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Por The New York Times

Atriz com a agenda cada vez mais cheia, a britânica Daisy Edgar-Jones, de 25 anos, logo vai perceber como será complicada a corrida para voltar ao trabalho em Hollywood. A greve dos atores chegou a um acordo provisório e, se os membros do sindicato aprovarem o novo contrato nos próximos dias, a atriz vai voltar para o set de "Twisters" em Oklahoma. Quando a greve começou, no verão setentrional, a produção da sequência do filme-catástrofe "Twister", de 1996, foi interrompida. Com lançamento planejado para o próximo verão setentrional, agora não há tempo a perder: restam poucas semanas para terminar o filme.

Isso significa que ela terá de desistir de atuar em um drama que Ron Howard vai começar a dirigir em breve na Austrália. Antes da greve, sua agenda estava organizada para que pudesse fazer os dois trabalhos. Mas, de repente, há um monte de projetos em vários estados de preparação, já que a indústria do entretenimento está se esforçando para compensar os meses de trabalho perdido.

Timothée Chalamet vive uma situação parecida. Está escalado para interpretar Bob Dylan no filme "A complete unkknown", de James Mangold, que vai começar a ser rodado em março. Mas a Warner Bros. adiou o lançamento de "Duna 2", epopeia de ficção científica, para o mesmo mês, no intuito de que o ator e outras estrelas do elenco, como Zendaya e Austin Butler, possam promover o filme — o que não era permitido durante a greve. A conciliação da produção de um filme com a divulgação de outro está sendo ajustada.

Timothée Chalamet — Foto: NBC
Timothée Chalamet — Foto: NBC

São apenas dois dos pequenos dramas em curso enquanto Hollywood retoma finalmente o trabalho depois de seis longos meses de paralisação por causa da greve dupla de atores e roteiristas. Os projetos que estão para ser lançados, mas precisam de atores para divulgá-los, somados àqueles que estavam programados para iniciar as filmagens e que agora devem ser adiados em razão de outros compromissos dos atores, geram um congestionamento em Hollywood.

— É mais ou menos como aqueles navios presos no porto durante a Covid, que não conseguiam ser descarregados com rapidez suficiente. Eles vão ter de passar um por um pelo canal, e, assim, as coisas poderão ser normalizadas e retomadas — disse o produtor Todd Garner.

As produções que pararam no meio do percurso serão as primeiras a prosseguir. Isso significa que as filmagens de "Gladiador 2", de Ridley Scott, devem ser retomadas em cerca de três semanas, em Malta. Já "Deadpool 3", pode recomeçar em duas semanas em Norfolk, na Inglaterra. Como está sendo filmado em um estúdio em Gold Coast, na Austrália, "Mortal Kombat 2", produzido por Garner, poderá, segundo ele, ser retomado em alguns dias. Roteiristas que estão correndo para finalizar episódios e os programas de televisão tendem a seguir o mesmo caminho.

Estas são as boas notícias. As más são que não será fácil e, definitivamente, nada barato. Segundo dois executivos de estúdios, que pediram anonimato em razão das tensões em torno da greve, a retomada das filmagens, dependendo do tamanho da produção, vai elevar o orçamento de US$ 500 mil para US$ 4 milhões. Somam-se a isso os custos extras para manter o aluguel dos estúdios e dos equipamentos durante a greve, para que, depois que ela terminasse, as coisas pudessem voltar a funcionar o mais depressa possível.

Diretor financeiro da Paramount Global, Naveen Chopra afirmou que, durante a videoconferência sobre os resultados da empresa, o estúdio gastou "por volta de US$ 60 milhões em decorrência da greve no último trimestre para manter a capacidade de produção enquanto ela vigorava".

Se as produções se estenderem até o fim de dezembro, os estúdios terão de pagar a mais para manter o elenco e a equipe durante as férias tradicionais em Hollywood — as duas últimas semanas do ano. Como resultado da demanda, é provável que os custos de equipamento, equipes e locações cresçam, em uma indústria já devastada pelas consequências financeiras da greve.

Hollywood brasileira: Abra e Gedar manifestaram apoio à greve iniciada pelos colegas americanos — Foto: Fred Prouser/ foto de arquivo
Hollywood brasileira: Abra e Gedar manifestaram apoio à greve iniciada pelos colegas americanos — Foto: Fred Prouser/ foto de arquivo

As paralisações custaram o emprego de milhares de pessoas, tanto dentro quanto fora da indústria do entretenimento. O governador Gavin Newsom, da Califórnia, estimou uma perda de mais de US$ 5 bilhões na economia do estado em setembro.

As empresas que dão suporte à produção em Los Angeles, Nova York e outros lugares também estão ansiosas para voltar a trabalhar. O impacto tem sido mais forte para os donos de estúdios independentes. Vice-presidente executivo de estúdios globais da Hudson Pacific, entidade imobiliária proprietária do Sunset Studios, Jeff Stotland afirmou que cerca de 90% do espaço de produção em Los Angeles, por exemplo, é alugado a cada projeto. Isso significa que muitos desses espaços estão sem novos locatários há meses:

— De 80% a 90% desses estúdios foram dizimados.

Metade dos estúdios da Hudson Pacific tem contratos de aluguel de longo prazo, por isso houve geração de renda durante a paralisação. No entanto, estúdios com contratos de curto prazo poderão aumentar seu preço, por causa da demanda e da necessidade de recuperar as perdas em razão da greve.

— O cenário atual é: para onde estamos indo? A própria indústria está passando por uma transformação e a quantidade de produções é incerta. Acreditamos que vai haver um número significativo de produções nos próximos 12 a 18 meses, o que pode ou não representar uma tendência de longo prazo. Não se sabe ao certo — disse Stotland.

Pelo menos para 2024, a alta demanda pode ser positiva. Quando os estúdios precisam preencher seu cronograma e não têm condição de esperar por uma Emma Stone ou um Brad Pitt, podem recorrer a atores talentosos menos famosos.

— Nem todo mundo pode fazer tudo e os estúdios não podem esperar esses atores para sempre. Talvez isso distribua a riqueza e a gente não sinta tanto o impacto de menos filmes e programas de televisão até 2025 — comentou Jay Gassner, codiretor do departamento de talentos da United Talent Agency.

(Brooks Barnes contribuiu para esta reportagem.)

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