Cultura

'Fico na bilheteria, faço faxina como ninguém. O teatro não fecha', garante Andrea Beltrão

Após perder patrocínio e ver gente comemorando a notícia, atriz conta o que ela e a sócia, Marieta Severo, estão fazendo para manter o Poeira
Andrea Beltrão no Teatro Poeira, em Botafogo Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Andrea Beltrão no Teatro Poeira, em Botafogo Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

RIO — Desde abril, o Teatro Poeira não tem mais o patrocínio da Petrobras que mantinha há anos. Criado e administrado desde 2005 por Andrea Beltrão e Marieta Severo (prestes a completar 15 anos, portanto), o espaço não foi o único a sentir a faca. Mas sua perda gerou a reação mais forte: pela internet, as artistas receberam apoio, mas também várias mensagens celebrando “o fim da mamata”. Uma fonte secou, mas o teatro não fecha, diz Andrea.

— Fico na bilheteria, faço faxina como ninguém. A gente ( Marieta e ela ) vem e cuida sozinha, se precisar. — diz a atriz, que complementa. — É uma falta de informação absoluta. Essas duas casas ( o Teatro Poeira e o Poeirinha ) foram compradas com recursos próprios da Marieta Severo e meus. Dinheiro de pessoa física, trabalhado e declarado na Receita Federal. As reformas foram feitas com recursos próprios. A Petrobras entrou cinco anos depois ( da abertura ). O patrocínio que a gente tinha da Petrobras não era salário para Andrea e Marieta, era para artistas do mundo inteiro virem ministrar oficinas, para montar espetáculos para plateias lotadas com gratuidade. Não entendo por que comemorar o fim de uma coisa que dava acesso a todos.

Após passar três anos viajando pelo Brasil com sua premiada montagem de “Antígona”, a atriz volta ao Poeira com o monólogo. Nesta entrevista, ela conta como a história da filha de Édipo e Jocasta — que tenta enterrar o irmão, desafiando o tio, o rei Creonte — dialoga com a busca por justiça em 2019. Comenta também os planos para o teatro e o ódio contra artistas, além de como encara o desafio de fazer “Hebe — a estrela do Brasil” . No filme que estreia em agosto, ela interpreta a apresentadora que era “um ícone contestador, à direita, mas que gostava do pessoal da esquerda”.

— Botava um general homofóbico sentado ao lado de uma travesti maravilhosa! Ela lutou a vida inteira pela liberdade de expressão — às vezes com opiniões contraditórias, mas não importa.

Leia a entrevista completa neste link .