Bernardo Mello Franco
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Bernardo Mello Franco

Um olhar sobre a política e o poder no Brasil

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Bernardo Mello Franco

Colunista do GLOBO e da rádio CBN. Trabalhou na Folha de S.Paulo e no Jornal do Brasil. Foi correspondente em Londres e escreveu o livro "Mil dias de tormenta"

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GERADO EM: 08/07/2024 - 16:26

Escândalo de venda de joias nos EUA com militares

Bolsonaro autoriza operação militar para vender joias na mira da PF nos EUA, envolvendo oficiais-generais e aviões da FAB. Novo escândalo após tentativa de golpe militar.

— Selva!

A saudação é comum no dia a dia dos quartéis. Foi usada por Jair Bolsonaro ao autorizar a venda de joias sauditas nos Estados Unidos.

Em fevereiro de 2023, o tenente-coronel Mauro Cid enviou ao chefe o link com a oferta do chamado "kit rosé" numa casa de leilões.

— Selva! — respondeu Bolsonaro, após consultar a página com fotos das joias.

Em relatório enviado ao Supremo, a Polícia Federal afirma que a resposta em jargão militar "evidencia a ciência do ex-presidente sobre este conjunto de joias e sua destinação a leilão em uma loja em território norte-americano".

Faz sentido, mas isso não esgota o assunto.

Ao usar uma gíria da caserna, Bolsonaro expôs a natureza militar da operação na mira da PF.

Pelo que indicam as investigações, o ex-presidente montou uma espécie de força-tarefa clandestina para vender as joias nos EUA.

O grupo incluiu oficiais-generais da Marinha (o almirante Bento Albuquerque) e do Exército (o general Mauro Cesar Lorena Cid), além de militares de patente intermediária das duas Forças.

Eles usaram aviões da Aeronáutica para transportar as pedras até os Estados Unidos.

Além de Bolsonaro, a PF indiciou 11 pessoas no inquérito das joias. A maioria é composta de militares: sete fardados e quatro civis.

O caso cria mais uma frente de desgaste para as Forças Armadas, que já pagam pelo envolvimento de militares com a tentativa de golpe de 8 de janeiro.

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