento' de mais um colaborador de campanha