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Por — Gavião Peixoto, SP

GAVIÃO PEIXOTO (SP) - A primeira unidade do caça sueco Gripen montada no Brasil, na unidade da Embraer em Gavião Peixoto, cidade a 243 quilômetros da capital paulista, deve fazer seu primeiro voo no segundo semestre de 2025. A previsão é da Saab, que desenvolveu a aeronave e está transferindo a tecnologia ao país como prevê o contrato firmado com o governo brasileiro há quase uma década para a compra de um lote inicial de 36 unidades por U$ 5,4 bilhões.

A linha de montagem brasileira, a primeira da Saab fora da Suécia, foi inaugurada há um ano, e nesta quarta-feira, o primeiro caça fabricado no Brasil entrou em fase final de montagem.

— O jato já teve concluída a montagem estrutural, uma segunda unidade já entrou na fase estrutural e uma terceira começa a ser montada em julho —explicou Hans Sjöblom, gerente geral da Saab em Gavião Peixoto, lembrando que do total desse lote 15 unidades serão montadas no Brasil. A entrega das 36 aeronaves para a Força Aérea Brasileira (FAB) está prevista para 2027.

Nesta primeira fase, as quatro principais estruturas da aeronave são juntadas: a fuselagem dianteira, central e traseira e a unidade de armamento. Os 12 tanques de combustível foram selados e receberam testes de pressão. Agora, começam a ser instalados 35 quilômetros de cabos e 300 metros de canos, além de toda a parte eletrônica do avião. Em seguida, é colocado o motor, trem de pouso e o software da aeronave.

Na próxima etapa são feitos testes funcionais e o caça recebe a camuflagem para operar. A última etapa é a preparação para o voo, com a calibragem de sistema de navegação, combustível e controle de voo. Depois, o motor é acionado pela primeira vez e são feitos ensaios de voo e só depois o caça Made in Brazil será entregue à Força Aérea Brasileira (FAB), que estuda a compra de um novo lote desses caças.

Montagem do caça Gripen na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto está em fase final — Foto: Divulgação/Saab
Montagem do caça Gripen na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto está em fase final — Foto: Divulgação/Saab

A etapa final de montagem do primeiro caça montado em solo brasileiro deve consumir pelo menos mais 8 mil a 9 mil horas de trabalho. O GLOBO visitou a linha de montagem neste início de fase final de montagem.

Pelo menos 350 funcionários da Embraer receberam treinamento na Suécia no programa de transferência de tecnologia. Da equipe que participa da montagem dos caças em Gavião Peixoto, 90% são brasileiros e os demais são profissionais suecos que supervisionam a fabricação. Os brasileiros participaram de pelo menos 60 projetos das etapas que envolvem a construção do Gripen.

Na unidade de Gavião Peixoto da Embraer, também foram instalados o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen e o Centro de Ensaios em Voo que ajudam a desenvolver, produzir e testar o caça no Brasil. No centro de ensaios, por exemplo, são simuladas condições de voo em tempestade, além de falhas nos sistemas hidráulico ou eletrônico.

— O desenvolvimento do Gripen no Brasil ocorre ao mesmo tempo do treinamento dos profissionais. Os mesmos métodos e projetos utilizados na Suécia são usados no Brasil — diz Luiz Hernandez, diretor de cooperação industrial na Saab Brasil, lembrando que os profissionais brasileiros treinados pela Saab podem dar suporte à FAB no ciclo de vida dos Gripen, que gira entre 30 e 40 anos, além de utilizar essa tecnologia para novos projetos.

Teste dos Gripen em altas temperaturas — Foto: Divulgação
Teste dos Gripen em altas temperaturas — Foto: Divulgação

Segundo os executivos da Saab e da Embraer, os próximos caças brasileiros deverão ser montados em menor tempo, cerca de 18 meses, em vez dos dois anos e meio que a primeira unidade levará para ser concluída. Além de estarem absorvendo a nova tecnologia, o que consome mais tempo na montagem deste primeiro avião, a pandemia de Covid-19 afetou a cadeia de fornecedores de peças.

Parte das peças do Gripen vem da Suécia, mas a Saab também tem no Brasil a única fábrica das aeroestruturas do Gripen fora da Suécia, localizada na cidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A ideia é que o Brasil seja um 'hub' para atender futuras encomendas de caças Gripen feitas por países latino-americanos.

A Saab tem conversas, por exemplo, com o goveno da Colômbia para a venda desses caças. Por enquanto, a linha de montagem brasileira funciona em apenas um turno.

Já foram entregues à FAB sete Gripens fabricados na Suécia, além de uma unidade que está realizando testes. No mês passado, essa unidade fez testes na Amazônia em condições de temperatura elevada e chuva intensa. Os caças já entregues foram incorporados ao 1º Grupo de Defesa Aérea na Base Aérea de Anápolis, em Goiás.

O Gripen começa a substituir os F-5M, caças americanos que estão em operação no Brasil desde 1975, tendo sido modernizados pela Embraer nos últimos anos. Os Gripen têm capacidade de voar a 16 mil metros de altura e atingem velocidade máxima de 2.400 km/h, sendo capazes de percorrer a distância entre Rio e São Paulo em apenas 12 minutos.

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