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Jennifer Lawrence não será mais ‘fofa’ ao negociar salários

Atriz escreve ensaio pedindo igualdade salarial entre atores e atrizes em Hollywood
A beleza de Jennifer Lawrence Foto: PHIL McCARTEN / REUTERS
A beleza de Jennifer Lawrence Foto: PHIL McCARTEN / REUTERS

NOVA YORK — Jennifer Lawrence disse estar cansada de tentar ser “fofa” em relação ao sexismo em Hollywood e a diferença de salários entre homens e mulheres. A atriz de 25 anos, vencedora do Oscar por “O lado bom da vida”, disse que no passado temia ser rotulada como uma menina mimada quando fosse negociar papéis, mas os homens não precisam ter essa preocupação. A declaração foi dada num ensaio publicado no site "Lenny", da criadora da série “Girls”, Lena Dunham.

Com o vazamento de emails da Sony Pictures no ano passado, ela descobriu que seu salário em “Trapaça” era muito menor que o dos três colegas de trabalho homens, Christian Bale, Bradley Cooper e Jeremy Renner. Lawrence disse que não queria parecer difícil ou mimada, “até ver o contracheque na internet e perceber que todos os homens com quem trabalhava não se preocupavam em parecer ‘difíceis’ ou ‘mimados’.”

“Quando aconteceu o vazamento da Sony e eu soube como estava ganhando menos que os caras com pintos, não me irritei com a Sony. Eu me irritei comigo mesma”, disse ela. “Eu falhei na negociação porque desisti muito cedo. Não queria brigar por milhões de dólares que, francamente, graças a duas franquias eu não preciso.”

A estrela de “Jogos vorazes” foi, segundo a Forbes, a atriz mais bem paga em Hollywood, com ganhos estimados em US$ 52 milhões. Mas esse valor não chega nem perto dos US$ 80 milhões estimados de Robert Downey Jr, o Homem de Ferro. Em seu ensaio, intitulado “Porque esses caras ganham mais do que eu?”, ela pede uma atitude mais combativa das atrizes de Hollywood.

“Cansei de tentar encontrar a maneira ‘fofa’ de marcar minha opinião e continuar sendo simpática”, continua. “Jeremy Renner, Christian Bale e Bradley Cooper todos lutaram e conseguiram negociar bons contratos para si. No mínimo eles foram elogiados por serem duros e estratégicos, enquanto eu estava preocupada em parecer uma fedelha sem conseguir o que era justo.”

A luta por igualdade salarial em Hollywood ganhou força no início do ano, quando Patricia Arquette, vencedora do Oscar de melhor atriz, fez um discurso duro e direto, dedicando o prêmio a "toda mulher que já deu à luz, todo cidadão que paga impostos, nós lutamos pelos direitos de todo mundo. É nossa vez de ter salários igualitários para todos e direitos iguais para as mulheres nos EUA".

Na época, Meryl Streep aplaudiu com entusiasmo o discurso de Arquette. Na semana passada, a atriz ganhadora de quatro Oscars disse à BBC na semana passada que ela também ganha menos do que seus colegas do sexo masculino.