O atraso no tempo de resposta de equipamentos causou o apagão nacional do último dia 15, disse nesta terça-feira o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi.
Segundo Ciocchi, relatórios preliminares demonstram que o tempo de entrada em ação dos aparelhos — que deveria ser de 15 a 20 milissegundos — foi na faixa de 50 a 80 milissegundos, o que teria provocado uma "série de outros pequenos eventos" que, na prática, levaram a uma desconexão do sistema integrado.
Com exceção de Roraima, todas as unidades da federação foram atingidas pelo apagão que desligou um terço das unidades consumidoras do país. O apagão atingiu 25 dos 26 estados e o Distrito Federal.
— A grande pista que foi discutida com técnicos, engenheiros e professores do setor é que aí está a causa de uma série de outros pequenos eventos que levaram à desconexão — disse ele em audiência na Câmara dos Deputados.
O ONS não informou que equipamentos e de quais usinas falharam.
Segundo o executivo, o que ocorreu foi que, quando entraram em funcionamento, os equipamentos não apresentaram o desempenho exigido. Os problemas começaram às 8h30 do dia 15 deste mês e o sistema nacional de energia foi 100% restabelecido às 14h49. Foram, portanto, seis horas de intercorrência no sistema.
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O diretor disse também que não há como atribuir culpa pelo apagão a fontes de geração de energia ou a agentes do setor elétrico.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou que o suprimento de energia está garantido:
— Com R$ 60 bilhões investidos em transmissão vamos garantir estabilidade na ligação Norte-Nordeste.