O PT do Paraná avalia a possibilidade de abrir uma representação no CNJ contra o desembargador Luciano Carrasco Falavinha, relator dos pedidos de cassação dos petistas e do PL contra Sergio Moro no TRE do Paraná. A opção será discutida pela executiva estadual da sigla, que também já se prepara para recorrer ao TSE para contestar a absolvição de Moro, votada ontem.
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O julgamento da cassação foi encerrado ontem na Corte estadual, com cinco votos a favor do senador e dois contrários. O primeiro a votar, na segunda-feira passada, 1º, foi Falavinha: ele elaborou um voto pela manutenção do mandato do senador, refutando a tese de que houve abusos de poder econômico e dos meios de comunicação, bem como caixa dois em sua pré-campanha eleitoral de 2022.
A reação petista contra a posição de Falavinha começou a fervilhar ainda na semana passada, com a abertura do julgamento. A avaliação entre quadros do PT no estado é de que o relator teria politizado o caso ao tecer críticas ao partido. Ele sugeriu a sigla estava tentando de impedir Moro de participar da vida política, o que incomodou filiados e repercutiu em conversas privadas no TRE paranaense.
A movimentação para acionar o CNJ partiu da ala política do PT estadual e ainda será debatida, inclusive com o grupo jurídico que representa legenda ante do TRE. Os votos que sucederam o de Falavinha foram observados numa tentativa dos petistas de “medir” a força com que a posição dele poderia influnciar os pares a também absolver Moro, de maneira declaradamente crítica ao PT.
Apesar da intenção do PT local, quem acompanha Falavinha vê poucas chances de que o CNJ acolha um pedido contra ele pelo caso de Moro. Isso porque o tom duro dele nesse julgamento não teria sido uma exceção para prejudicar o partido, mas a regra de conduta do magistrado, conhecido pelo rigor.
Ao longo da ação, Falavinha fez questão de interrogar Moro, mesmo quando PT e PL dispensaram o depoimento do senador. Ele também elaborou mais de 200 páginas de voto em silêncio, sem dividir o conteúdo com os pares para evitar vazamentos. E tem ressaltado que não fez um julgamento político.
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