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Sony queria pagar a Jennifer Lawrence um valor inferior ao dos protagonistas homens de 'Trapaça'

Informações sobre filmes de Destiny's Child e Kanye West também foram divulgadas

‘Trapaça’ teve dez indicações ao Oscar 2014, mas não levou nenhuma estatueta Foto: Divulgação
‘Trapaça’ teve dez indicações ao Oscar 2014, mas não levou nenhuma estatueta Foto: Divulgação

RIO - Novo vazamento de e-mails confidenciais de executivos da Sony revelou, entre outras informações, que Jennifer Lawrence receberia um percentual de lucros inferior ao de Christian Bale, Bradley Cooper e Jeremy Renner, seus companheiros no filme "Trapaça", que recebeu dez indicações ao Oscar desse ano.

O e-mail foi enviado por Andrew Gumpert, presidente administrativo da Columbia Pictures, para Amy Pascal, co-presidente da Sony Pictures Entertainment. Nele, Gumpert diz que recebeu uma ligação de representantes de Jennifer Lawrence reclamando que seria injusto a atriz receber um percentual de lucros inferior ao dos homens do filme (7% contra 9% de Bale, Cooper e Renner). Amy Adams, que também estrelou o longa, estaria na mesma faixa de lucros de Lawrence. O percentual final de cada ator não foi revelado.

Outro e-mail divulgado foi o de Elon Rutberg, assistente criativo de Kanye West, informando aos executivos do estúdio que o cantor teria um "projeto de filme que envolveria inovação cinematográfica e tecnológica, numa experiência imersiva que levaria o ato de contar história a outro nível". Não se sabe, porém, se o projeto agradou a Sony.

O vazamento revelou, ainda, que Mathew Knowles, pai de Beyoncé, tentou vender os direitos de uma cinebiografia do Destiny's Child para o estúdio, em dezembro de 2013. Apesar do interesse dos executivos em comprar os direitos da história, as partes não chegaram a um acordo. O canal de TV Lifetime, que pertence ao grupo Sony, está produzindo um filme sobre o Destiny's Child, com lançamento previsto para 2015. Mathew Knowles, porém, não estaria envolvido na produção.

GEORGE CLOONEY AINDA PERDE O SONO COM CRÍTICAS

Entre os e-mails divulgados, outro que chama atenção é o que revela que George Clooney, um dos atores mais prestigiados de Hollywood, ainda se abala com críticas negativas a seus filmes. Clooney ficou incomodado a ponto de permanecer 30 horas seguidas sem dormir por conta dos comentários feitos por críticos a "Caçadores de obras-primas", longa dirigido por ele, que contou, ainda, com Matt Damon, Bill Murray e Cate Blanchett no elenco. Em uma mensagem, Clooney diz que precisa de "proteção contra todas as críticas".

Cena de 'Caçadores de obras-primas' Foto: Divulgação
Cena de 'Caçadores de obras-primas' Foto: Divulgação

Aaron Sorkin, roteirista da série "The newsroom" e filmes como "A rede social" e "O homem que mudou o jogo", criticou os hackers responsáveis pelo vazamento de informações da Sony. Em artigo publicado na edição de domingo do "New York Times", Sorkin disse considerar o ato como "moralmente traiçoeiro e desonroso", além de afirmar que não considera que nenhum dos documentos vazados é de interesse público. O roteirista foi afetado pelo ataque dos hackers quando divulgaram e-mails do estúdio sobre a cinebiografia de Steve Jobs , escrita por ele.

A Sony vem sendo alvo de ataques de hackers desde novembro, quando filmes, e-mails e informações confidenciais, como salários de funcionários, senhas de perfis e redes sociais e relatórios internos, foram divulgados na internet

O motivo dos ataques dos hackers, denominados Guardians of Peace ("guardiões da paz"), seria o filme "A entrevista", estrelado por Seth Rogen e James Franco. Insatisfeitos com o enredo do filme — a comédia mostra a saga de dois jornalistas recrutados pela CIA para assassinar o líder norte-coreano Kim Jong-Un —, os invasores atacaram os servidores da empresa e divulgaram diversas informações, além de fazer ameaças.