Cerca 13,4 milhões de crianças brasileiras, entre 6 meses e 11 anos de idade, não foram vacinadas contra a Covid-19. O dado é alarmante, representa que quase a metade das crianças nessa faixa etária estão completamente expostas a doença, informou o Ministério da Saúde ao blog. A esse contingente se soma ainda 6,7 milhões que receberam alguma dose, mas não completaram o esquema vacinal sugerido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, portanto, continuam desprotegidas.
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Até 15 de junho, foram confirmados 1.328 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças, com 29 óbitos, aponta o último informe epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde. Ainda de acordo com a pasta, cerca de 22O crianças infectadas pelo vírus desenvolveram a forma grave da doença a cada mês, de janeiro a junho, resultando em uma morte por semana. O Ministério da Saúde diz que esse cenário não é compatível com a disponibilidade das vacinas no sistema de saúde pública brasileiro.
Insegurança e desinformação, aponta a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), do IBGE, são os principais responsáveis da baixa adesão de pais e responsáveis para a vacinação infantil. Mais de 80% dos entrevistados alegaram que não levaram as crianças para serem imunizadas por medo de reação adversa ou por não confiar na vacina. Há ainda 5% que disseram ter sido orientados por profissional de saúde a não vacinar seus filhos.
O Ministério da Saúde teme os efeitos que essa evasão pode causar na sociedade como um todo, como o risco de reintrodução de doenças imunopreveníveis. A reafirma que a vacina é a forma mais eficiente de evitar casos graves e mortes por Covid-19 no público infantil.
O governo está trabalhando campanhas para resgatar a confiança do brasileiro e nas vacinas. O Movimento Nacional pela Vacinação, lançado em fevereiro de 2023, resultou no aumento da cobertura de 13 das 16 imunizantes do calendário infantil no último ano, em uma média de sete pontos percentuais na comparação com o ano anterior. No entanto, o ministério ainda observa que há hesitação da imunização infantil para novas vacinas, especialmente contra a Covid-19.