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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por — São Paulo

Quase que a totalidade dos manifestantes que foram à Avenida Paulista no domingo para prestar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro considera que o Brasil atravessa uma “ditadura” sob o governo Lula.

Para 94% dos entrevistados pelos pesquisadores do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, os “excessos e perseguições da Justiça” do Brasil atual caracterizam uma ditadura. Só 4% discordaram da afirmação e 2% não souberam opinar.

O ato na Avenida Paulista foi convocado por Bolsonaro após o ex-presidente ter sido alvo de investigação sobre uma suposta trama golpista após a eleição presidencial do ano passado. Para 88% dos manifestantes que atenderam à convocação do ex-mandatário, Bolsonaro é “quem de fato ganhou a eleição para presidente em 2022”, e não Lula.

Os bolsonaristas se dividem em relação ao que o ex-presidente deveria ter feito depois que a Justiça Eleitoral anunciou a vitória do petista no pleito de outubro. Para 49%, Bolsonaro deveria ter decretado uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), enquanto 39% discordam dessa opção. São 42% os que pensam que o então presidente deveria ter invocado o artigo 142 da Constituição para solicitar a arbitragem das Forças Armadas. Outros 45% não concordam.

No início do mês, a Polícia Federal encontrou na sede do PL em Brasília um documento que defendia a decretação de um estado de sítio. Embora Bolsonaro tenha dito em seu discurso no domingo que a medida está prevista na Constituição, a maioria de seus apoiadores se opõe a essa ideia: 61% são contrários, e 23%, a favor.

A pesquisa do Monitor do Debate Político no Meio Digital foi coordenada pelos professores Pablo Ortellado e Márcio Moretto Ribeiro. O levantamento foi feito a partir de entrevistas presenciais com 575 pessoas entre 13h30 e 17h de domingo, em toda a extensão da Avenida Paulista. A margem de erro é estimada em quatro pontos percentuais para mais ou menos, para um grau de confiança de 95%.

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