O empresário chinês Huang Nubo, fundador do grupo Zhongkun, que atua no desenvolvimento de projetos turísticos e imobiliários, está fazendo um périplo pelas cidades brasileiras que abrigam atrações classificadas como Patrimônios da Humanidade pela Unesco.
Montanhista e poeta, ele já escalou o Everest algumas vezes e até levou uma bandeira da Unesco para o topo do monte, um Patrimônio Mundial Natural. Mas foi por uma tentativa frustrada de investimento na Islândia que ficou mais famoso. Em 2011, época em que chegou a figurar entre os 90 mais ricos da China na lista da Forbes, Huang tentou comprar um terreno de 300 km2 para fazer um "eco-resort" com campo de golfe. Na época, o terreno foi avaliado em US$ 100 milhões. O projeto ocuparia uma área equivalente a 0,3% do território do país, mas após muita polêmica e acaloradas discussões, foi vetado pelo governo da Islândia sob o argumento de que não atendia as exigências legais que regem a propriedade de terra por estrangeiros.
Por aqui, o roteiro de Huang vai passar por 14 dos 23 sítios em todo o país classificados como Patrimônio da Humanidade (entre culturais, naturais e mistos). Huang tem preferência pelos culturais e começou seu roteiro pelo Rio (“paisagens entre a montanha e o mar”), passando pelo Cais do Valongo, na região portuária do Rio, e pelo Sítio Roberto Burle Marx, na zona Oeste.
Antes de seguir para Paraty e Ilha Grande (patrimônio misto), ele se reuniu no Copacabana Palace com o secretário de Desenvolvimento do Rio, Chicão Bulhões, e o economista e ex-subprefeito da Zona Sul, Flávio Valle. Saiu do encontro com a promessa de uma melhor sinalização com placas que identifiquem os patrimônios culturais do Rio como tais. Já Chicão ganhou um apoio de peso para o seu plano de atrair um voo direto conectando o aeroporto RIOgaleão à China.
Do Rio, Huang foi ver os monumentos de Oscar Niemeyer em Brasília. Até o dia 16, ele vai visitar ainda os centros históricos de Goiânia, São Luís, Olinda, Salvador e Aracaju, além da Praça São Francisco, em São Cristóvão (SE). Depois ele seguirá para Minas para conhecer o conjunto arquitetônico moderno de Niemeyer na Pampulha, em Belo Horizonte, e o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos e o centro histórico de Ouro Preto, encerrando a viagem em São Paulo — que não conta com nenhum sítio na lista da Unesco.
Ao longo dos últimos cinco anos, Huang visitou 600 sítios da Unesco em quase 100 países.
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