Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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GERADO EM: 24/06/2024 - 15:50

Energia solar: potencial de expansão no Brasil

A energia solar é a segunda maior fonte da matriz energética brasileira, com crescimento significativo e potencial para expansão. A descentralização pode ser a solução para regiões isoladas, mostrando que a energia solar é uma alternativa sustentável e em ascensão no país.

Uma reportagem da edição mais recente da revista "The Economist" destaca que a energia solar responderá este ano por 6% da eletricidade consumida no mundo. O crescimento é notável, mas está longe de chegar próximo ao potencial máximo dessa energia. Aqui no Brasil também, há muito espaço para crescer. Segundo Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), entidade que reúne as empresas do setor, essa é a fonte de energia que mais cresce no Brasil hoje e já é a segunda maior fonte da matriz energética do país, respondendo por 18,2%, perdendo apenas para a hidrelétrica (47,8%). A eólica ocupa o terceiro lugar nesse ranking, com 13% .

Em maio, a energia solar ultrapassou marca de 43 gigawatts (GW) de potência instalada. De janeiro a maio deste ano, a Absolar aponta que a fonte solar adicionou 6 GW na matriz elétrica nacional, somando as grandes usinas solares e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e solo. De acordo com a entidade o setor fotovoltaico já evitou a emissão de 52 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

O que falam os críticos à energia solar? Alegam que a fonte recebe subsídios. No Brasil, no entanto, a subsídios para todas as fontes até para o carvão, que é grande emissor de gases de efeito estufa.

Confira a distribuição da matriz energética brasileira — Foto: Reprodução de infografia da Absolar
Confira a distribuição da matriz energética brasileira — Foto: Reprodução de infografia da Absolar

Para escrever o livro "História do futuro: O horizonte do Brasil no século XXI", publicado em 2015, conversei com especialista para entender qual seria o futuro da energia e eles disseram que seria a produção de baixo impacto. Ou seja, de menor produção de gases de efeito estufa, como eólica e solar, apesar de todas as dificuldades que tem de serem fontes intermitentes, principalmente a energia proveniente dos ventos.

Há dez anos, os especialistas já destacavam o potencial gigante da energia solar no país ao dizer que se compararmos o nosso "pior sol", o de menor luminosidade, portanto, com mais dificuldade de produção de energia, no Sul do país, seu desempenho está à frente do "melhor sol" da Alemanha, que é um país onde essa fonte cresceu e muito. O prognóstico se confirmou e a energia solar se tornou fundamental em algumas áreas e pode crescer muito mais.

A sustentabilidade do ponto de vista fiscal para os subsídios caírem ao longo do tempo, é uma discussão a ser feita. Mas o fato é que a energia solar pode ser uma solução, por exemplo, lá para pontinha do Norte que fica isolada, longe do sistema integrado, sem a necessidade do ônus dos geradores a diesel, combustível fóssil emissor de efeito estufa, usada como uma alternativa real à construção de hidrelétrica e as dificuldades de conexão ao sistema.

O mundo já está trabalhando muito mais com a ideia da energia descentralizada. Por que não fazer um investimento forte de energia solar nas regiões do Brasil que não estão conectadas ao sistema? Para regiões mais isoladas é muito melhor investir em energia solar do que sair fazendo linha pelo Brasil todo, os grandes linhões. O país precisa pensar diferente, fora da caixa, a reportagem da "The Economist" mostra que essa é a direção que o mundo vem caminhando e nos faz pensar que por aqui, apesar do crescimento, ainda falta muito para chegarmos próximo ao potencial máximo dessa tecnologia.

E vale destacar que quanto mais se usa uma tecnologia, mais barata ela fica. A revista inglesa mostra que a tendência é que a energia solar custe metade do que a eletricidade tradicional, colocando por terra a teoria de quem achava que esse tipo de tecnologia seria do tipo boutique, que atenderia uma pequena oferta. A energia descentralizada, chamada também energia distribuída, já é presente e será futuro.

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