O município do Rio tem um déficit de cerca de um milhão de árvores, segundo a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana — um problemão para quem sonha em enfrentar à sombra a bolha de calor prometida para o verão. Essa é uma preocupação crescente no mercado imobiliário, que vem dedicando cada vez mais atenção ao conforto térmico nos novos empreendimentos.
O paisagismo deixou de ser apenas uma questão estética e se tornou um aliado importante para a melhoria da qualidade de vida, em especial em tempos de desequilíbrio climático. O Ilha Pura, bairro planejado da Carvalho Hosken, na Barra da Tijuca, oferece aos moradores o Parque Frans Krajcberg, com 72 mil metros quadrados, assinado pelo escritório Burle Marx.
— Áreas verdes ajudam a diminuir a temperatura ambiente e também proporcionam uma sensação de bem-estar, que impacta diretamente a saúde física e mental das pessoas. E há uma combinação de espécies para que, a cada estação do ano, o parque ofereça uma experiência diferente de contato com a natureza — diz a gerente de Incorporação da Carvalho Hosken, Talitha de Abreu Ribeiro.
A incorporadora assina ainda o Grand Quartier, parceria com a Patrimar, que tem outros dois empreendimentos na Barra: o Oceana Golf e o Atlântico Golf. Instalados em terrenos que superam 25 mil metros quadrados, eles foram projetados para oferecer o máximo de conforto térmico. No acesso dos moradores, por exemplo, os espelhos d’água são ladeados por plantas que proporcionam sombreamento maior. No estacionamento de veículos, pergolados com árvores ajudam a aumentar a área de sombra.
— Nas áreas comuns, os espaços de convívio têm pequenas praças com pergolados. As espécies arbóreas selecionadas são adaptáveis ao microclima da região, e até as piscinas têm sombreamento natural — explica a gerente de Produtos do Grupo Patrimar, Juliana Lembi.
A dupla “sombra e água fresca” também faz sucesso em outro empreendimento da Barra, o Mudrá Full Living, da RJZ Cyrela. Jardins e áreas verdes promovem a integração dos diferentes ambientes, em um projeto assinado pelo arquiteto Alex Hanazaki. Entre as espécies, as palmeiras ganharam destaque.
— Os jardins proporcionam conforto ao morador que busca e precisa de momentos de tranquilidade ao ar livre — destaca o diretor de Incorporação da RJZ Cyrela, Carlos Bandeira de Mello.
BRINQUEDOS DE MADEIRA
No Mare, da MR2 Construtora, no Pontal Oceânico, os momentos de tranquilidade ao ar livre podem ser desfrutados até na academia que fica na praça do residencial. A preocupação com a natureza é refletida também nos brinquedos feitos com madeira de reflorestamento.
— Áreas verdes contribuem para a qualidade de vida dos espaços urbanos e, nesse contexto, o conforto térmico é importante e tem impacto na saúde e na produtividade das pessoas. O paisagismo reflete o poder que a natureza exerce, além de proporcionar beleza estética — pontua o CEO da MR2, Marco Tulio.
Na Zona Sul, o Parque Sustentável da Gávea, da Mozak, com projeto assinado pelo escritório Burle Marx, mantém espécies nativas da Mata Atlântica. O objetivo é dar continuidade às características naturais já presentes no entorno. E não fica por aí:
— Ao longo da Alameda Verde, o caminho que conecta os edifícios ao mirante e à entrada da trilha do parque, a vegetação desempenha um papel importante de abrigo e acolhimento aos que ali transitam, gerando mais sombra e conforto térmico — observa a coordenadora de Marketing da incorporadora, Thaís Leal Lago.