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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por

No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado nesta sexta-feira, 28 de junho, uma pesquisa da iO Diversidade, em parceria com o Instituto Locomotiva e a QuestionPro, revela que 76% dos brasileiros reconhecem a importância dessas pessoas exercerem cargos públicos. Além disso, o levantamento abordou outros pontos da representatividade, como o apoio ao Mês da Diversidade por parte do governo e de empresas.

Quanto ao perfil dos que defendem uma maior participação política destes grupos, destacam-se as mulheres e a geração Z, nascida entre 1997 e 2010. Entre o público feminino, 81% consideram que o tema é muito importante, enquanto os homens somam 70%. Já no recorte etário, os 'Z' que aquiescem com a afirmação somam 82% dos entrevistados, contra 72% dos baby boomers, de 61 anos ou mais.

O levantamento aponta ainda que 48% da população acreditam que pessoas LGBTQIA+ estão menos presentes na política do que deveriam, seguidos de 30% que consideram a presença atual como suficiente e outros 22% como maior do que a necessária. Um reconhecimento de quase metade da população que não necessariamente se reflete nas urnas.

— Houve um crescimento no número de pré-candidatos LGBTQIA+ nas eleições municipais, mas a pesquisa mostra que, apesar de a população reconhecer e desejar uma maior representatividade na política brasileira, ainda não observamos esse cenário na prática — pondera Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

Mês do Orgulho

Em todo mundo, junho é considerado o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, quando ações que exaltam a identidade, a celebração do amor e a luta da comunidade pela manutenção e conquista de direitos reforçam o compromisso com a diversidade de orientação sexual e de gênero. Segundo a análise do iO Diversidade, 71% dos brasileiros acreditam que os governos (estadual, federal e municipal) devem apoiar este mês.

O número é ainda maior quando questionam se empresas (73%) e grupos da sociedade civil (76%), como ONGs e movimentos sociais, também devem endossar o Mês da Diversidade. Neste recorte, as mulheres e a geração Z são, mais uma vez, o público que mais acredita nisso.

— A demanda por representatividade da comunidade LGBTQIA+ na política tende a se tornar mais intensa nos próximos anos. Isso porque as novas gerações estão mais envolvidas e demandam um posicionamento das instituições em relação a isto — explica Rachel Rua, diretora da iO Diversidade.

A pesquisa da iO Diversidade, em colaboração com o Instituto Locomotiva e a QuestionPro, entrevistou 1.500 brasileiros de todas as regiões entre os dias 13 e 24 de maio. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou menos e o nível de confiança é de 95%.

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