Por Memória Globo

Camila Cara/EF Studio

Amauri Soares formou-se em jornalismo pela Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) em 1987 e, no mesmo ano, começou sua carreira como estagiário da emissora da Globo de Bauru. Atuou como repórter, editor, apresentador e chefe de redação em diversos programas da emissora. Permaneceu em Bauru até assumir o posto de editor-executivo do 'Bom Dia São Paulo', em 1989. Foi diretor de Jornalismo em São Paulo, diretor executivo da então Central Globo de Jornalismo, em 2001, e, no ano seguinte, diretor da Globo Internacional, com base em Nova York. Voltou ao Brasil em 2007, para assumir o cargo de diretor de Projetos e Eventos Especiais da emissora e a coordenação da Globo Rio. Em 2013, tornou-se diretor da Central Globo de Programação. Em 2020, após a reestruturação das empresas do Grupo Globo, tornou-se diretor do Canal TV Globo.

Amauri Soares — Foto: Camila Cara/EF Studio

Início da carreira

Amauri Soares nasceu em 18 de junho de 1966, em Bauru, São Paulo. Formou-se em jornalismo pela Universidade do Estado de São Paulo, em 1987 e, no mesmo ano, entrou como estagiário na emissora da Globo de Bauru, hoje uma afiliada. Foi contratado em seguida e atuou como repórter, editor, apresentador e chefe de redação em diversos programas da emissora. Permaneceu em Bauru até assumir o posto de editor-executivo do 'Bom Dia São Paulo', em outubro de 1989.

A partir de junho de 1990, passou a fazer parte da equipe responsável pela implantação do novo jornalismo regional de São Paulo. O projeto resultou na criação do 'São Paulo Já', telejornal em duas edições diárias, que substituiu o 'Hoje' e o 'SPTV' no estado. O São Paulo Já foi ao ar pela primeira vez em 9 de julho de 1990, sob o comando de Carlos Nascimento, com Amauri Soares como editor-executivo.

O jornalista deixou a Globo em abril de 1991, transferindo-se para o SBT, onde permaneceu por seis meses. Em outubro daquele ano, retornou à Globo para assumir o cargo de chefe de redação do 'Fantástico', no Rio de Janeiro. Em fevereiro de 1992, voltou para São Paulo, com a incumbência de organizar uma sucursal do programa na cidade, aumentando a participação do estado. Tornou a deixar a Globo em julho de 1992, dessa vez para trabalhar com formatação de programas de televisão para agências de marketing político.

'Jornal da Globo' e 'Jornal Nacional'

Amauri Soares voltou a trabalhar na Globo em março de 1993, assumindo o cargo de editor-executivo do 'Jornal da Globo'. Em nova fase, o telejornal passou a ser editado em São Paulo. Foi a primeira vez na história da Globo que um jornal em rede era gerado do estado.

Outra novidade da reformulação do 'Jornal da Globo' foi a contratação de Lillian Witte Fibe como âncora e editora-chefe e a manutenção, em todas as praças, de correspondentes exclusivos. Todas as noites, o 'Jornal da Globo' acionava, ao vivo, por exemplo, o jornalista Alexandre Garcia, de Brasília; Juca Kfouri, que falava sobre esporte; Joelmir Beting, que fazia uma análise sobre política e economia; e Paulo Francis, que, de Nova York, dava o destaque do dia na televisão americana. A atuação dos comentaristas seria fundamental em coberturas como a do lançamento do Plano Real, em fevereiro de 1994.

Também em 1994, Amauri Soares foi um dos coordenadores da cobertura da Copa do Mundo dos EUA, quando o Brasil conquistou o tetracampeonato. Após o evento, o jornalista assumiu o cargo de editor do 'Jornal Nacional' em São Paulo. Em seguida, ocupou a função de chefe de reportagem do jornalismo da Globo São Paulo. Entre as coberturas de que participou no período, destaca-se a das eleições presidenciais de 1994. Em agosto de 1995, foi convidado por Evandro Carlos de Andrade, que havia assumido a direção da Central Globo de Jornalismo (CGJ) no mês anterior, para ocupar o cargo de editor-chefe do 'Jornal Nacional'.

Jornalismo em São Paulo

Em 1997, tornou-se diretor de jornalismo da Globo São Paulo. Sob sua gestão foram implantadas mudanças significativas, como o projeto de telejornalismo comunitário, através da reformulação do 'SPTV', e que era baseado na cobertura intensiva de assuntos da periferia, na cobrança de soluções para os problemas urbanos dos bairros e na fiscalização da prestação de serviços públicos. O projeto teve grande aceitação do público e recebeu, um ano após sua implantação, o Prêmio de Melhor Telejornal pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, APCA.

Coube à equipe do 'SPTV', entre outras coberturas, noticiar as primeiras denúncias sobre um grande esquema de corrupção envolvendo fiscais da prefeitura de São Paulo. O escândalo, que ficaria conhecido como a Máfia dos Fiscais, culminaria com a instalação de uma CPI e, em maio de 2000, com o afastamento do então prefeito Celso Pitta.

Em 1999, em parceria com o jornalista Carlos Nascimento, criou o programa 'Antena Paulista', uma revista eletrônica semanal, com reportagens sobre temas relacionados ao estado de São Paulo.

Outras realizações importantes da gestão de Amauri Soares foram a supervisão da construção de uma nova sede para o jornalismo em São Paulo; a transferência para a cidade da produção do 'Jornal Hoje', até então feita no Rio de Janeiro; e a estreia do 'Globo Rural' como programa diário, aumentando ainda mais a participação paulista na produção para a rede.

Após o falecimento de Evandro Carlos de Andrade, em junho de 2001, e com a posse de Carlos Henrique Schroder no comando da Central Globo de Jornalismo, Amauri Soares assumiu uma das direções executivas da central. Passou a responder, assim, pela linha editorial das afiliadas e dos escritórios da Rede Globo em Londres e em Nova York. Além disso, participava diretamente dos programas 'Fantástico' e 'Globo Repórter' e dos telejornais 'Hoje' e 'Jornal da Globo'.

No período, destaca-se sua participação no esforço de cobertura dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos EUA. A Globo foi a primeira emissora brasileira a noticiar o choque do primeiro avião, e transmitiu ao vivo o impacto do segundo, contra as torres do World Trade Center, em Nova York.

Estados Unidos

Em abril de 2002, Amauri Soares foi convidado a ocupar a direção executiva da Globo International New York. Comandou a empresa nos Estados Unidos durante cinco anos, sendo o responsável pela inauguração de sua nova sede no bairro de Tribeca, em Manhattan, com recursos de emissora de televisão, e também pelo lançamento de uma série de programas e eventos voltados para comunidades brasileiras que vivem no exterior. Entre eles, os programas 'Planeta Brasil', 'Cidadão Global' e 'Revista África', e os shows do Brazilian Day, que tiveram início em Nova York e passaram a ser realizados também no Japão, Canadá, Inglaterra, Portugal e Angola (nesse com o nome de Dia da Amizade).

Amauri Soares no Brazilian Day, 2007 — Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo

Em 2003, tornou-se membro do board da International Academy of Television Arts and Sciences, a Academia Internacional de Televisão.

Em 2004, ainda nos Estados Unidos e na condição de executivo-chefe da Globo International, Amauri Soares foi, a convite do então Secretário Geral da ONU, Kofi Anann, um dos membros fundadores da Global Media Aids Initiative. O “GMAI” é uma iniciativa do órgão das Nações Unidas para Prevenção e Combate à Aids, que busca mobilizar e articular grandes grupos internacionais de mídia no que diz respeito à abordagem da doença. No ano seguinte, 2005, tornou-se co-chairman do GMAI para a América Latina.

De volta ao Brasil

Voltou ao Brasil em 2007, para assumir o cargo de diretor de Projetos e Eventos Especiais da Rede Globo e a coordenação da Globo Rio. Sob o comando de Amauri Soares, a Globo Rio enfatizou cada vez mais sua ação comunitária, através da integração de diversos projetos da emissora e de parcerias com associações ligadas a movimentos sociais. Como resultado, a Globo Rio criou pontos fixos de interação com o público, como o Quiosque de Copacabana, e uma agenda anual de ações e iniciativas nas periferias, como o Viradão Carioca, a Taça das Favelas e o Circuito Comunitário de Réveillon, com eventos na Baixada Fluminense, Piscinão de Ramos, Penha e Flamengo, além da tradicional festa em Copacabana.

Em janeiro de 2013, Amauri Soares assumiu a direção da Central Globo de Programação, substituindo Roberto Buzzoni. Permaneceu no cargo até 2020, quando, após o processo de unificação Uma Só Globo, que fundiu as empresas do Grupo em uma, tornou-se diretor do Canal TV Globo. Neste cargo, Soares é responsável por tomar a decisão final sobre o conteúdo que vai ao ar na grade da emissora.

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Prêmios

Em 2001, Amauri Soares recebeu o Troféu Carlito Maia de Cidadania, na categoria Cidadão Ombudsman, pela atuação da Globo São Paulo na cobertura sobre a Máfia dos Fiscais. Em 2003, foi eleito o melhor executivo brasileiro nos Estados Unidos pelo Brazilian Online Awards, oferecido pela Comunidade Brasileira de Nova York e Nova Jersey. No ano seguinte, foi premiado como Homem do Ano pela Câmara do Comércio da Califórnia, nos Estados Unidos, numa homenagem à atuação da Globo naquele país.

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Fontes

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