RIO - Falar sobre sexualidade e relacionamento com propriedade na televisão não faz de Fernanda Lima um furacão na intimidade, ela conta. Aos 38 anos, a gaúcha se diz conservadora, apesar de classificar a prática sexual como banal e de achar natural mandar nudes para o marido, o ator Rodrigo Hilbert, do programa “Tempero de família”, do GNT. O modismo, aliás, é um dos temas da estreia da nova temporada de “Amor & sexo”, que vai tratar do prazer em sua volta à Globo, neste sábado, dia 23, às 22h35m — pela primeira vez, a atração vai ao ar antes das 23h e em um sábado.
Fernanda jura que essa temporada, com dez episódios temáticos, realmente será a última (o fim do programa já foi anunciado outras vezes, mas ela afirma querer parar antes que a fórmula se desgaste). A mãe dos gêmeos João e Francisco, de 7 anos, diz que não se sentia tão à vontade para conversar sobre sexualidade com o marido antes de começar a ler sobre o tema para teorizar sobre o assunto.
Ela assina a redação final de “Amor & sexo” com Antonio Amâncio e considera essa a tarefa mais difícil (“O tema é infinito, mas no programa não pode ser tratado de forma muito boba, nem bizarra”).
No palco, a apresentadora garante se sentir segura. Fernanda conta que chega a ensaiar até cinco horas por dia as coreografias dos números musicais que abrem as edições da atração. No primeiro episódio, a gaúcha vai cantar “Banho de espuma”, de Rita Lee. Com a saída de Leo Jaime do programa, a banda da atração ganhou dois novos vocalistas, Régis Paulino e a drag queen Pabllo Vittar. Na bancada de jurados, outra novidade: o estilista Dudu Bertholini reforça o time de participantes fixos ao lado de Otaviano Costa, Mariana Santos, José Loreto, Xico Sá e Regina Navarro Lins.
À frente de “Amor & sexo” desde agosto de 2009, Fernanda reconhece certas mudanças em seu comportamento nesses últimos anos. E lista algumas curiosidades abaixo:
1. “Sexo é uma coisa tão banal”
“Todo mundo pergunta o que mudou na minha vida depois do programa. Na prática, continuo a mesma. Sexo é uma coisa tão banal. Para mim, o mais difícil é falar sobre o assunto, dividir o que você pensa com a pessoa que vive com você. Isso sempre foi uma questão. Mas é óbvio que, depois de ler tanto sobre o assunto, e de falar tanto sobre isso, passei a conversar mais em casa.”
2. “As pessoas precisam relaxar com essa história de nudes”
“As pessoas precisam relaxar com essa história de mandar nudes, é uma coisa natural. Mando para o Rodrigo (Hilbert, seu marido) e ele me manda também. Mas nem sempre estou necessariamente pelada nas fotos. É uma brincadeira. Falar sobre isso causa um frisson, uma polêmica.”
3. “Corremos risco o tempo todo”
“A gente é muito preso a certos conceitos e crenças do passado. Somos possessivos com nosso parceiro em relação a amor e sexo. Hoje em dia eu lido de outra forma com essa questão, venho evoluindo, sei que não posso dominar a pessoa. Corremos risco o tempo todo de o nosso parceiro e nós mesmos nos apaixonarmos por outras pessoas, de não querer mais ficar junto. Isso não pode ser encarado como a morte. Por que a gente se sente tão frágil quando a pessoa ao nosso lado olha para outra?”
4. “A gente se conhece, bota o pijama junto todo dia”
“Eu e Rodrigo temos um relacionamento de quase 15 anos. A gente se ama. Temos tesão, carinho, a paixão continua super em alta. Não fico buscando novidades para alimentar a relação. A gente se conhece, bota o pijama junto e dorme ao lado do outro todo dia. Não precisa ficar inventando uma situação, nem ter grandes emoções. Senão, fica até parecendo outra pessoa.”
5. “Um dia, quem sabe, a gente faz umas macaquices”
“Uma vez mostramos no programa um balanço (para a prática sexual). Durante a gravação, eu fiquei animada e ganhei o balanço. Levei para casa, mas está na caixa até hoje. Um dia, quem sabe, a gente instala para fazer umas macaquices.”
6. “Não podemos julgar as fantasias dos outros”
“Eu me considero uma pessoa bastante conservadora na minha vida, mas ao mesmo tempo tenho a cabeça aberta. Sempre conversei com pessoas de todo tipo. E não vejo problema nos assuntos que tratamos no programa. A gente apresenta questões, fala das tendências, dos novos comportamentos que estão sendo praticados. Claro que alguns temas são mais próximos de mim e, ao gravar, eu me aproprio daquilo. Mas saber como as pessoas vão encarar aquilo é muito relativo, depende da cabeça delas. Eu mesma penso muitas vezes: ‘Como é que vou falar sobre isso?’. Não podemos julgar as fantasias dos outros, apenas falar sobre elas.”