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Por e — São Paulo e Rio de Janeiro

Um dia após o Senado aprovar a criação do Imposto de Importação de 20% para compras por pessoas físicas no exterior de até US$ 50 (cerca de R$ 260 pela cotação atual), a gigante Temu, marketplace chinês presente em 18 países, começou a operar no país.

As mudanças de regras que o governo está promovendo nas compras de até US$ 50 já eram esperadas pela Temu e não desestimularam a vinda da companhia ao Brasil, segundo uma fonte que acompanhou as negociações da empresa no país.

A operação começou ontem, com frete grátis, além de devolução de produtos gratuita em até 90 dias. Como forma de atrair o consumidor no Brasil, havia ofertas relâmpago de R$ 1,99 e descontos variados no primeiro dia de funcionamento. Para compras acima de R$ 400, o desconto chega a R$ 50.

O site anuncia peças de lingerie a partir de R$ 0,79 e calçados masculinos e infantis a partir de R$ 7. Além de roupas, a Temu oferece eletrodomésticos, bijuterias, óculos, entre outros produtos.

De onde vem a varejista?

Site da Temu nos EUA: frete grátis e preços agressivos fazem parte da estratégia da varejista — Foto: Lam Yik/Bloomberg
Site da Temu nos EUA: frete grátis e preços agressivos fazem parte da estratégia da varejista — Foto: Lam Yik/Bloomberg

A Temu nasceu em 2022, e em seu primeiro ano de vida, atingiu um valor de vendas de US$ 2,3 bilhões. Em maio, era o 5º aplicativo mais baixado no mundo, atrás de redes sociais TikTok, Instagram, Facebook e Whatsapp, segundo o site App Magic.

A plataforma pertence à Pinduoduo (PDD Holdings), gigante chinesa de tecnologia, que opera plataformas de comércio eletrônico desde 2015. Seu fundador é Colin Huang, ex-executivo do Google China. O sucesso foi tanto que Huang tornou-se o terceiro homem mais rico do país.

Temu significa "Team Up, Price Down" (algo como "time para cima, preços para baixo") — uma abreviação do lema da empresa.

Qual é o principal publico alvo?

No exterior, a plataforma é conhecida pelos pesados investimentos em marketing via influencers, para conquistar o público mais jovem. Na outra ponta, usa ferramentas de gamificação, como pontos obtidos após determinado número de compras ou convites a novos usuários, que leva o cliente a acumular descontos.

Por que a Temu é considerada a principal rival da Shein?

Temu e Shein: rivais asiáticos de peso — Foto: Bloomberg e Fábio Rossi/Agência O Globo
Temu e Shein: rivais asiáticos de peso — Foto: Bloomberg e Fábio Rossi/Agência O Globo

O resultado da estratégia da Temu, que é muito parecida com a da Shein, é uma métrica melhor de engajamento de usuários, que chegam a ficar 22 minutos no seu site. A da Shein é 12 minutos.

Em relatório divulgado no ano passado, quando já se esperava a entrada da Temu no Brasil, os analistas de varejo da XP Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday escreveram que a empresa tem um modelo de negócios semelhante ao da Shein, com algoritmos que ajudam os fabricantes chineses a entender rapidamente as necessidades dos consumidores, levando a maior precisão e eficiência na produção dos fornecedores.

"O posicionamento da Temu foca na relação de custo/benefício, com preços baixos, alavancados por fretes grátis e uma forte estratégia de descontos", escreveram os analistas da XP, lembrando que a Temu traz menos risco às varejistas tracionais de roupas pela sua diversidade de produtos.

Que impacto terá na concorrência?

Ludmilla em comercial da Shopee: Brasil é disputado por plataformas asiáticas — Foto: Divulgação
Ludmilla em comercial da Shopee: Brasil é disputado por plataformas asiáticas — Foto: Divulgação

A plataforma de comércio eletrônico — que chega ao país no momento em que o presidente Lula deve sancionar o fim da isenção para compras de até US$ 50, que já são taxadas em 17% de ICMS — promete agitar ainda mais a concorrência no mercado de compras on-line brasileiro.

Mistura de Shein com Shopee, a Temu é conhecida por oferecer preços agressivamente baixos, num portfólio que vai de roupas a utilidades domésticas.

A chegada da gigante chinesa ao Brasil deve ter impacto negativo no varejo físico e em outras plataformas asiáticas focadas em produtos mais baratos, prevê o Goldman Sachs em relatório enviado a clientes ontem. Segundo o banco, a julgar pelo crescimento explosivo em outros mercados, como o México, a Temu deve ganhar escala em curto espaço de tempo.

“Esperamos que a Temu cresça de forma relativamente rápida, com base na disposição da PDD (Pinduoduo, dona do site) de investir em aquisição de clientes quando entra em novos mercados. Considerando o elevado interesse de consumidores brasileiros em ofertas internacionais de baixo preço, acreditamos que Temu poderia ser capaz de escalar sua base de usuários no Brasil em um curto período de tempo”, escreveram os analistas do banco.

E acrescentaram que a Temu subiu a número 1 em usuários ativos mensais no mercado mexicano seis meses após seu lançamento no país, sendo um dos principais apps de e-commerce em engajamento, com cerca de 19 milhões de usuários ativos, contra 15 milhões no Mercado Livre (líder em valor geral de vendas).

Segundo o Goldman Sachs, a Temu já está conversando com empresas de logística no Brasil para garantir espaço para suas entregas no país. O banco acredita que, por ora, os principais prejudicados pela chegada da Temu são as outras plataformas asiáticas.

Por que há tantas plataformas internacionais de e-commerce aqui?

Embora menor que o mercado chinês e o dos EUA, o Brasil tem importância para essas plataformas pelo interesse do consumidor brasileiro nos preços mais baixos.

As compras digitais movimentaram R$ 185,7 bilhões no Brasil em 2023, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, uma fração do US$ 1,2 trilhão que os chineses movimentaram no mesmo ano.

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