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Por — Rio

Embora o Pix tenha aumentado a concorrência com os cartões, o presidente da Mastercard, Marcelo Tangioni, quer aproveitar a modalidade de pagamento lançada pelo Banco Central (BC) em 2020 para ampliar sua oferta de serviços no país. É com essa estratégia que o executivo, em entrevista ao GLOBO, pretende fazer com que o Brasil ultrapasse o Reino Unido e se torne a segunda maior operação no mundo da companhia, atrás apenas dos Estados Unidos. Veja trechos da entrevista.

Como a empresa vem se adaptando ao avanço da digitalização?

Os cartões ainda representam 65% do resultado do nosso negócio. Antes você lançava um cartão Gold e depois um Platinum, que acabavam sendo facilmente copiados pela concorrência. E passamos a investir em serviços de valores agregados, como consultoria.

Temos o serviço de prevenção a ataques cibernéticos, pois criamos ferramentas que ajudam nessa proteção. Temos plataforma de personalização de ofertas para criar experiências em sites e aplicativos específicas para cada cliente de olho na eficiência de vendas.

E nesse contexto surgiu o Pix. Qual é o balanço?

É fundamental que o consumidor e o comércio tenham opção. Nossa estratégia é estar em todos os espaços. O pagamento vai muito além de cartão, seja através dos serviços ou das novas redes. Em 12 países, temos sistemas de pagamentos em tempo real que oferecem infraestrutura e serviços, que são uma espécie de Pix.

Quando o Pix foi lançado, o grande receio era que iria canibalizar o uso de cartões. Óbvio que concorre, mas o que as pessoas esquecem é que o Pix quebrou uma série de barreiras de informalidade e de adoção de canais digitais. E isso ajudou um processo que a indústria de cartões já vinha fazendo há muito tempo. O Pix é um aliado na indústria de cartões e vem ampliando o bolo de incluídos digitais.

E qual é o peso do Brasil para a Mastercard global?

Em relação ao resultado financeiro, o Brasil está entre os três maiores mercados da Mastercard no mundo. Minha disputa é com o segundo colocado, o Reino Unido. O primeiro lugar é dos EUA. Estamos estudando a colaboração com o Pix. Tenho muito serviço para agregar e trazer. Minha expectativa é que, em breve, eu passe o segundo colocado com bastante folga em relação ao Reino Unido.

Que tipos de colaboração podem ser feitas?

A gente pode trazer prevenção a fraudes, que é uma das dores do Pix. Isso a gente faz nos outros mercados. Outro serviço envolve o combate à lavagem de dinheiro no ambiente de pagamento instantâneo, já que ele começa a ser distribuído de forma muito rápida e é difícil rastrear. Temos ferramentas tanto de prevenção quanto de rastreamento.

A gente já teve conversas com o Banco Central, que vê com bons olhos essas soluções para o Brasil. E estamos em um momento de discussão com os clientes para ver o nível de apetite e começar a tropicalizar essa soluções para o Brasil.

O Brasil pode chegar em segundo lugar já este ano?

Talvez este ano seja um pouco cedo porque a gente está nesse momento de discussão. Mas a expectativa é muito grande. O Brasil tem uma adoção de tecnologia muito acelerada. A empresa sempre olha o Brasil como um celeiro de inovação. E isso facilita um pouco o meu trabalho de convencer a empresa em trazer essas novidades para cá.

Há uma discussão no Brasil envolvendo bancos e maquininhas sobre o parcelamento sem juros. Como vê esse tema?

Nesse caso existe também uma discussão em cima das garantias do parcelado sem juros. Pretendemos fazer, do ponto de vista de garantias, trazendo não só uma transparência maior para os participantes do sistema, mas também fortalecendo aquilo que a gente entende que seja importante oferecer, principalmente para as credenciadoras, que eram as mais descontentes com as garantias dos emissores. Estamos, agora, na fase de resposta a esses feedbacks.

E qual é o próximo passo?

O próximo passo vai ser começar a aprovação formal junto ao Banco Central. Há um foco grande nas instituições financeiras de maior risco. Vamos criar uma estrutura para esses emissores de forma a garantir que todos os recursos vindos dos portadores dos cartões sejam exclusivamente utilizados na liquidação dessas transações de cartão junto aos estabelecimentos comerciais.

Essa discussão pode ajudar a reduzir as taxas nesse ecossistema?

A gente não cobra nada do consumidor nem do estabelecimento comercial. Uma das coisas que a gente lançou recentemente na Colômbia e está trazendo para o Brasil, e estamos em conversa com alguns clientes, são os incentivos para determinados segmentos, como os microestabelecimentos comerciais.

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