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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

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Esperada há mais de um ano, a chegada da gigante chinesa do e-commerce Temu ao Brasil deve ter impacto negativo no varejo físico e em outras plataformas asiáticas focadas em produtos mais baratos, prevê o Goldman Sachs em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira. Segundo o banco, a julgar pelo crescimento explosivo da rival de Shopee e Shein em outros mercados, como o México, a Temu deve ganhar escala em curto espaço de tempo.

"Esperamos que a Temu cresça de forma relativamente rápida, com base na disposição da PDD (Pinduoduo, dona do site) de investir em aquisição de clientes quando entra em novos mercados. Considerando o elevado interesse de consumidores brasileiros em ofertas internacionais de baixo preço, acreditamos que Temu poderia ser capaz de escalar sua base de usuários no Brasil em um curto período de tempo", escreveram os analistas do banco, acrescentando:

Liderança no México em 6 meses

"Para fins de contexto, a Temu se tornou número 1 em termos de usuários ativos mensais no mercado mexicano apenas seis meses após o lançamento e continua sendo um dos principais aplicativos de comércio eletrônico em termos de engajamento, com cerca de 19 milhões usuários mensais ativos, contra 15 milhões do Mercado Livre (que é líder em valor geral de vendas) e cerca de 5 milhões da Amazon México."

Segundo o Goldman Sachs, a Temu já está conversando com empresas de logística no Brasil para garantir espaço para suas entregas no país. O banco acredita que, por ora, os principais prejudicados pela chegada da Temu são as outras plataformas asiáticas.

"Acreditamos que ela impactaria outros atores do chamado e-commerce cross-border (importados) antes de impactar o Mercado Livre. A Temu poderá ganhar participação inicialmente predominantemente de varejistas offline e de sites como Shopee e Aliexpress. No México, o Mercado Livre continuou a apresentar crescimento pronunciado no volume de vendas ao longo de 2023, mesmo após a entrada da Temu. Acreditamos, portanto, que a Temu inicialmente atrai um público ligeiramente diferente daquele do Mercado Livre."

De R$ 20 a R$ 50

A análise do Goldman Sachs mostrou que a maioria dos produtos oferecidos no Brasil pela Temu tem prazo de entrega entre 15 e 40 dias, com todas as entregas sendo feitas pelos Correios. A compra mínima é de R$ 65, incluindo o ICMS. A maioria parte dos produtos oferecidos fica na faixa de preço entre R$ 20 e R$ 50, contra tíquete médio de R$ 60 na Shopee e de R$ 140 no Mercado Livre. O Goldman não encontrou indícios que já haja vendedores locais na plataforma.

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