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Conceito criado por Gabrielle Coco Chanel em 1919 para as clientes que passavam férias no Mediterrâneo, as coleções cruise têm papel fundamental na estrutura de um business de moda, já que costumam chegar às lojas em novembro e permanecer nas araras por bastante tempo. São peças mais comerciais, leves e frescas. No último mês, as grifes Chanel, Gucci, Louis Vuitton e Dior mostraram suas propostas. Mas, diferentemente de outras temporadas, desta vez o resort está mais contido. As cores predominantes na cartela são sóbrias — pense em looks em preto e branco, tons terrosos e esmaecidos — e , entre as texturas, até o tartan escocês entra em campo, imprimindo o xadrez de inverno em coleções que celebram o clima quente.

Coleção Cruise Chanel 2025 — Foto: GettyImages
Coleção Cruise Chanel 2025 — Foto: GettyImages

O stylist e consultor de moda Dudu Bertholini diz que a Dior impulsionou essa percepção. “Mas vale lembrar que a sazonalidade vem sendo questionada há muito tempo e cada vez mais. Vivemos uma crise climática”, afirma. Para o especialista em branding de moda Fábio Monnerat, o lado “invernal” é estratégia. “As grifes misturaram peças ‘simples’ com outras caras para aumentar o faturamento.” Coordenadora de moda do IED-Rio, Yamê Reis observa que as roupas precisam ser versáteis para quem viaja sem parar: “Efeito da globalização”.

Apresentadas entre os desfiles de verão e inverno, uma vez por ano, essas coleções passaram a ser verdadeiros eventos a partir da década de 2000, quando Karl Lagerfeld (1933-2019) levou a cruise da Chanel — sempre ela — para a Grand Central Station, o terminal metroviário de NY.

A grife francesa abriu a temporada cruise 2025 em Marselha, no Sul da França, dia 2 de maio, um mês antes de desligar sua diretora criativa, a estilista Virginie Viard.

A notícia pegou a todos de surpresa, na semana passada, porque só em 2023, a empresa relatou receitas de US$ 19,7 bilhões, um aumento de mais de 75% em relação a 2018. Peças com mood esportivo, no clima dos Jogos Olímpicos de Paris, tramas artesanais, rendas e a combinação do preto com o branco foram alguns highlights.

Então diretora criativa da Chanel, Virginie Viard justificou a escolha de Marselha: “A cidade tem um forte senso de liberdade. Inspirei-me nos códigos de lifestyle, da vida cotidiana e de tudo que convida ao movimento”.

Coleção Cruise Gucci 2025 — Foto: GettyImages
Coleção Cruise Gucci 2025 — Foto: GettyImages

Londres foi a próxima parada. No museu Tate Modern, Sabato de Sarno exibiu para o mundo sua primeira coleção resort para a Gucci e colocou os contrastes da capital inglesa, incluindo os culturais, no centro do jogo: o homem e a natureza; o interior e o exterior; a história e a modernidade. Seguindo essa linha, o estilista misturou vestidos delicados com jaquetas de couro, jeans com franjas luxuosas, camisaria com bordado, esporte com alfaiataria, e minivestido com bolsa grande. A sapatilha bailarina roubou a cena. “O design de moda é um meio de estudar, explorar, interpretar. Gosto de pegar algo que pensamos conhecer e romper com suas regras”, disse Sabato. Para Fábio Monnerat, o boho chique da grife é comercial. “Sabato domina muito bem as técnicas”, observa.

Coleção Cruise Louis Vuitton 2025 — Foto: GettyImages
Coleção Cruise Louis Vuitton 2025 — Foto: GettyImages

C

om passaporte em mãos, foi a vez de invadir a Espanha. O Parque Güell, obra de Antoni Gaudí eleita como Patrimônio Mundial da Unesco, em Barcelona, serviu de cenário do desfile cruise da Louis Vuitton. O designer Nicolas Ghesquière apostou, no início, em roupas mais limpas, que logo cederam espaço para criações com pegada boho. O balonê à la anos 1980 em saias e vestidos virou assunto em roda de fashionistas. “São escapistas. Gostei muito”, avalia o stylist Rogério S.

Coleção Cruise Dior 2025 — Foto: GettyImages
Coleção Cruise Dior 2025 — Foto: GettyImages

Um dos momentos mais esperados da temporada, o show da Dior, pilotado por Maria Grazia Chiuri, tomou de assalto a Escócia. Nos jardins do Castelo Drummond, a estilista italiana traçou uma narrativa entre o legado da casa e os símbolos do país. Unicórnios e cardos viraram bordados, por exemplo. Os kilts surgiram em silhueta A; e o tartan foi ponto relevante nessa coleção, que resgata a relação da marca com a região. Em 1955, Christian Dior apresentou 172 vestidos em um baile beneficente. “Foi a mais invernal das quatro. Engraçado apresentá-la quando se espera temperaturas altas, nunca antes vistas no verão europeu”, analisa Yamê Reis.

Em novembro, Carolina Herrera desembarca no México. A seguir, cenas dos próximos capítulos.

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