Os pais do menino Jonatas, diagnosticado com Atrofia Muscular Espinhal (AME), foram presos, na quarta-feira, em Joinville, em Santa Catarina. Renato e Aline Openkoski foram condenados pelos crimes de estelionato e apropriação de bens após usaremn parte dos R$ 3 milhões arrecadados durante a campanha AME Jonatas. O casal estava foragido há quase um ano.
De acordo com o delegado responsável pela prisão do casal, Rodrigo Maciel, o decreto da Justiça que condenou os dois foi emitido em outubro de 2022. O delegado explica que o casal tomou conhecimento do mandado de prisão, mas não se apresentou. Com isso, os foram considerados foragidos.
— Eles tinham endereço declarado em Balneário Camboriú e no município de Camboriú, uma cidade próxima. A polícia também percorreu algumas cidades onde os parentes deles moravam, mas eles não foram encontrados em nenhum daqueles endereços. O casal foi encontrado pela polícia aqui em Joinville na quarta-feira, no bairro Morro do Meio — conta Maciel.
Maciel também fala sobre o uso do dinheiro. Segundo o delegado, a investigação sobre o casal começou em 2018 e mais de R$ 3 milhões foram bloqueados da conta, além de um carro, que na época poderia ser considerado de luxo por conta do preço. Ele ainda relata que o dinheiro foi usado para diversos fins, como viagens e hospedagens em imóveis de luxo.
— Eles gastavam o dinheiro em viagens, em locação de imóvel de luxo. Além de itens do dia a dia, como bolsas de marca, óculos, relógios — relata o delegado.
Campanha AME Jonatas
Os pais de Jonatas criaram a campanha AME Jonatas em 2017 para conseguir dinheiro no tratamento do menino. O casal conseguiu arrecadar cerca de R$ 3 milhões com a ajuda de diversas pessoas. O menino morreu aos 5 anos em 24 de janeiro de 2022. Os pais informaram a morte nas redes sociais.
"Nosso pequeno grande guerreiro acordou bem, sorriu, tomou seu leitinho e voltou a dormir. Dormiu o sono eterno ocasionado por uma parada cardíaca", informou o casal.
A Polícia Civil de Joinville passou a investigar a campanha em janeiro de 2018 por suspeita de apropriação indébita. O pedido foi feito pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que suspeitava que Renato e Aline usavam o dinheiro arrecadado para comprar itens de luxo. As informações são do g1.
A Justiça bloqueou os valores recebidos na campanha e um carro, na época, avaliado em R$ 140 mil. Em março do mesmo ano, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Renato e Aline. No local, foram apreendidos produtos e roupas de marcas, além do carro.
Candidato a deputado estadual
Em 2022, Renato, pai do Jonatas, também tentou se eleger deputado estadual usando o nome da criança. Filiado ao PDT, o homem usou o nome "Renato Pai do Ame Jonatas", mas obteve apenas 183 votos.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele recebeu R$24.487,49 do fundo de financiamento de campanha. Renato também declarou apenas um carro, o modelo Sportage, da Kia, no valor de R$ 133.374,00.