Cultura TV

Leandro Soares protagoniza filme, escreve humorístico e adapta peça

Capixaba de 32 anos diz que quer atuar mais: 'Não quero que um trabalho atrapalhe o outro'
O autor, ator e tradutor Leandro Soares Foto: divulgação / divulgação
O autor, ator e tradutor Leandro Soares Foto: divulgação / divulgação

RIO - Leandro Soares até tem um computador supermoderno em casa, mas é no velho quadro-negro, com giz, que ele costuma escrever suas ideias. Que não são poucas. Soares é ator, autor e tradutor. Um nome frequente em créditos de filmes, peças e programas de TV. É o roteirista do “Vai que cola”, do Multishow, desenvolve um outro projeto para o humorista Paulo Gustavo no canal, recentemente protagonizou o longa “Tamo junto”, de Matheus Souza, e é o responsável pela tradução e pela adaptação da peça “Ubu Rei”, do francês Alfred Jarry, com Marco Nanini, cujo processo (espécie de ensaio aberto) será apresentado no festival Gamboavista, em fevereiro, e cuja temporada estreia logo depois no Oi Casa Grande.

Capixaba, Soares se mudou para o Rio há 15 anos, para investir na carreira artística. Acabou se formando em Direito na Uerj, ao mesmo tempo em que cursou Artes Cênicas na UniRio e teatro no Tablado. A experiência na cidade rendeu sua primeira incursão na TV, a série “Morando sozinho”, do Multishow, de 2010 a 2012.

— Quando a série foi cancelada, eu fiquei muito frustrado. Mas o canal disse que gostava da minha escrita e queria que eu participasse de um novo humorístico. Aí, vieram as ideias para o “Vai que cola”. Acho que o programa mostra uma intimidade que o brasileiro gosta, são arquétipos muito brutos que busquei lá atrás — explica ele, que compara o humorístico a “Chaves”. — O Chaves é o lugar mais confortável da minha infância. Quem não se sente em casa naquela vila? E quando pensei na pensão da dona Jô ( Catarina Abdalla ), queria que aquilo fosse uma extensão da nossa casa.

Soares já escreveu programas na Globo, como o “Esquenta!” e a nova “Escolinha do professor Raimundo’’. Antes da quinta temporada do “Vai que cola’’, ele vem acompanhando os ensaios de “Ubu Rei” e pensa o projeto de um novo espetáculo com amigos como George Sauma, que conheceu no Tablado.

Sua primeira adaptação para o teatro, “A importância de ser perfeito”, de Oscar Wilde, ficou sete temporadas em cartaz no Rio. A direção era de Daniel Herz, outro grande amigo. Foi a partir daí, aliás, que se deu o encontro com Nanini:

— Fui ver “Beije minha lápide” e cumprimentei o Nanini no final. Aí, ele disse que queria falar comigo. Lemos várias peças até escolher “Ubu Rei”. Para mim, o Nanini é o ator com mais frescor no teatro, ele não fica velho nunca.

Atuar mais é um desejo que vem perseguindo:

— Teve um período que atuei menos para escrever mais, mas não quero que um trabalho atrapalhe o outro.