Cultura
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Por O Globo com agências internacionais — Los Angeles

Nascido em Watts, na Califórnia, Duane “Keffe D” Davis era líder da South Side Compton Crips. Em 2019, chegou a lançar um livro com memórias sobre sua trajetória no mundo das gangues. Segundo a polícia americana, ele ainda estava à frente do grupo quando planejou o ataque a Tupac Shakur, crime do qual é apontado como principal suspeito. Davis foi preso nesta sexta-feira.

Em seu livro, Davis relata ter se mudado com a família, na década de 1960, para um bairro de classe média voltado à população negra, em Compton. Com 12 irmãos, perdeu a mãe em 1980, aos 15 anos, em decorrência de um câncer. Também perdeu dois irmãos — um de câncer, e outro baleado nas ruas da cidade, segundo autobiografia citada pela rede CBS.

Na juventude, foi apresentado à venda de drogas e gostou do rápido retorno financeiro que conseguia. Preso por tráfico de 1985 a 1989, Davis relatou, em seu livro, que o tempo na prisão fez dele um “gângster endurecido”, em vez de reabilitá-lo.

Envolvimento no assassinato

Segundo a polícia, Davis é o único suspeito ainda vivo. Outros três homens que estariam dentro do Cadillac branco de onde vieram os disparos que atingiram o rapper também estão mortos. Na ocasião, Tupac havia acabado de deixar uma luta de Mike Tyson, no MGM Grand Garden Arena.

A motivação do crime teria sido uma briga entre o rapper e o sobrinho de Davis, ainda no hotel onde aconteceu a luta. Orlando Anderson foi espancado por Tupac, que estava acompanhado do amigo Marion “Suge” Knight, e a confusão precisou ser apartada por funcionários.

Logo depois, segundo a polícia, Davis teria tomado conhecimento das agressões a Anderson e bolou rapidamente um plano de vingança. Segundo a rede CBS, investigadores apontam que era o sobrinho do suspeito que o acompanhava, além de Terrance Brown e Deandre Smith, no momento do crime.

Irmãos cobram investigação

Os irmãos de Tupac Shakur celebraram a prisão de Davis. Mopreme Shakur considerou "bom" que alguém, enfim, esteja respondendo pelo crime. Ele ponderou ao site "TMZ" que a prisão do suspeito "traz de volta o trauma do assassinato" e não significa que foi feita justiça. Mopreme destacou esperar que a investigação continue para identificar possíveis cúmplices e esclarecer a motivação do caso.

No início do mês, Mopreme colocou em dúvida a investigação policial depois que um mandado de busca foi expedido em relação ao caso. O irmão de Tupac disse estar surpreso com a prisão. Já a irmã de Tupac, Sekyiwa “Set”, disse ao TMZ, em comunicado, que este é um "momento crucial" no esclarecimento da morte do rapper.

"É importante para mim que o mundo, o país, o sistema de justiça e nosso povo reconheçam a gravidade do falecimento deste homem, meu irmão, filho de minha mãe, filho de meu pai. Sua vida e morte são importantes e não devem ficar sem solução ou sem reconhecimento", disse ela. "Houve várias mãos envolvidas e ainda há muita coisa em torno da vida e da morte de meu irmão Tupac e de nossa família Shakur em geral. Estamos buscando justiça real, em todas as frentes".

Shakur, o artista de Hip-Hop que mais fez sucesso até hoje, com 75 milhões de discos vendidos e autor de sucessos como "California Love", foi morto a tiros quando estava em um carro em Las Vegas, em setembro de 1996.

Embora breve, sua carreira deslanchou rapidamente, passando de dançarino coadjuvante a autoproclamado 'gangsta rapper' e uma das figuras mais influentes do Hip-Hop.

Nascido em Nova York, ainda na adolescência, mudou-se com a família para a Califórnia, onde se tornou uma das figuras mas importantes do cenário musical da costa oeste.

As circunstâncias de sua morte ainda permanecem obscuras. Seis meses após seu assassinato, seu principal rival, o rapper da costa leste americana Christopher Wallace, mais conhecido como "The Notorious BIG", também foi morto a tiros.

Muito acreditam que ambos foram assassinados como parte de uma rivalidade entre suas gravadoras, a Death Row, com sede em Los Angeles, e a Bad Boy Entertainment, de Nova York.

No entanto, alguns historiadores da música dizem que as hostilidades entre os dois foram exacerbadas por razões comerciais.

Batizado em homenagem ao líder revolucionário inca Tupac Amaru por sua mãe - uma integrante ativa do movimento dos Panteras Negras -, Shakur abordava em suas letras as dificuldades dos afro-americanos nos Estados Unidos, que enfrentavam desde a brutalidade policial até as detenções em massa.

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