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O terceiro lugar no torneio SheBelieves Cup, conquistado pela seleção feminina nesta terça-feira, foi responsabilidade direta de Lorena. A goleira do Grêmio brilhou no confronto contra o Japão, defendendo quatro pênaltis — um no tempo normal e três na disputa de penalidades —, no jogo que terminou empatado em 1 a 1. Cristiane fez o gol brasileiro, no segundo tempo.
Este foi um importante desafio pensando nos Jogos Olímpicos, já que o Japão está no grupo do Brasil no torneio, ao lado de Espanha e Nigéria. Também provou como a jogadora de 26 anos fez falta na Copa do Mundo do ano passado, da qual foi cortada por conta de um rompimento de ligamento no joelho esquerdo.
Ela até entrou nos últimos minutos da semifinal contra o Canadá, no último sábado, justamente para jogar os pênaltis. Porém, não pegou nenhuma cobrança. Após o empate por 1 a 1, o Brasil saiu derrotado por 4 a 2.
Nesta terça-feira, pelo contrário, tornou-se a protagonista do jogo disputado no estádio Lower.com, na cidade de Columbus (Estados Unidos). A equipe do treinador Arthur Elias não teve um começo fácil diante de adversárias muito qualificadas, tendo saído derrotada no primeiro tempo, graças ao gol de Mina Tanaka.
Goleira dá show
A partida começou a mudar na segunda etapa, quando a mesma camisa 11 teve a chance de ampliar, em um pênalti cometido por Cristiane. Lorena, porém, voou em seu canto direito e parou a japonesa. O treinador tinha voltado do intervalo com múltiplas mudanças para chacoalhar a equipe.
Logo depois, a atacante do Flamengo se redimiu e quebrou um jejum que já durava quatro anos e quatro meses pela seleção, desde dezembro de 2019. Aos 25 minutos, completou de cabeça o escanteio cobrado por Yasmim, marcando seu 97º gol com a amarelinha.
O final da partida foi marcado por campo aberto e chances para os dois lados, mas a rede não voltou a balançar. Coube a Lorena brilhar ainda mais forte, defendendo as três cobranças adversárias, de Seike, Nagano e Hasegawa. O Brasil converteu com Cristiane, Tarciane e Angelina, e saiu com o terceiro lugar.
— Para mim, é muito emocionante. Estar voltando agora depois de uma lesão tão complicada. Muito difícil. Deus me abençoou muito. Sou uma pessoa muito grata de estar aqui vestindo essa camisa. E vamos para cima, aqui é Brasil! — declarou Lorena.
Caminho certo
O resultado tem um tamanho histórico para a seleção feminina, que não triunfava em uma disputa de pênaltis desde 2016, trazendo uma confiança importante antes das Olimpíadas.
Brasileiras e japonesas já têm novo confronto marcado: no dia 28 de julho, pela 2ª rodada do grupo C do torneio. Os últimos compromissos antes de Elias convocar a seleção que irá a Paris acontecerão na data Fifa de junho.
— A certeza que eu saio é que a gente está num caminho muito bom. Fortalecer cada vez mais o nosso ambiente, as nossas relações, as ideias de jogo. Que eu tenho aqui para a seleção brasileira. E que a lista está cada vez maior, porque tivemos uma grande Copa Ouro e dois grandes jogos contra adversários difíceis (Canadá e Japão, na SheBelieves) — analisou o técnico.
— Ainda que com pouco tempo de trabalho, muitas trocas que eu venho fazendo, promovendo estreias de jogadoras pela seleção, retomada de outras, e dando oportunidade para muitas atletas, o Brasil mantém um nível de competitividade contra grandes seleções. Os resultados mostram equilíbrio. Muito a melhorar, mas, no aspecto da lista para as Olimpíadas, eu vejo que ela está com mais opções nesse momento, pela resposta positiva que as jogadoras têm dado, pelo nível ser muito parecido. Uma decisão mais próxima mesmo, porque saio daqui com muita tranquilidade e satisfação — concluiu.
