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Informações da coluna

Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

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A Polícia Civil do Rio abriu procedimento para investigar denúncia de um ex-funcionário do Hurb que alega ter sido ameaçado de agressão física, sofrido injúria racial, humilhação e calúnia por parte do fundador João Ricardo Mendes, na sede da empresa, na Barra da Tijuca.

Conhecido por seus rompantes, João Ricardo já ameaçou clientes que cobravam viagens compradas e não honradas — o que passou a ser a regra em uma empresa que vendeu centenas de milhares de pacotes flexíveis a preços irrisórios na pandemia, mas depois não conseguiu entregar quando as viagens voltaram e a demanda fez os preços dispararem.

A denúncia foi apresentada esta semana na 16ª Delegacia, na Barra da Tijuca. O funcionário atuou em produção audiovisual e na área de inovação na empresa, mas se tornou diretor estatutário "no papel", atendendo a um pedido de João Ricardo, que estava com dificuldades para preencher a vaga.

O funcionário entrou em atrito com João Ricardo quando se recusou a assinar um documento e contratou advogados para fazer a rescisão indireta — modalidade de rescisão contratual em que o empregado entra na Justiça para “demitir” o empregador e que costuma ser utilizada pelo trabalhador que se sente lesado pela empresa.

Colegas dizem que o funcionário não chegou a exercer o cargo de diretor e nem a receber aumento pela "promoção". No entanto, a crise da empresa resultou em uma enxurrada de processos judiciais de consumidores — e como não conseguem encontrar recursos nas contas da empresa ou dos sócios controladores, o funcionário passou a ter seus bens frequentemente bloqueados pela Justiça.

‘Comê-lo de porrada’

A polícia já determinou o envio de imagens de câmeras em áreas comuns do condomínio Península Corporate, sede da empresa, para comprovar as denúncias. Em conversas gravadas, e às quais a coluna teve acesso, João Ricardo o chama de “mau caráter”, “fofoqueiro”, “frouxo”, “bundão”, entre outros xingamentos piores, e diz que vai “comê-lo de porrada”.

— Tu vai ficar sem dente, brother, porque o que eu vi é que você é mau caráter, cuzão e fofoqueiro — disse João Ricardo, que é faixa preta de jiu-jitsu.

No áudio, quando a diretora jurídica da empresa tenta acalmar os ânimos e sugere que a empresa assine a demissão do funcionário, João Ricardo se nega e ainda diz que vai processá-lo:

— Não, eu não vou oficializar nada. Ele não assina nada? Eu não vou assinar nada com ele — disse.

João ainda diz que o rapaz, que tem origem nipônica, é “um japonês frio que nunca teve o amor do pai ou do avô”. Dirigindo-se o ex-funcionário, arremata: “vou fazer de tudo pra te fxxer".

A coluna aguarda um posicionamento do Hurb.

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