O ministro Fernando Haddad fez um discurso curto, mas repleto de recados, até no que não quis comentar, na noite desta quarta-feira, durante a 21ª edição do Prêmio Faz Diferença, na qual foi destaque na categoria Economia, pelo desempenho brasileiro no ano passado.
- A unanimidade no Copom diminui a crise: A decisão ajuda a distensionar. Mas o país precisa parar de criar problemas para si. Bastam os desafios que temos
- Expectativa: Mercado deve reagir de forma positiva à decisão do Copom, dizem economistas
Num momento complicado para o governo na Praça dos Três Poderes, Haddad dividiu com o Congresso e o Judiciário o bom resultado obtido na economia, PIB crescendo acima do esperado, inflação caindo, emprego e renda em alta.
- O que foi enaltecido aqui não seria possível sem os Poderes da República. O Congresso ajudou muito o Brasil. O judiciário tem feito o seu trabalho. Eu acredito piamente que se os poderes democráticos se organizarem nós podemos oferecer mais e melhor para esse país que tem tantas oportunidades pela frente.
- Quem mais perde com as declarações de Lula contra o presidente do Banco Central: A fala do presidente sobre Campos Neto deixou o dia tenso, na véspera de uma reunião do Copom
O segundo recado foi para os que dizem que sua relação com o Lula anda abalado, que o ministro vinha perdendo espaço no governo. Haddad fez questão de reforçar a confiança do presidente em seu trabalho.
- Não posso deixar de lembrar que para a gente fazer diferença a gente depende de pessoas que confiem na gente e, antes de mim, o presidente Lula fez muita diferença.
Sobre o Copom, o ministro nada falou. E mesmo quando perguntado, não quis comentar a decisão unânime do comitê pela manutenção da Selic em 10,5%, demonstrando que quer colocar água na fervura, depois da temperatura ter esquentado, e muito, no dia anterior com as contundentes críticas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.