Durante um ano, Caco Barcellos investigou a morte de um casal no final da década de 1960. Na primeira matéria, Barcellos contou como foi o assassinato dos dois jovens, presenciado por um militar do Exército brasileiro, Valdemar de Oliveira. Para fazer a denúncia, o ex-militar procurou a equipe do 'Jornal Nacional' em fevereiro de 2000. Na segunda reportagem da série, Barcellos mostrou detalhes da investigação que comprovaram que era falsa a versão oficial da morte do casal.

Caco Barcellos se lembra das dificuldades que encontrou nas investigações: “Resolvi investigar melhor a história desse casal apontado como morto em acidente. Achava importante fazer a exumação, porque eu estava sem a prova de que era tudo uma mentira. Fui atrás da família da jovem. O irmão concordou em ajudar. A exumação foi feita, nós levamos os ossos para o Instituto Médico Legal. O Instituto Médico Legal não conseguiu provar que aquele era um orifício provocado por projétil, porque não tinha equipamento com tecnologia suficiente para constatar isso. Nós achamos um equipamento novo, que estava chegando ao Brasil, na Universidade de São Paulo, que concordou em cooperar com o Instituto Médico Legal. Enfim, depois de um ano, eles constataram que havia incrustação de chumbo com origem em arma de fogo na perfuração; estava incrustado nos ossos do crânio, indicando que ali era a entrada de um projétil de arma de fogo. Portanto, aquela versão apresentada em 1968 pode até ser verdadeira, eles podem de fato ter colidido contra um carro, na traseira de um caminhão; mas além da colisão, alguém deu um tiro na nuca daquela jovem. É isso que a reportagem conta.”