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Gravadora rompe com Marilyn Manson após Evan Rachel Wood denunciar abuso sexual

Ex-noiva do roqueiro, atriz usou as redes sociais para apoiar outras vítimas
O cantor americano Marilyn Manson Foto: Owen Sweeney / Owen Sweeney/Invision/AP
O cantor americano Marilyn Manson Foto: Owen Sweeney / Owen Sweeney/Invision/AP

Marilyn Manson já enfrenta as consequências da denúncia feita por Evan Rachel Wood, protagonista da série "Westworld" . Ela o acusou publicamente de abuso sexual e outras violências. Manson e Wood noivaram em 2010, mas a relação terminou no ano seguinte.

Depois da ex-noiva, outras supostas vítimas de Manson acusaram o roqueiro de comportamento violento. Diante dos relatos, a Loma Vista Recordings, um dos selos da Universal Music, anunciou que rompeu o acordo que tinha com o músico.

"Após as acusações perturbadoras de Evan Rachel Wood e outras mulheres apontando Marilyn Manson como abusador, a Loma Vista vai deixar de promover seu álbum atual, com efeito imediato. Devido a estes acontecimentos preocupantes, nós decidimos também não trabalhar com Marilyn Manson em qualquer projeto futuro", anunciou a gravadora, em nota enviada ao site "The Hollywood Reporter".

Antes mesmo do anúncio oficial, o selo já tinha retirado de seu site oficial a página com o catálogo de Manson.

Entenda o caso

Depois de dizer em diversas entrevistas ter sido vítima de estupro e agressões, Evan Rachel Wood revelou no Instagram o nome do abusador: Marilyn Manson. A atriz de "Westworld" ficou noiva do cantor em 2010 e terminou a relação um ano depois.

“O nome do meu agressor é Brian Warner, também conhecido mundialmente como Marilyn Manson. Ele começou a seduzir quando eu era adolescente e abusou terrivelmente de mim durante anos. Fui submetida a uma lavagem cerebral e manipulada até a submissão. Cansei de viver com medo de retaliação, calúnia ou chantagem. Estou aqui para expor este homem perigoso e convocar as muitas indústrias que o capacitaram, antes que ele arruíne mais vidas. Eu fico com as muitas vítimas que não ficarão mais em silêncio."

A primeira vez que Rachel falou sobre ter sido vítima de abusos, segundo a revista "Variety", foi em 2016. Desde então, ela tem se engajado na luta pelo endurecimento de leis contra assédios.

Em fevereiro de 2018, a atriz foi uma das três mulheres que testemunharam perante o Congresso sobre experiência com agressão sexual na tentativa de expandir a Declaração de Direitos dos Sobreviventes de Violência Sexual para além do nível federal e em todos os 50 estados. Naquele momento, especulou-se que o agressor a quem ela se referiu era o músico, mas ele nunca comentou o assunto.

“Eu pensei ser único ser humano que experimentou isso e carreguei muita culpa e confusão sobre minha resposta ao abuso”, disse na época, antes de entrar em detalhes sobre a tortura que ela suportou. “Aceitei minha impotência e, de alguma forma, senti que merecia isso", disse ela.

Na mesma época, ela mandou um comunicado para a"CNN" em que dizia: “Quero que o Congresso entenda que a agressão sexual e o estupro têm efeitos duradourosna saúde e bem-estar. É o trauma que continua após o próprio ato que é opressor. Os sobreviventes também não devem ser forçados a pular obstáculos para responsabilizar seus agressores.”