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70 anos de novelas: 70 personalidades revelam sua trama favorita

“Roque Santeiro” (1985) foi a preferida, com 10 votos, seguida de “Vale tudo” (1988), com 5
"Que rei sou eu?" (1989). Da esquerda para direita Cláudia Abreu, Tato Gabus Mendes, Antônio Abujamra, Tereza Rachel, Mila Moreira e Hilda Rebello Foto: Miriam Fichtener / Agência O Globo
"Que rei sou eu?" (1989). Da esquerda para direita Cláudia Abreu, Tato Gabus Mendes, Antônio Abujamra, Tereza Rachel, Mila Moreira e Hilda Rebello Foto: Miriam Fichtener / Agência O Globo

Em 21 de dezembro de 1951, há exatas sete décadas, era exibido o primeiro capítulo da primeira telenovela brasileira: "Sua vida me pertence". Para comemorar os 70 anos de uma das maiores paixões nacionais , o GLOBO perguntou a 70 personalidades ligadas ao gênero, entre atores, diretores, autores, jornalistas e músicos, qual sua trama preferida e por quê.

A campeã, com 10 votos, foi o clássico “Roque Santeiro”, que estreou na Globo em 1985, seguida de “Vale tudo” (1988), com 5 votos. Em terceiro lugar, empataram “Que rei sou eu” (1989), “Renascer” (1993) e “Avenida Brasil” (2012), com 4 votos cada uma. Estes e outros sucessos serão lembrados no especial “70 anos esta noite”, que vai ao ar na TV Globo nesta terça-feira (21) logo após “Um lugar ao Sol”, com participação de grandes nomes da dramaturgia.

Confira o voto de cada jurado.

Adriana Esteves, atriz: “Renascer” (1993)

“Uma novela tão importante na minha vida, e uma das mais bonitas já produzidas. Nesta novela, conheci o Marco [Ricca]. Começamos a namorar um ano depois, ficamos casados por 10 anos e tivemos um filho lindo, Felipe Ricca. Foi um trabalho maravilhoso e especial também por esta parte pessoal”.

Aguinaldo Silva, autor: “Pecado capital” (1975)

“Foi a primeira a ter êxito na tentativa de misturar o melodrama, o folhetim, com o realismo da crônica do cotidiano. O ‘naturalismo’ quase documental conferido ao texto pela autora Janete Clair e fielmente seguido pelo diretor Daniel Filho fez da obra uma espécie de mapa depois seguido pelas novelas futuras.”

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Alcione, cantora: “Roque Santeiro” (1985) e “Da cor do pecado” (2004)

“‘Roque Santeiro', com seu inesquecível Sinhozinho Malta, e 'Da cor do pecado', que retratou as belezas da minha terra: nosso Centro Histórico e seus casarões, o som único do tambor de crioula e tantas maravilhas do Maranhão."

Alexandre Nero, ator: “O bem amado” (1973)

"Dias Gomes talvez tenha sido o maior autor de telenovelas do país. Ele retrata as nossas mazelas com uma visão tragicômica e ao mesmo tempo atemporal. O elenco reúne atores brilhantes em personagens repletos de camadas. Um passeio para quem interpreta e quem assiste.”

Alinne Moraes, atriz: “Além do tempo” (2015)

“Foi uma novela que abordou épocas e personagens tão distintos, uma beata no século XIX e depois uma empresária rica em pleno 2012. É uma obra romântica e muito atual. Até hoje as pessoas se lembram muito e me chamam de Lívia. Tem cenas lindas, foi muito marcante para mim.”

Amora Mautner, diretora: “O cravo e a rosa” (2000)

"Foi uma brilhante adaptação do Walcyr do texto ‘A megera domada’ de Shakespeare, e por ter sido a primeira novela que dirigi."

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Ana Carolina, cantora: “Andando nas nuvens” (1999)

“Sempre me interessei pela forma como as novelas contam a vida do povo brasileiro. E elas, de certa forma, contam a minha também. ‘Andando nas nuvens’ marcou minha carreira, foi a primeira com música minha e que me deu meu primeiro grande sucesso: 'Garganta', tema da Deborah Bloch.”

Ana Maria Braga, apresentadora: “Avenida Brasil” (2012)

“A trama do João Emanuel Carneiro trouxe personagens cativantes e ambientados à realidade do momento que era exibida, o que foi um divisor de águas nas novelas brasileiras. O telespectador se enxergava naqueles diálogos e cenários. Toda a vingança da Nina, as maldades de Carminha deixavam espaço para momentos de muito humor e fui telespectadora assídua desta novela!"

André Paixão (Nervoso), cantor e guitarrista: “Roque Santeiro” (1985)

"É uma novela que não envelheceu, até em termos de diálogos e piadas. Muito divertida, remete à minha adolescência. Traz um sentimento bom. Trilha sonora cheia de músicas lindas. Das novelas que já assisti foi a que melhor retratou o Brasil, nosso povo, nossas crenças, nossa cultura, nossa identidade."

Antonio Fagundes, ator:  “Renascer” (1993)

“Sou realmente apaixonado por essa novela... E por um acaso eu fiz parte do elenco, mas, de qualquer forma, é maravilhosa”

Benedito Ruy Barbosa, autor: "Pantanal (1990)"

"Essa era uma novela que estava na minha cabeça e ninguém topava fazer, eu precisei bancar o louco. Saímos do estúdio, filmamos na água, em tantos lugares,... Foi um marco".

Betty Faria, atriz: “Tieta”(1989)

“Irresistível não escolher Tieta. Com inúmeras novelas maravilhosas que tive a sorte de fazer, Tieta é a escolhida porque toca o coração, é amorosa, tem humor, sem preconceitos e com consciência ecológica. É sempre atual e o povo ama”.

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Bruno de Luca, ator: “Top model” (1989)

“Tinha muitas crianças, um núcleo infantil grande. O Nuno Leal Maia fazia o personagem Gaspar, ele tinha seis filhos, cada um com uma mãe diferente. Foi ali que eu vi que poderia ser ator, que entendi um pouco a profissão. Eu fui ver a gravação na Praia da Macumba uma vez e foi um sonho pra mim. Falei: quero fazer isso da minha vida”.

Bruno Gouveia, cantor: “Louco amor" (1983)

“Assistia novelas desde pequeno, na casa de meus avós. ‘Louco amor’, entretanto, foi uma novela e tanto pra mim, cheguei a correr esbaforido pelas ruas para não perder os capítulos mais marcantes. Ali me caiu a ficha que tinha herdado a mania de meus avós e virado um noveleiro de marca maior”.

Carlinhos de Jesus, dançarino e coreógrafo: “Avenida Brasil” (2012)

“Foi uma grande novela que me chamou muito a atenção e mexeu muito comigo. A história, a trama, o elenco, a tecnologia, tudo conta muito. Eu entrei pro GloboPlay por causa da novela, para assistir quando estava na rua. Mas eu evitava sair, agendava meus compromissos para antes ou depois da novela.”

Cauã Reymond, ator: “Renascer” (1993)

“Eu assistia com meus avós, e me levou para um universo completamente diferente, que é o universo do realismo fantástico, com os personagens do Osmar Prado, do Antonio Fagundes, Marcos Palmeira, Adriana Esteves, Maria Luísa Mendonça fazendo a Buba. Foi uma novela que me marcou de um jeito muito bacana, como se eu tivesse lendo um livro espetacular."

Christiane Torloni, atriz: “Mulheres apaixonadas” (2003)

“É um projeto muito humanista do Manoel Carlos. Através das personagens, ele vai desde o abuso sexual até a proteção à saúde moral e física dos idosos. Os personagens não são heróis, são seres humanos incríveis. É uma novela epistolar, com um elenco digno de Oscar”.

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Claudette Soares, cantora: “Vale tudo” (1988)

"Tinha a Odete Roitman interpretada pela maravilhosa Beatriz Segall, e a personagem da Cássia Kis, que o público só consegue descobrir no último capítulo que matou a Odete"

Cláudia Raia, atriz: “Roque Santeiro” (1985)

“Um clássico dos clássicos. É uma síntese da nossa brasilidade. Traz os folclores, as lendas, a questão da corrupção. É uma história atemporal, que até hoje está atual. Dias Gomes, aliás, foi um autor que escreveu sobre o Brasil como ninguém”.

Daniel Filho, diretor: "Escrava Isaura” (1976)

"Projetou o Brasil internacionalmente. Parou guerras, Lucélia Santos ganhou a Águia de Ouro como melhor atriz na China. Voto popular, recebeu 300 milhões de votos…. a lista de feitos é enorme."

Deborah Secco, atriz: “Tieta” (1989)

“Me marcou muito. Quando fecho os olhos e lembro da minha infância, é a novela que mais me vem na memória”.

Dira Paes, atriz: "Escrava Isaura” (1976)

"Foi a primeira novela que assisti e que me trouxe a consciência sobre a escravidão no Brasil e no mundo. A escrava Isaura era uma representação do desejo de liberdade. A atuação da Lucélia Santos, Léa Garcia e de todo o elenco foram tão arrebatadoras, que a novela conquistou o mundo inteiro. Hoje, quem diria que sou amiga de ambas, minhas eternas musas inspiradoras.”

Edgard Scandurra, guitarrista: “Mulheres de areia” (1973)

"Essa novela, ainda em preto e branco, tinha a excelente interpretação de Carlos Zara, Eva Wilma e Gian Francesco Guarnieri , entre muitos atores e atrizes excepcionais. E tinha a abertura inesquecível em que Eva Wilma corria pela praia em câmera lenta."

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Érika Martins, cantora: “Que rei sou eu?” (1989)

"Eu era pequena e não perdia um capítulo com as minhas irmãs. Me levou a pensar sobre desigualdade, luta por direitos, injustiças... Coisas que levei para a vida toda.  Vivíamos isso na realidade do Brasil, mas para uma criança é bem mais fácil entender visualizando dentro de uma história, de forma lúdica. E era um elenco poderoso, com uma trilha sonora bacana. Lembro que até comprei o vinil com o dinheiro da merenda!"

Evandro Mesquita, cantor: “Top model” (1989)

"As gravações eram na praia, o elenco era ótimo, e autores e diretores davam liberdade para improviso dentro do tema. A novela me deixou uma marca profunda, tomei 23 pontos na cabeça surfando antes das gravações. Pude levar meus amigos e lendas do surf (Pepê, Paulo Proença, Maraca, Otávio Pacheco) para participar de um capítulo e dar mais credibilidade ao tema, com aval dos autores e direção, claro."

Fabrício Mamberti, diretor: “Renascer” (1993)

"Foi uma obra emblemática porque, além de mudar a dramaturgia das novelas, trouxe novos conceitos de luz e acabamento, e uma fotografia muito apurada. Como diretor, Luiz Fernando Carvalho desenvolveu um trabalho forte na preparação de elenco, com a atuação mais contemporânea e uma prosódia mais trabalhada.”

Fafá de Belém, cantora: “Gabriela” (1975)

"São muitas novelas marcantes. Só de trilha sonora eu tenho mais de 50. Mas a inesquecível é a primeira. Com 'Gabriela' nasceu Fafá de Belém"

Fernanda Gentil, jornalista: “Avenida Brasil” (2012)

“Tinha todos os ingredientes que fazem uma boa novela: personagens do subúrbio, que são sempre muito ricos, elenco pequeno, o que facilita a identificação do público com os personagens, conversas reais, com falas que se atropelavam, como na vida real, e ainda assim entendíamos tudo. Além de amor, humor, suspense e maldade. Pacote completo, novelão, uma aula de dramaturgia que me encantou e parou o Brasil!“

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Fernanda Montenegro, atriz: “Brilhante” (1981) e “Guerra dos sexos” (1983)

“O melodrama a gente sabe dar conta, pelo menos na minha memória foram novelas históricas ou pela amplidão de que essas histórias vão para milhares de pessoas. É uma herança do folhetim do século 19 que ficou, a minha mãe era leitora desses folhetins que vendiam semanalmente na porta, veio a rádio e depois a TV. Se tivesse que apontar então duas novelas dessas inúmeras seriam ‘Guerra dos Sexos’ e “Brilhante’.”

Fernanda Vasconcellos, atriz: “Sonho meu” (1993) e “O rei do gado” (1996)

“Lembro-me muito de assistir com a família reunida na sala. Não perdíamos um capítulo”.

Francisco Cuoco, ator: “Selva de pedra”(1986)

“Esta novela é muito marcante porque retratou o nosso cotidiano com seus dramas e comédias. Os sonhos e pesadelos. Retratou o ser humano com seus labirintos de emoções”.

Fred Mayrink, diretor: "Roque Santeiro” (1985)

"Foi assistindo a essa novela que disse à minha avó: Um dia estarei aí, na tela! Lá se vão 25 anos de Globo. Ator, assistente de direção, diretor, diretor geral e hoje diretor artístico."

Gabriel Thomaz, cantor e guitarrista: “Celebridade” (2003)

"Nunca me esquecerei de Malu Mader no papel de Maria Clara Diniz, da 'cachorra' (Claudia Abreu), do Nelito (Taumaturgo Ferreira) com o bordão 'que o'clock são?' e de sua mulher hilária. Eu não perdia essa novela"

Gaby Amarantos, cantora: “Cheias de charme” (2012)

"Eu sou muito noveleira. Eu amava as empreguetes! E tinha música na abertura da novela, então foi um divisor de águas na minha vida. Eu tenho muita saudade dessa novela, queria um come back das empreguetes now!"

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Gal Costa, cantora: “Gabriela” (1975)

"Uma novela encantadora e muito bem feita."

Glória Pires, atriz: “Vale tudo” (1988)

“Novela maravilhosa, personagens cheios de humanidade e com tudo o que o ser humano é capaz de ter dentro de si. Gilberto (Braga) foi brilhante e Maria de Fátima foi uma personagem inesquecível.”

Guilherme Arantes, cantor e compositor: “Dancin' days” (1978)

"Foi um momento fulgurante na teledramaturgia, um marco do Brasil moderno que se descobria jovem e explodia na noite feérica ao som da música dançante e com as maravilhosas Frenéticas na abertura"

Jayme Monjardim, diretor: “Roque Santeiro” (1985)

"Esse é um projeto único na história da televisão brasileira. Considero uma das novelas mais importantes porque simbolizava e mostrava as realidades do Brasil".

João Emanuel Carneiro, autor: "Roque Santeiro" (1985)

"Marcou a minha infância. Eu era muito pequeno e passei a assistir TV por causa da novela."

José Luiz Villamarim, diretor: “Vale tudo” (1988)

"Pelo tema, pela contemporaneidade, pela direção, pelos diálogos. Infelizmente, é uma novela cuja temática continua atual."

Kevin o Chris, funkeiro: “Avenida Brasil” (2012)

”Retratou bem a realidade que a gente vive no subúrbio, com bom humor e várias reflexões. O elenco também era brabo demais!”

Laura Cardoso, atriz: “Irmãos coragem" (1970)

“Uma novela escrita pela maravilhosa Janete Claire, por quem eu tenho um carinho especial, foi minha vizinha de infância. É uma novela cheia de emoção, cheia de drama. Havia uma movimentação nessa novela que era especial, assim como o elenco”

Lilia Cabral, atriz: “Selva de pedra”(1972)

“Eu estava entrando na adolescência, uma época em que a gente pensa muito em histórias de amor. Nessa novela, as histórias de amor dos personagens eram quase impossíveis. A Arlete Salles e a Dina Sfat estavam maravilhosas. Acho que eu já sonhava em querer ser atriz, e ver aqueles personagens, cada um lutando pelo que eles acreditavam e pelo amor, era muito bonito.”

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Lima Duarte, ator: “O bem amado” (1973) e “O salvador da pátria” (1989)

“Eu guardo todos os personagens com carinho. Mas uma novela que me marcou e que eu adorei fazer foi o ‘O bem amado’. Na época em que eu interpretei o Zeca Diabo fiquei muito amigo do Paulo Gracindo. Nós convivemos por 1 ano diariamente gravando a novela e essa relação permaneceu por toda a vida. Em ‘O salvador da pátria’, eu tinha um grande romance com a Maitê. Eu poderia dizer que foi essa novela que eu mais amei porque o meu personagem adorava a personagem dela, loucuras e devaneios. Gostei muito de ter aquele amor em cena."

Marcos Schechtman, diretor: "Roque Santeiro” (1985) e "O clone" (2001)

"’Roque Santeiro’ foi uma novela que parou o país, e teve uma capacidade de sinergia, de interação com o momento socioeconômico que a gente vivia, com os arquétipos, o imaginário coletivo. Os personagens tinham o voo do realismo mágico, narrativa tão peculiar da América Latina, e, ao mesmo tempo, um humor autenticamente brasileiro. Destaco ainda ‘O clone’. Enquanto o mundo tomava uma aversão com o mundo islâmico diante do atentado de 11 de setembro, a novela, ao contrário, surpreendeu pela curiosidade das pessoas conhecerem mais esse mundo tão contrastante, tão diferente, e conhecer o outro.”

Maria Adelaide Amaral, autora: “Dancin' days’" (1978)

"Além da boa trama, foi uma revolução visual na moda e também no comportamento da época".

Maria Beltrão, jornalista: "Roque Santeiro” (1985)

"Foi a primeira e única novela que meu pai assistiu, e era nosso programa juntos. Uma novela inesquecível, com interpretações incríveis, e tem toda aquela história da censura da primeira versão, então tinha uma "demanda recalcada" por ela. E era uma metáfora do Brasil, falava muito da gente, da exploração do povo, da politicagem.”

Mariana Gross, jornalista: “Que rei sou eu?” (1989)

“A novela de época fazia paralelos com fatos históricos de forma bem humorada. Trazia uma verve crítica sobre o comportamento de nossos políticos. Tinha um elenco estelar, com destaque para Jorge Dória e John Herbert, uma produção caprichada, com figurinos impecáveis. Nunca mais me esqueci".

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Mariana Rios, atriz: “Mulheres de areia” (1993)

"Gosto do elenco, do texto, da história, da forma como foi contada. É uma novela rica em detalhes, enredo, e é atemporal.”

Marieta Severo, atriz: “Que rei sou eu?”(1989)

“Cassiano Gabus Mendes criou um reino imaginário e, através dessa fantasia rasgada, conseguiu falar da realidade do Brasil, de um país que saía de uma ditadura cruel e opressora. É muito interessante a última fala da novela, em que o revolucionário diz: ‘ninguém vai explorar o trabalho do pobre’. E com Jorge Fernando na direção, a diversão na gravação era garantida, muita risada. Tenho excelentes lembranças.”

Mateus Solano, ator: “Que rei sou eu?”(1989)

“Marcou demais a minha infância. Tenho uma lembrança muito forte e viva.”

Michel Teló, cantor: “Pantanal (1990)"

"Marcou minha infância. Eu me identificava muito, por ser da minha região, da minha terra. Mesmo sendo pequeno, eu me lembro bem de Campo Grande parado para assistir. Foi uma grande revolução".

Moacyr Luz, cantor e compositor: “Tieta” (1989)

"Eu fiz parte da trilha sonora da novela com a música 'Coração do Agreste', em parceira com o Aldir Blanc, gravada pela Fafá de Belém, que proporcionou momentos maravilhosos na minha vida com a dimensão que ela trouxe pro meu trabalho de compositor"

Nelson Motta, jornalista: “Vale tudo” (1988)

"Um espetacular show da maldade humana, do cinismo e da ambição, em que o mal quase sempre faz o bem de bobo, como na vida real, e especialmente naquele momento de raiva e desencanto do Brasil de 1988. Já teve duas reprises e está cada vez melhor e mais atual".

Nivea Maria, atriz: “A moreninha" (1975)

“Uma romântica e inspiradora história de amor, com imagens lindíssimas da Ilha de Paquetá, figurinos deslumbrantes e com uma qualidade técnica e artística surpreendente para a época (1975). Ficou para sempre na minha memória como atriz e espectadora.”

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Patrícia Pillar, atriz:  "Roque Santeiro” (1985)

“A meu ver, uma novela completa. O texto do Dias Gomes e os personagens tão brasileiros criados por ele são um retrato fiel e bem-humorado do Brasil. Além de ter um motivo especial pra mim porque foi minha primeira novela. Que sorte!”

Paulo Betti, ator: “Estúpido cupido” (1976)

"É bucólica. Gosto dos personagens, do preto e branco. O último capítulo foi exibido em cores, quando a TV se tornou colorida. E tinha um elenco muito bacana.”

Roberta Campos, cantora: "A viagem (1994)"

"Me interesso muito por espiritualidade, e a novela aborda esse tema de uma forma bonita e dentro de tudo que eu já havia lido e estudado, o que me encantou! Além de tudo, a trilha sonora é maravilhosa e tem um núcleo de atores incríveis”.

Rosane Svartman, autora: “Estúpido cupido” (1976)

"É a primeira novela que eu lembro de ter visto, eu tinha uns 6,7 anos. Acho incrível como as telenovelas acompanham a sociedade e também nossas vidas. Ver ‘Estúpido cupido’ fazia parte da minha rotina."

Silva, cantor: “Mulheres de areia” (1993)

"É sempre a primeira novela que vem à minha cabeça. Ainda não entendia muita coisa, era bem pequeno, mas lembro que amava a Raquel (Glória Pires) e a trilha era muito boa."

Simone, cantora: “Sol de verão” (1982)

“Eu sabia que a música 'Tô que tô' estaria na trilha, mas não imaginava que seria na abertura. Fiquei muito impactada e isso me marcou”

Stênio Garcia, ator: “O clone” (2001)

"Era uma novela envolvente. Ficamos quase três meses no Marrocos e eu pude conhecer e me aprofundar na cultura islâmica, que é muito bonita e interessante. Eu aprendi muita coisa. Meu personagem Tio Ali era um sábio, era o tio do momento no Brasil, todo mundo queria ter um."

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Teresa Cristina, cantora: “Dancing days” (1978) e “Saramandaia” (1976)

“De 'Dancing Days', lembro de uma cena em que a Gal Costa participa e, em uma sequência espetacular de provocação entre as duas irmãs Julia Mattos (Sônia Braga) e Yolanda Pratini (Joanna Fomm), canta sua melhor versão de 'Folhetim'. Já 'Saramandaia' mora no meu coração. Era um realismo fantástico onde tudo acontecia. Essa novela me preparou para ser uma leitora desse gênero, inclusive. Toda a surpresa que tive depois de ler o (José) Saramago em algum momento, mostra que tem alguma coisa de 'Saramandaia' dentro de mim”.

Thelma Guedes, autora: “Irmãos coragem" (1970)

"Pra mim, a novela mais emblemática de todas da história da televisão brasileira. Era uma história grandiosa, uma saga familiar heróica, trágica, épica, certamente inspirada na peça ‘Mãe Coragem e seus filhos’, de Bertolt Brecht. Tinha a belíssima e tão importante premissa sobre o perigo da ganância e de suas consequências trágicas. Era altamente refinada, uma obra de arte, mas ao mesmo tempo popular. Porque envolvia o público pela emoção. Eu era menina quando foi ao ar, mas meu coração batia mais forte  a cada capítulo que eu assistia e, com certeza, essa novela tem muito a ver com a minha escolha profissional.”

Thiago Fragoso, ator: "A favorita” (2008)

“Sempre fui noveleiro, e essa assisti como espectador. Fiquei impressionado com a virada na novela criada pelo João Emanuel Carneiro. Gênio"

Tico Santa Cruz, cantor: “Roque Santeiro” (1985)

"Toda aquela saga que envolvia um personagem misterioso que voltava para a cidade de Asa Branca para acabar com um sistema político-religioso que explorava sua imagem e fazia um jogo de poder, lucrando com a história do Mito. Mesmo tendo sido escrita há tantos anos, essa história representa um Brasil Raiz, onde poderosos usam da boa fé do povo, para sustentar-se no poder.”

Tony Bellotto, guitarrista: “Beto Rockfeller” (1968)

"Tinha muito bom humor, talento e inventividade, numa época ainda heróica das novelas, em que as ousadias eram mais frequentes e o formato mais solto e menos engessado. Sou um saudosista e entusiasta da transgressão, e a novela tinha de sobra."

Tony Ramos, ator: não conseguiu escolher

“Impossível escolher a melhor novela em 70 anos de apresentação. Tendo que contar as novelas da Tupi, Excelsior, na própria Globo. Não existe a melhor de todas. Isso eu deixo para o público eleger. É claro que o gosto pessoal de cada telespectador é único.”

Vinícius Coimbra, diretor: “Vale tudo” (1988)

"Gilberto Braga era o gênio brasileiro da Zona Norte, era a nossa Maria de Fátima. Essa história da filha gananciosa e da mãe que não desiste da filha é comovente, demasiadamente humana, uma tragédia grega ambientada no Rio de Janeiro."

Vinny, cantor: “Vamp” (1991)

"Foi a primeira trilha sonora de novela da qual participei. Adorava a novela, adorava ver a história, sempre fui fanático por Conde Drácula e todas as histórias de vampiro da época. Aquele humor da novela misturado com vampiros era muito bacana"