Tecnologia
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Por — São Francisco

A cada junho, a Apple revela suas mais novas funcionalidades de software para o iPhone em seu futurista campus no Vale do Silício, na Califórnia, mas na conferência anual para desenvolvedores desta segunda-feira, a empresa vai destacar uma funcionalidade que não é nova: a Siri, sua assistente de voz, que está por aí há mais de uma década.

O que será diferente desta vez é a tecnologia que alimenta a Siri: a inteligência artificial (IA) generativa, que vem ganhado cada vez mais espaço desde que o ChatGPT se tornou público, no fim de 2022.

Nos últimos meses, Adrian Perica, vice-presidente de desenvolvimento corporativo da Apple, tem liderado um esforço para trazer a IA generativa para as massas, disseram duas pessoas com conhecimento do trabalho, que pediram anonimato.

Perica e seus colegas conversaram com as principais empresas de IA, incluindo o Google e OpenAI, dona do ChatGPT, buscando um parceiro para ajudar a Apple a fornecer IA generativa em todo o seu negócio.

Acordos com Google e OpenAI

Segundo as fontes, a Apple recentemente fechou um acordo com a OpenAI, para incorporar sua tecnologia ao iPhone, e ainda estava em negociações com o Google até a semana passada.

Isso ajudou a levar a uma versão mais conversacional e versátil da Siri, que será mostrada nesta segunda-feira, disseram três pessoas familiarizadas com a empresa, sob condição do anonimato.

A Siri será alimentada por um sistema de IA generativa desenvolvido pela Apple, que permitirá que a assistente de voz converse em vez de apenas responder a uma pergunta de cada vez. A Apple vai comercializar suas novas capacidades de IA como “Apple Intelligence”, disse uma pessoa familiarizada com o plano de marketing.

Procuradas, Apple, OpenAI e Google se recusaram a comentar. O acordo da Apple com a OpenAI foi anteriormente relatado pelo The Information e Bloomberg, que também revelou o nome do sistema de IA da Apple.

Apple redefinirá mais um mercado?

A incursão da Apple na IA generativa testará se a empresa pode mais uma vez entrar em um novo mercado e redefini-lo. Embora a Apple não tenha criado o primeiro tocador de música digital, smartphone ou smartwatch, ela transformou essas categorias com o iPod, iPhone e Apple Watch.

Agora, após dois anos observando Microsoft, Meta, Google e Samsung integrarem IA generativa em produtos, a Apple está passando de observadora a potencial desafiante.

Integrar a IA generativa nos iPhones também está prestes a ser um momento-chave para a tecnologia, que pode responder a perguntas, criar imagens e escrever código de software. A Apple ampliará o alcance da IA generativa para mais de 1 bilhão de usuários e determinará quão útil ela é para os clientes do iPhone no dia a dia.

Até o momento, a promessa da tecnologia tem sido prejudicada por suas falhas. O Google introduziu e reduziu as habilidades de busca de IA generativa que recomendavam que as pessoas comessem pedras, enquanto a Microsoft foi criticada pelas vulnerabilidades de segurança de um computador pessoal que usa IA para gravar cada segundo de atividade.

– Ainda estamos entendendo a IA porque é muito complicada – disse Carolina Milanesi, presidente da Creative Strategies, uma empresa de pesquisa de tecnologia. – A Apple é bastante conservadora quando se trata de tudo, então não sei se eles vão impressionar as pessoas, mas eles têm que fazer isso porque será como interagimos com a tecnologia no futuro.

Pressão de investidores

Os investidores de Wall Street, e não os consumidores comuns, são uma grande razão pela qual a Apple está entrando na IA. A tecnologia elevou os valores da Microsoft, uma grande player em IA generativa, e da Nvidia, que vende chips de IA. Em janeiro, a Microsoft destronou a Apple como a empresa de tecnologia de capital aberto mais valiosa do mundo.

A reorganização do mercado aconteceu enquanto a Apple permanecia em silêncio sobre a IA. A empresa tem uma política de não compartilhar planos de produtos futuros, mas à medida que sua posição em ações caía, Tim Cook, CEO da Apple, quebrou o protocolo e disse aos analistas de Wall Street em uma ligação em maio que em breve introduziria ofertas de IA generativa.

O preço das ações da Apple se recuperou desde que Cook fez esse compromisso. Até sexta-feira passada, as ações da Apple acumulavam alta de 6% este ano, menos do que o aumento de 14% da Microsoft e o salto de 151% da Nvidia.

A Apple há muito tempo está sob pressão para reformular a Siri, que impressionou as pessoas quando foi lançada em 2011, mas depois não mudou muito ao longo do tempo.

Então entra a OpenAI, que se posicionou na vanguarda do movimento de IA generativa com o ChatGPT. A Apple planeja complementar o que a OpenAI oferece com a tecnologia que desenvolveu internamente para realizar tarefas selecionadas do iPhone. Seu sistema ajudará a Siri a definir temporizadores, criar compromissos no calendário e resumir mensagens de texto.

Privacidade maior

A empresa também planeja promover sua Siri reformulada como mais privada do que os serviços de IA rivais porque processará muitas solicitações nos iPhones em vez de remotamente em data centers.

O foco em privacidade da Apple provou ser um ponto de atrito durante as negociações com a OpenAI e o Google porque a empresa queria limitar o que os parceiros de dados do iPhone recebiam, disse uma pessoa familiarizada com as negociações.

É possível que a Apple possa procurar oferecer a Siri melhorada como um serviço, segundo analistas do mercado financeiro. Cobrando US$ 5 (R$ 26,50, pelo câmbio atual) por mês para as pessoas usarem a assistente de voz, a empresa poderia gerar US$ 4 bilhões (R$ 21,2 bilhões) a US$ 8 bilhões (R$ 42,4 bilhões) em vendas anuais, de acordo com a Morgan Stanley.

Mais recente Próxima Apple anuncia hoje iPhone turbinado com inteligência artificial. Veja novidades
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