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Por Bloomberg — Nova York

A OpenAI informou que está em "intensas discussões" para unificar a empresa depois que a maioria dos funcionários ameaçou se demitir caso Sam Altman não retornasse como CEO, o que pode colocar em risco o futuro da startup criadora do ChatGPT.

.A vice-presidente de Assuntos Globais, Anna Makanju, transmitiu a mensagem em um memorando interno ao qual a Bloomberg News teve acesso, com o objetivo de reunir a equipe que ficou ansiosa após dias de tensão após a demissão de Altman e a nomeação surpresa do ex-chefe da Twitch, Emmett Shear, como seu substituto interino.

A direção da OpenAI está em contato com Altman, Shear e o conselho de administração da empresa "mas eles não estão preparados para nos dar uma resposta final", escreveu Makanju.

O drama que afetou a empresa deixou o mundo da tecnologia em polvorosa e desencadeou uma corrida dos investidores da OpenAI para conter os danos. Na segunda-feira, mais de 700 dos 770 funcionários da startup assinaram uma carta dizendo que se demitiriam se o conselho não renunciasse e recontratasse Altman, que foi recrutado pela Microsoft. - o maior acionista da OpenAI - para comandar uma nova equipe de inteligência artificial.

Na carta, o corpo de funcionários sugeriu que o Conselho é “incapaz de supervisionar” a empresa criadora do ChatGPT e ameaçou seguir Altman na Microsoft caso as demandas não sejam atendidas.

O caos que envolve a startup americana, que deu início a um frenesi global de desenvolvimento de IA generativa, tem o potencial de remodelar o mundo da inteligência artificial. A ameaça de uma fuga em massa dos funcionários ocorreu depois de um fim de semana de montanha-russa, durante o qual a diretoria da OpenAI desafiou os apelos dos investidores e dos principais executivos para trazer de volta Altman, que foi demitido após discordâncias com a diretoria sobre a rapidez com que desenvolveria e monetizaria a inteligência artificial.

O memorando de Makanju não detalha a extensão do contato com Altman, e o ex-CEO não respondeu a um pedido de comentário feito pela Bloomberg fora do horário comercial.

Microsoft quer manter parceria com Altman

Há um forte impulso fora da OpenAI para que Altman também seja readmitido. Os outros investidores da OpenAI, liderados pela Thrive Capital, estão tentando ativamente orquestrar seu retorno, disseram fontes à Bloomberg News na segunda-feira.

O CEO da Microsoft, Satya Nadella, em entrevista à Bloomberg Television na noite de segunda-feira, sinalizou que estaria disposto a aceitar que Sam Altman voltasse para a OpenAI, em vez de ingressar em sua empresa.

Satya Nadella, CEO da Microsoft, convidou Sam Altman para comandar uma nova equipe de inteligência artificial na sua empresa — Foto: Bloomberg
Satya Nadella, CEO da Microsoft, convidou Sam Altman para comandar uma nova equipe de inteligência artificial na sua empresa — Foto: Bloomberg

Quer Altman se junte à Microsoft ou retorne à OpenAI - como alguns dos investidores da startup têm tentado fazer - o empresário estará trabalhando com a Microsoft, afirmou Nadella.

A Microsoft é a maior patrocinadora da OpenAI, já que se comprometeu a investir US$ 13 bilhões na startup cofundada por Altman , o que garante que a gigante do software manterá laços com ele.

- Independentemente de onde Sam esteja, ele está trabalhando com a Microsoft - ressaltou Nadella.

Em uma das muitas reviravoltas chocantes na saga da OpenAI, Nadella anunciou no domingo que estava contratando Altman para dirigir um novo grupo de inteligência artificial na Microsoft.

O que o futuro aguarda

Até sexta-feira passada, a diretoria da empresa era composta por Altman, pelo presidente Greg Brockman, pelo cientista-chefe Ilya Sutskever, pelo CEO da Quora, Adam D'Angelo, pela empresária do setor de tecnologia, Tasha McCauley, e por Helen Toner, diretora de estratégia do Centro de Segurança e Tecnologia Emergente de Georgetown. Após a saída de Altman, Brockman deixou o cargo em protesto.

Mais tarde, Sutskever disse que "lamentava profundamente" sua participação na demissão e acrescentou seu nome à carta dos funcionários que ameaçavam se demitir.

"Continuamos a analisar as opções mutuamente aceitáveis e estamos programados para conversar novamente amanhã de manhã, quando todos tiverem dormido um pouco mais", escreveu Anna Makanju. "Essas discussões intensas podem se arrastar, e sei que pode parecer impossível ser paciente."

Ela acrescentou uma palavra de tranquilidade para os funcionários: "Saibam que temos um plano para o qual estamos trabalhando."

A OpenAI, que estava em negociações com investidores sobre uma avaliação de US$ 86 bilhões, agora enfrenta o fim de seu impressionante crescimento. E enfrentará um exame minucioso sobre sua capacidade, ou disposição, de transformar a IA de ponta em lucros.

Sam Altman: para voltar a comandar a OpenAi, diretores que o destituíram teriam que voltar atrás em sua decisão — Foto: Bloomberg/Justin Sullivan/Getty Images
Sam Altman: para voltar a comandar a OpenAi, diretores que o destituíram teriam que voltar atrás em sua decisão — Foto: Bloomberg/Justin Sullivan/Getty Images

Não está claro se os investidores, os executivos da OpenAI ou mesmo a Microsoft conseguirão voltar no tempo. Os diretores que destituíram Altman teriam que voltar atrás em sua decisão.

Vinod Khosla, cofundador da Khosla Ventures, um dos primeiros apoiadores da OpenAI, disse acreditar que D'Angelo está firme.

- Se Adam fizer o que Ilya fez, então, sim, o caminho será tranquilo. Se ele não fizer, será uma batalha legal de vários meses - disse ele em uma entrevista.

Adam D'Angelo não respondeu a um pedido de comentário enviado por e-mail.

No centro da divisão entre Altman e os diretores da OpenAI está a questão de saber se a IA deve ser uma oportunidade comercial - ou se é uma tecnologia potencialmente perigosa que precisa ser verificada e examinada a cada passo.

A diretoria entrou em conflito com Altman e Brockman, que argumentaram que a OpenAI estava expandindo seus negócios por necessidade. Toda vez que um cliente faz uma pergunta ao chatbot ChatGPT da OpenAI, ele requer uma enorme quantidade de poder de computação caro - tanto que a empresa estava tendo problemas para acompanhar a demanda explosiva dos usuários.

A empresa foi forçada a limitar o número de vezes que os usuários podem consultar seus modelos de IA mais poderosos diariamente. Na verdade, a situação ficou tão grave que Altman chegou a anunciar que a empresa estava interrompendo por tempo indeterminado as inscrições para o serviço pago ChatGPT Plus.

Do ponto de vista de Altman, era essencial arrecadar dinheiro e encontrar fontes de receita adicionais. Mas alguns membros da diretoria, ligados ao movimento de altruísmo eficaz cético em relação à IA, viam isso em tensão com os riscos apresentados pela IA avançada. Muitos altruístas eficazes - um movimento pseudofilosófico que busca doar dinheiro para evitar riscos existenciais - imaginaram cenários em que um sistema de IA poderoso poderia ser usado por um grupo terrorista para, por exemplo, criar uma arma biológica.

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