Reportagens e entrevistas

Por Memória Globo

Acervo/Globo

Um episódio marcante do Jornal Nacional foi a entrevista exclusiva com Fernando Collor feita pela repórter Sônia Bridi em março de 1997, quase cinco anos depois do impeachment. A entrevista foi gravada em Miami, pelo repórter-cinematográfico Sherman Costa, onde o ex-presidente morava. Collor concordou em falar desde que a conversa não fosse editada ou cortada. E assim foi. A entrevista durou 11 minutos e ocupou o último bloco do JN.

Entrevista de Sônia Bridi com o ex-presidente Fernando Collor para o Jornal Nacional em 18/03/1997.

Entrevista de Sônia Bridi com o ex-presidente Fernando Collor para o Jornal Nacional em 18/03/1997.

O Collor que os telespectadores viram no vídeo parecia totalmente descontrolado. Irritado com as perguntas, gritou, deu socos na mesa e chegou a chamar a repórter de “filhotinha”. Mário Marona, editor-chefe do JN na época, conta: “Eu me lembro que a entrevista estava sendo gerada, ao vivo, de Nova York. Quando você ‘ouve’ um silêncio enorme na redação pode ter certeza que o jornal está bom. E naquele dia aconteceu isso. No intervalo entre uma fala e outra não se ouvia um barulho sequer. Estava todo o mundo grudado na televisão.’”

Collor reagiu com raiva às insinuações de que estaria envolvido num suposto esquema de PC Farias com a máfia italiana. Quando questionado sobre o processo por sonegação de impostos a que respondia na Receita Federal, o ex-presidente respondeu: “Eu não estou sendo julgado pela Receita Federal. Isto é outra mentira. Não estou sendo julgado coisa nenhuma. E não existe processo legal formado. Isso é uma mentira, uma pantomima, uma patuscada dessas autoridades que estão tentando, de alguma maneira, me vincular a atividades de terceiros.” Mas Collor estava sendo processado sim. Já tinha sido inclusive publicado no Diário Oficial que a Receita Federal estava cobrando 8,6 milhões de reais do ex-presidente.

Em entrevista ao Memória Globo, Sônia Bridi relata que estava calma naquele dia. “Eu tinha feito uma matéria sobre a casa do embaixador Marcos Coimbra, que tinha torneiras folhadas a ouro, num condomínio de luxo, na Flórida. Diziam que o Collor estava sempre visitando. O Collor ficou tinha ficado muito irritado e chegou para a entrevista transtornado. Me cumprimentou e falou: ‘A senhora de novo?’ Eu era jovem na época, mas não era uma menina. Me chamou de ‘filhotinha’, foi desrespeitoso. Mas eu entendi que não podia me irritar, porque não poderia apresentar as perguntas. Até que chegou a um momento que ele bateu em cima da mesa, o laptop pulou, o microfone de lapela caiu.”

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