O Rio de Janeiro foi o estado com mais interrupções nas atividades escolares por causa da violência, de acordo com dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançado nesta quinta-feira.
Ao todo, 269 dos 4.331 diretores de escolas do Rio que participaram da pesquisa responderam que o calendário escolar de 2021 foi interrompido durante vários dias por episódios de violência, uma taxa de 6,2%, enquanto a média nacional é de 0,9%. O segundo colocado é o Amazonas, com 2,5% das escolas com interrupção de aulas por causa de violência.
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Foi no Rio também que mais escolas foram alvos de tiroteios e balas perdidas, já que 13,5% dos diretores relataram que tiveram de interromper aulas por conta dessas ocorrências em 2021, enquanto a taxa nacional foi de 1,7%.
— O ato de estudar nas escolas do Rio de Janeiro é oito vezes mais perigoso do que em qualquer outra escola do país. O que parece pouco na verdade, é um escândalo, porque parte de 2021 ainda tinha escolas fechadas por causa da pandemia. Então, com pandemia e tudo as escolas tiveram que interromper suas escolas por tiroteios e balas perdidas — analisa Renato Sergio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os dados são referentes ao ano de 2021 e são oriundos da Prova Brasil, realizada pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo INEP, e foram publicizados pelo Anuário. Essa prova é realizada a cada dois anos.
Outras violências
O estudo ainda mostra que o estado de Santa Catarina é o que registrou maior prevalência de casos de lesão corporal do país, onde 14,6% (356) dos diretores responderam que ocorrências como esta já aconteceram poucas vezes ou várias vezes. A taxa nacional é 5,3%.
Paraná e Rio Grande do Sul, também na região Sul, vêm em seguida, estados nos quais 9,9% e 9,4% dos diretores relataram esse tipo de ocorrência em suas escolas. Em números absolutos, São Paulo, por ter a maior população do país, foi o estado com maior número de relatos de lesão corporal, atentados à vida, furtos e roubos no ambiente escolar.
Também é Santa Catarina o local onde os diretores mais relataram ocorrências de bullying. Na média nacional, 37,6% dos diretores informaram esse tipo de situação, mas em Santa Catarina o percentual é de 60,2%. Distrito Federal e São Paulo vêm em seguida, com 51,7%, e 50,6%, respectivamente.