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Por O Globo, com agências internacionais — Paris

Numa semana decisiva para o LVMH, de marcas icônicas como Louis Vuitton, Givenchy, Möet Chandon, Sephora e Tiffany, dois dos filhos do homem mais rico do mundo entraram para o Conselho de Administração na reunião anual do grupo. Nesta quinta-feira, os acionistas votaram para aprovar para os nomes de Alexandre Arnault, executivo sênior de 31 anos da Tiffany, e seu irmão Frédéric, de 29 anos, que foi recentemente nomeado diretor da LVMH Watches.

Homem mais rico do mundo, segundo a Forbes, com fortuna estimada em US$ 215,5 bilhões (mais de R$ 1 trilhão), o francês Bernard Arnault vem silenciosamente preparando sua sucessão no conglomerado de luxo. Alexandre recebeu 93,41% dos votos e Frédéric, 93,43% dos votos para ingressar no Conselho. A aprovação era dada como certa, já que o grupo familiar Arnault detém 48,6% do capital da LVMH e 64,3% dos votos.

— Tenho a maioria dos votos, então… — riu Bernard Arnault, pouco antes da votação.

Em 2022, o limite de idade para o cargo de executivo-chefe do grupo foi elevado para 80 anos - Arnault tem 75 anos. E, aos poucos, nos bastidores, ele vem preparando cuidadosamente para que seus cinco filhos possam no futuro liderar o império de luxo que Arnault construiu e que hoje é um conglomerado avaliado em quase € 400 bilhões (R$ 2,2 trilhões).

Alexandre Arnault, de 31 anos, é o "amigo das estrelas". Nascido em 1992, Alexandre é o primeiro filho do segundo casamento de Bernard Arnault com a pianista canadense Hélène Mercier. Ele começou a trabalhar na Telecom Paris, mas fracassou na tentativa de ingressar na Polytechnique, a mais famosa escola de engenharia dependente do Ministério da Defesa francês. Destemido, ele obteve o título de mestre em 2015.

Algum tempo depois, Alexandre passou a integrar o grupo familiar, assumindo a cogestão da Rimowa. Quem o conhece diz que desempenhou um papel fundamental na decisão do pai de adquirir aquela marca alemã de marroquinaria de luxo em 2016. Entre 2019 e 2021, substituiu o pai no conselho de administração do Carrefour, de onde saiu para assumir o cargo de vice-CEO da Tiffany. Em três anos de gestão, porém, Alexandre não conseguiu superar os resultados de seus dois principais concorrentes internacionais, Cartier e Van Cleff & Arpels.

A nível pessoal, Alexandre é conhecido por ser amigo de estrelas do showbusiness. Em sua conta do Instagram, ele aparece ao lado de Pharrell Williams, Beyoncé e Jay-Z.

Já Frédéric Arnault, de 29 anos, é o "pequeno gênio". Muitas vezes apresentado como o mais talentoso da família, Frédéric foi admitido na famosa École Normale Supérieure, embora tenha preferido a Polytechnique, para seguir os passos do pai. Formado, ele se juntou ao grupo familiar após uma passagem pela MacKinsey e pelo centro do Facebook para pesquisas de inteligência artificial.

Em 2017, ingressou na TAG Heuer para assumir atividades relacionadas a relógios inteligentes. Em 2020, assumiu a presidência da empresa. Em janeiro, Frédéric – que também é um excelente pianista e tenista – foi nomeado CEO da nova divisão de relógios da LVMH.

Caçula é único sem assento

Os dois filhos mais velhos de Arnault, frutos de seu primeiro casamento, já estavam no board: Delphine, de 48 anos, e Antoine, de 46 anos. Agora o conselho vai votar a entrada de mais dois: Alexandre, de 31 anos, e Fréderic, de 29 anos. Ou seja, a representação familiar no board vai dobrar, sendo que o caçula da família, Jean Arnault, de 25 anos, será o único dos herdeiros a ficar sem um assento.

— Ele tem tempo, é jovem — declarou Bernard Arnault, em janeiro.

O que está em jogo é a futura liderança do maior grupo de luxo do mundo, que abrange marcas da moda como Dior e Louis Vuitton, hotéis e a joalheria Tiffany & Co, em um momento em que o setor de luxo está enfrentando uma desaceleração após um boom sem precedentes no auge da pandemia de Covid.

Analistas e fontes ligadas ao grupo dizem que é muito cedo para dizer quem assumirá o comando do conglomerado, embora Delphine, a filha mais velha do bilionário, ocupe o posto mais alto dentro do grupo como executiva-chefe da Dior e membro do comitê executivo. Analistas citados pelo Financial Times apontam para possíveis cenários em que dois ou mais herdeiros poderiam administrar a empresa em conjunto.

Arnault, cuja família detém 48% do capital acionário da LVMH e 64% dos direitos de voto, busca evitar o destino de outras dinastias empresariais francesas, onde sucessões mal administradas afundaram fortunas.

O tamanho e a participação de mercado da LVMH também são um sinal de que a próxima geração de líderes do grupo precisará ser mais criativa para manter o crescimento. Até porque, no futuro, provavelmente não poderá mais contar com a China, que impulsionou a expansão do setor durante a maior parte da última década.

Segundo uma fonte próxima ao grupo afirmou ao "Financial Times", a unidade familiar é sagrada para Arnault, sendo assim, ''tudo é organizado em torno dela".

Delphine, executiva-chefe da Christian Dior, e Antoine, chefe de imagem e comunicação do grupo, assumiram seus cargos praticamente com a mesma idade. O filho mais novo de Arnault, Jean, é diretor de relógios da Louis Vuitton, e deve se juntar aos irmãos no conselho quando for um pouco mais velho.

Além da chegada ao conselho de dois herdeiros, outras mudanças devem ir a curso no comando da companhia. O diretor administrativo do grupo, Antonio Belloni, de 69 anos, deixará o cargo após 23 anos como braço direito de Arnault, sendo substituído por Stéphane Bianchi, diretor de relógios e joias da LVMH, que é um veterano em ajudar empresas a conduzir uma sucessão familiar e atuou com essa função no grupo de cosméticos Yves Rocher.

Novas funções desde o início de 2023

Três dos cinco filhos foram nomeados para novas funções no grupo e em suas holdings desde o início de 2023, incluindo a indicação de Delphine para chefiar a Dior, a segunda maior marca do grupo, em fevereiro do ano passado. À medida que a próxima geração avança, os colaboradores mais próximos do patriarca se afastam para facilitar o processo.

Ao estabelecer uma holding familiar em 2022 para reforçar o controle e a unidade do grupo a longo prazo, Arnault determinou que cada membro da família teria um voto igual e as decisões precisariam ser tomadas de forma unânime em questões importantes relacionadas à LVMH, como mudanças em sua participação acionária ou na direção estratégica do grupo.

Arnault vê a experiência operacional como um campo de treinamento para isso e almoça regularmente com todos os cinco filhos para discutir os negócios, segundo interlocutores próximos relataram ao Financial Times.

Para os investidores, as mudanças eram esperadas, já que os principais executivos da LVMH, como Belloni, Sidney Toledano, 72 anos, e Michael Burke, 67 anos, estão envelhecendo, assim como o próprio Arnault. Arnault é conhecido por ser implacável na remoção de líderes que ele não considere à altura da tarefa, mas essa dinâmica pode mudar à medida que a próxima geração da família avança.

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