O discurso de que o governo vai propor alternativas de "A a Z" para reduzir gastos, entoado nesta quinta-feira pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) é uma reação ao mal estar generalizado provocado nos meios econômicos e políticos à desastrada Medida Provisória que procurava rever as compensações de créditos tributários de PIS/Cofins e o reconhecimento, ainda que tardio, de que estão muito restritos os caminhos para promover o ajuste fiscal apenas buscando formas de aumentar a arrecadação, como tem sido a tônica do governo desde 2023.
Resta saber se os ministros da equipe econômica terão o aval de Lula para essa empreitada, uma vez que ainda na véspera da fala de Haddad e Tebet o presidente reforçou que investimentos não devem ser afetados, pois haveria a necessidade de corrigir injustiças sociais, e que o ajuste seria feito pela via do aumento de arrecadação.
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Uma das provas de que o discurso dos titulares da Fazenda e do Planejamento é novo é que Haddad foi aconselhado, inclusive por Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, a recolher a MP para novas discussões, e resistiu. O resultado foi sua devolução pelo presidente do Senado, ampliando a derrota para o governo.
Falei a respeito dos desafios para o ministro da Fazenda na primeira edição desta quinta-feira do Viva Voz, na CBN. Você ouve o comentário abaixo.
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