Cultura
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Por , Em AFP

Kevin Costner voltou a calçar botas de caubói neste domingo, no Festival de Cannes, na première de seu novo filme, "Horizon: An American Saga - Chapter 1". Kevin Costner disse à AFP que é um "estranho" em Hollywood, e por isso teve que colocar milhões de seu próprio bolso no faroeste que vem tentando produzir desde os anos 1980.

Costner revelou que o roteiro foi escrito em 1988. Rejeitado pelos estúdios de Hollywood, ele finalmente decidiu hipotecar sua propriedade e filmar não um, mas quatro filmes épicos sobre a colonização do oeste dos Estados Unidos no século XIX. Só a primeira parte, exibida neste domingo em Cannes, tem três horas de duração.

— Tem sido uma jornada real como o próprio filme. As pessoas me disseram: 'Ninguém faz nem dois filmes, Kevin, por que você está fazendo quatro?' — disse ele à AFP. — Chegou uma hora em que pensei, tudo bem, vou fazer isso sozinho. E então hipotequei um imóvel e levantei o dinheiro.

Assim, Costner assumiu o controle total do projeto — estrelando, escrevendo, dirigindo, muitas vezes morando no set e explorando locações ele mesmo.

— Sou um pouco estranho em Hollywood e não sei exatamente por quê. Provavelmente porque não quero que as pessoas manipulem a história que quero contar e estou disposto a enfrentá-las — disse o cineasta de 69 anos. — Não há desculpas. Todas essas decisões são minhas. Então, se você não gostar, pode reclamar comigo.

Kevin Costner no filme 'Horizon: As american saga' — Foto: Divulgação
Kevin Costner no filme 'Horizon: As american saga' — Foto: Divulgação

"Horizon" não é o único megaprojeto autofinanciado a estrear em Cannes esta semana. Pouco dias antes, o festival viu a estreia de "Megalopolis", de Francis Ford Coppola, dividir drasticamente o público. Assim como Coppola, Costner diz que não tem medo de ir à falência.

— Medo de que? Se eles tirarem isso de mim, ainda tenho meu filme. Ainda tenho minha integridade. Ainda escutei meu coração — disse Costner.

O filme, que também é estrelado por Sienna Miller e Sam Worthington, segue múltiplas histórias sobre a fronteira violenta enquanto os europeus estabelecem assentamentos em terras nativas americanas. O filme leva Costner de volta à questão do genocídio dos nativos americanos, que lhe rendeu o Oscar em 1994, com "Danças com Lobos".

— Tirámos tudo deles. Quinhentas nações. Acabamos de destruí-las — diz o cineasta. — Quando o grande movimento de pessoas começou através do oceano, a América era como um Jardim do Éden. Mas tinha gente vivendo lá há 15 mil anos e não conseguiam entender o apetite dessas pessoas que acreditavam que se você fosse forte o suficiente, se fosse mau o suficiente... poderia tirar tudo dos outros.

Ele vê a violência daquela época tristemente refletida no estado atual do mundo.

— As mulheres deveriam governar mais países e não digo isso apenas por falar — disse ele. — Nós, homens, tivemos a nossa oportunidade e, por alguma razão, ainda estamos em guerra. Somos como formigas vermelhas. Porque é que o mundo está à beira do abismo? Quem são estas pessoas que pensam que podem colocar outras vidas em risco por causa de fronteiras? É vergonhoso.

Costner disse que ficou encantado com a recepção calorosa em Cannes, onde recebeu uma medalha oficial de honra para as artes do ministro da Cultura antes da estreia.

— Eu sonhava em vir aqui e trazer meu filme. Estou muito feliz que Cannes tenha mantido suas tradições e estou tendo a chance de fazer parte disso.

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