Malu Gaspar
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Os dois fugitivos que haviam escapado da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, vão ser devolvidos ao complexo penitenciário, confirmou nesta quinta-feira (4) o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Rogério da Silva Mendonça, chamado de Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, conhecido como Deisinho ou Tatu, escaparam no dia 14 de fevereiro do presídio de segurança máxima de Mossoró. Os dois são acusados de terem ligação com a facção criminosa Comando Vermelho.

"Eles voltarão para a penitenciária de onde saíram, ficarão separados e haverá vistorias diárias. A direção foi trocada, os protocolos foram reafirmados e aperfeiçoados e de lá certamente não se evadirão", disse Lewandowski em pronunciamento à imprensa.

Após 51 dias de fuga, Rogério e Deibson foram capturados nesta quinta-feira (4) em Marabá (PA) por meio de um sistema de rastreamento de veículos da inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O município, no sudeste do Pará, fica a 1,6 mil quilômetros de distância de Mossoró.

A penitenciária conta atualmente com 85 presos, número bem inferior à sua capacidade de abrigar 208 pessoas, segundo painel de dados sobre as inspeções penais do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

A primeira fuga do complexo penitenciário federal, criado em 2006 para abrigar presos de alta periculosidade, também gerou a primeira crise da gestão Lewandowski, que assumiu o comando da pasta em 1º de fevereiro – e justamente na segurança pública, em uma das áreas mais sensíveis do governo Lula.

Como mostrou o colunista Lauro Jardim, do GLOBO, 124 das 192 câmeras de segurança do presídio estavam sem funcionar, de acordo com relatório produzido em maio de 2021, ainda durante o governo Bolsonaro.

Mesmo assim, segundo o último relatório de inspeção, de fevereiro deste ano, as condições da prisão foram consideradas "boas".

No momento da fuga, três reformas estavam em andamento na penitenciária: na área do banho de sol dos detentos, no alojamento dos policiais penais e na entrada do próprio presídio.

Essa foi ainda uma das mais longas caçadas a um fugitivo na história do país. Superou o tempo levado na busca do assassino Lázaro Barbosa, que matou quatro pessoas de uma família de Ceilândia, no Distrito Federal, e era procurado também por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo.

Lázaro ficou migrando de uma cidade para outra no estado de Goiás até ser morto pela polícia goiana, em junho de 2021.

O tempo e a falta de resultados concretos levaram a equipe de buscas em Mossoró ao cansaço e o desânimo, conforme informou o blog.

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