SOS Rio Grande do Sul
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Por — Rio de Janeiro

Em 2 de maio, o motorista de aplicativo João Goulart Neto, de 45 anos, estava em mais uma jornada de trabalho, percorrendo as ruas de Porto Alegre (RS) com o seu carro, comprado havia pouco tempo. Ao ver algumas ruas da capital já alagadas devido às fortes chuvas, ele pensou em se mudar, como alguns vizinhos já haviam feito por medo do cenário que poderiam encontrar dali um tempo. Decidiu esperar pelo dia seguinte, mas, em meio ao caos, a saída se tornou impossível sem o auxílio do resgate.

O nome e o sobrenome do motorista já são bem conhecidos em leituras nos livros didáticos de História. Ele pertence à família do ex-presidente João Goulart, o Jango, deposto em 1964 pelos militares após o golpe que daria início à Ditadura Militar. Apesar da árvore genealógica, vive dramas pessoais com a situação financeira, agravada após o desastre climático.

— O fato de ser neto de um ex-presidente não muda nada. Continuo não tendo recursos, apesar da família que tenho. Até porque tudo o que conquistamos foi com muito suor, e digo isso baseado no que vivi. Não nasci em berço de ouro. Não tive acesso ao que um dia meu avô e meu pai chegaram a ter e, por isso, tive que me virar. Mas eu gosto da simplicidade — afirma João. — Ando com o dinheiro contado, preciso matar um leão por dia.

Em meio ao caos, João ainda não tem conseguido utilizar o próprio carro para trabalhar porque o veículo também foi atingido pelo alagamento. Tem alugado um outro para poder rodar pela cidade. E tem pedido doações para tentar reverter a situação.

— Nunca cheguei a pensar que um dia passaria por um fenômeno climático parecido, como também nunca pensei que pudesse chegar ao ponto de pedir ajuda em rede social, fazendo uma exposição dessas da minha vida. Consegui R$ 1.300 por meio de doações e por isso só tenho a agradecer — conta. — Um tsunami veio e, em uma tacada só, levou todos os meus sonhos e projetos para muito longe. As pessoas costumam falar “ah, pelo menos não perdeu a vida”, mas naquilo que chamam de entulho, estava a minha vida, minhas memórias, tudo o que batalhei para conquistar.

Na saída de casa, João, a esposa e a enteada saíram apenas com a roupa do corpo, conta ele. Começaram a viver na casa de conhecidos. Hoje, por exemplo, mora com a sogra em Gravataí (RS), município vizinho à capital, enquanto não consegue voltar para a própria residência.

Após várias faxinas, o motorista diz que ainda não conseguiu realizar toda limpeza do local:

— Tive a oportunidade de tirar o grosso, mas ainda vamos precisar de mais uma mão de desinfecção. A gente ainda não se sente 100% seguro para voltar para casa em Porto Alegre e seguir por lá. Viveríamos uma situação insalubre — diz. — Quando eu olho a situação, sinceramente, penso que estamos vivendo uma série que retrata o fim do mundo.

Casa de João Goulart Neto após inundação no Rio Grande do Sul — Foto: Arquivo pessoal
Casa de João Goulart Neto após inundação no Rio Grande do Sul — Foto: Arquivo pessoal

Na inundação, a casa de João Goulart Neto ficou com a água “batendo na cintura”, conforme o relato do neto do ex-presidente. Ele afirma que perdeu todos os móveis que estavam no térreo do local. Naquela sexta-feira, em que viu o lugar onde vivia ser inundado, teve tempo apenas para “colocar os eletrônicos no andar de cima”.

João Goulart Neto e família foram resgatados em 3 de maio — Foto: Arquivo pessoal
João Goulart Neto e família foram resgatados em 3 de maio — Foto: Arquivo pessoal

Em publicações no Instagram, o motorista mostra geladeira, panelas e compartimentos de móveis — todos os objetos sem utilidade, no lado de fora da casa. Entre as vidas perdidas, inclusive, está um de seus gatos. Hoje, tem apenas três.

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