O bilionário Elon Musk voltou à carga nesta quarta-feira ao afirmar que a compra do Twitter pode ser um propulsor para a criação do 'X, o aplicativo de tudo'. Com base nos comentários anteriores do homem mais rico do mundo, esse serviço pode se parecer muito com o superaplicativo chinês WeChat.
Na terça-feira, Musk recuou e está propondo comprar o Twitter pelo preço original de US$ 54,20 por ação, o equivalente a US$ 44 bilhões. A proposta de Musk representa uma reviravolta no caso da aquisição da plataforma. O bilionário havia desistido da compra, o que levou o Twitter a entrar na Justiça para que o dono da Tesla cumprisse o acordo.
Musk não forneceu muitos detalhes além de postar um tuíte de uma linha. Mas sabe-se que o dono da Tesla admira abertamente o aplicativo da Tencent, que cresceu de um serviço de mensagens para uma 'miniinternet' usada diariamente por mais de um bilhão de chineses.
Musk refletiu em voz alta sobre como tornar o Twitter mais útil, indicando que quer que a plataforma seja mais parecida com WeChat e TikTok, o serviço de compartilhamento de vídeo de propriedade da também chinesa ByteDance que está decolando nos Estados Unidos.
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Também traçou paralelos com os chamados superaplicativos comuns em partes da Ásia, permitindo que as pessoas usem um único aplicativo de smartphone para uma série de serviços, desde comunicações até chamar um carro.
Na reunião anual de acionistas da Tesla, em agosto, Musk enfatizou que usa muito o Twitter e que tem ideias sobre maneiras de tornar a plataforma “radicalmente melhor”. Ele comparou suas ambições para o Twitter com a visão que tinha para a X, uma empresa de serviços financeiros que ele cofundou em 1999.
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Há uma coisa, porém, que Musk – um defensor das liberdades na internet – provavelmente não e deu conta. O WeChat é fortemente monitorado e censurado: exércitos de Inteligência Artificial e moderadores humanos ajudam a garantir a limpeza do conteúdo que o Partido Comunista considera indesejável: desde posts obscenos a dissidências e críticas ao governo chinês.
5 coisas sobre o WeChat que podem servir de modelo para Musk
- É muito mais do que uma rede social: É um verdadeiro superaplicativo. Centenas de milhões de pessoas usam o WeChat diariamente para reservar passeios, fazer reservas em restaurantes, pedir comida. Isso é possível por meio de uma rede vibrante de “miniprogramas” ou aplicativos leves que se conectam diretamente à interface do WeChat.
- O WeChat é uma fintech gigante: É uma das maiores redes de pagamentos e finanças on-line da China. Os usuários enviam dinheiro uns aos outros, pagam por bens e serviços e até pedem dinheiro emprestado.
- É um dos portais de notícias e entretenimento mais populares do país. Como nos EUA, muitos usuários mais jovens recebem cada vez mais notícias por meio de seus feeds de mídia social, ainda mais na China.
- As empresas também usam o aplicativo. A economia dos miniprogramas do WeChat vale cerca de US$ 240 bilhões e cresceu cerca de 12,5% para 450 milhões de usuários em 2021.
- Resumindo: o WeChat funciona como um serviço completo – combinando o uso de aplicativos como Facebook, Twitter, Uber, Instagram e Substack.