Lauro Jardim
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Por Lauro Jardim

Braga Netto, interventor da Segurança Pública no Rio de Janeiro no governo Temer, foi alertado que Rivaldo Barbosa era suspeito de ter ligações com a milícia carioca — e mesmo assim bancou a indicação do então chefe da Delegacia de Homicídios para a Secretaria de Polícia Civil em março de 2018. 

O aviso foi dado antes de Barbosa ser nomeado, pelo então subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança do Rio, o delegado da PF Fábio Galvão.

E o que Braga Netto fez com a informação?

Ignorou-a. Pois logo depois, Rivaldo Barbosa assumia a secretaria — sua posse ocorreu na véspera do assassinato de Marielle Franco. Mais do que ignorou, aliás.

Num segundo movimento, ocorrido cinco meses depois, o general Braga Netto, hoje encrencado na investigação da tentativa de golpe de estado, preferiu resolver o problema de outro modo.

Demitiu Fábio Galvão, que lhe fez o alerta e que, na Subsecretaria de Inteligência, coordenou operações que resultaram na prisão de 1.288 criminosos, sendo 375 agentes públicos de segurança acusados de corrupção.

Hoje, Galvão integra o alto escalão da equipe de Andrei Rodrigues na PF. É coordenador-Geral de Apoio Operacional da diretoria executiva da PF.

Braga Netto que já tinha um abacaxi gigantesco para descascar, o inquérito do golpe, pode estar diante de um problema tão grande quanto para resolver.

Nos bastidores, aliados de Braga Netto afirmam que o responsável pela nomeação de Rivaldo Barbosa foi o então secretário de Segurança Pública, general Richard Nunes.

(Atualização, às 19h49. A defesa de Braga Netto enviou a seguinte nota: "Durante o período da Intervenção Federal na área da segurança pública no estado do Rio de Janeiro, em 2018, a Polícia Civil era diretamente subordinada à Secretaria de Segurança Pública. A seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então Secretário de Segurança Pública, assim como ocorria nas outras secretarias subordinadas ao Gabinete de Intervenção Federal, como a de Defesa Civil e Penitenciária. Por questões burocráticas, o ato administrativo era assinado pelo Interventor Federal que era, efetivamente, o governador na área da segurança pública no RJ.")

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