Reportagens e entrevistas

Por Memória Globo


Milhões de brasileiros no escuro. O apagão de energia elétrica atinge 18 estados. Centenas de cidades. Os nossos repórteres mostram como foi a madrugada de caos e de medo.” Assim começou o Jornal Nacional do dia 11 de novembro de 2009, trazendo as principais notícias sobre um apagão que deixou 60 milhões de pessoas sem energia elétrica na noite anterior. Era a primeira vez em 25 anos que a usina de Itaipu parara de funcionar – a razão para isso, segundo o Ministério de Minas e Energia, foi um curto-circuito em uma das linhas de transmissão – em Itaberá, São Paulo -, causado pelo mau-tempo.

Sem ter como escoar a energia produzida, a hidrelétrica binacional desligou às 22h13 de 10 de novembro. Aquele era horário de fechamento do Jornal da Globo, que, mesmo com poucos minutos para produzir o a edição, entrou no ar com informações exclusivas para os estados que não foram atingidos pelo blecaute, em uma edição quase toda ao vivo – uma das primeiras imagens do telejornal foi uma vista aérea da cidade de São Paulo completamente às escuras, captada do Globocop em vivo do repórter Wallace Lara. Equipes da Globo e das emissoras afiliadas saíram às ruas para colher histórias e investigar as consequências do blecaute. Na região Sudeste, a energia começou a ser restabelecida em até três horas.

Reportagens sobre os transtornos causados pelo apagão elétrico que atingiu vários estados do Brasil em 2009. Jornal Nacional, 11/11/2009.

Reportagens sobre os transtornos causados pelo apagão elétrico que atingiu vários estados do Brasil em 2009. Jornal Nacional, 11/11/2009.

Reportagem de Giuliano Tamura sobre a falta de um gerador na maior maternidade de Bauru que pôs em risco a vida dos bebês durante o apagão, Jornal Nacional, 11/11/2009.

Reportagem de Giuliano Tamura sobre a falta de um gerador na maior maternidade de Bauru que pôs em risco a vida dos bebês durante o apagão, Jornal Nacional, 11/11/2009.

Reportagem de Júlio Mosquéra sobre as causas e consequências do apagão que atingiu 18 estados brasileiros, Jornal Nacional, 12/11/2009.

Reportagem de Júlio Mosquéra sobre as causas e consequências do apagão que atingiu 18 estados brasileiros, Jornal Nacional, 12/11/2009.

Reportagem de Cristina Serra com a primeira declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o apagão, cobrando investigação sobre as causas do blecaute, Jornal Nacional, 13/11/2009.

Reportagem de Cristina Serra com a primeira declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o apagão, cobrando investigação sobre as causas do blecaute, Jornal Nacional, 13/11/2009.

A repórter Bette Lucchese rodou o Rio de Janeiro e mostrou mais tarde no Jornal Nacional que policiais faziam guarda de delegacias para impedir ataques de criminosos. A jornalista lembra que enfrentou dificuldades técnicas para trabalhar naquela madrugada: “A gente também não tinha luz e usamos artifícios… Eu fiz uma passagem de dentro do carro mostrando como estava o túnel Rebouças, na Zona Sul, completamente às escuras. Usamos uma luzinha de dentro do veículo para poder registrar como estava escuro e perigoso”. O desafio daquela edição do JN era principalmente reunir as informações mais importantes colhidas ao longo do dia em diversas partes do país, como a crise no abastecimento de água no Rio de Janeiro; os engarrafamentos que tomaram a grande São Paulo devido ao não funcionamento de semáforos; e o trabalho árduo do Corpo de Bombeiros no Espírito Santo para resgatar pessoas presas em elevadores.

Uma reportagem fechada por César Galvão em São Paulo amarrou os principais problemas da noite. Em Brasília, jornalistas correram atrás de fontes oficiais em busca de respostas para o problema. Cristina Serra entrou ao vivo no telejornal informando que, segundo o Ministro Edson Lobão, o problema foi causado por uma grande concentração de “raios, chuvas e ventos fortes na região de Itaberá, no Sul de São Paulo, justamente por onde passam três linhas de transmissão de Itaipu. Essas linhas sofreram um curto-circuito e o sistema de proteção da rede para evitar que esses danos se propagassem desligou automaticamente outras 15 linhas de transmissão”.

uiz Fernando Ávila, então editor executivo, avalia que o Jornal Nacional marcou “um golaço de estética e de qualidade de informação ao exibir matérias aproveitando todos os repórteres que tinham acompanhado na madrugada, o apagão. Em todos os lugares em que faltou luz tínhamos alguém narrando presencialmente. Foi uma decisão muito correta.”

CONFLITO DE INFORMAÇÕES

À edição do dia 12, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) afirmou que as chances de descargas elétricas terem incidido diretamente sobre as linhas de transmissão eram quase nulas. Um mês depois, no dia 16 de dezembro, o governo deu as investigações por encerradas. “Trinta e seis dias depois do apagão que deixou 18 estados no escuro, o órgão responsável por apurar as causas desse problema apresentou um relatório no Congresso Nacional. Mas o Operador Nacional do Sistema não chegou a uma explicação definitiva”, anunciaram William Bonner e Fátima Bernardes naquela noite.

Como mostrou a reportagem de Cristina Serra para o JN, o documento da ONS levantara duas hipóteses para o curto-circuito: “problemas atmosféricos, como chuvas, raios e ventos no dia do apagão, falhas em equipamentos da subestação chamados isoladores ou as duas coisas”. Ao final da sessão, o diretor do órgão anunciou que Furnas implantaria equipamentos de proteção aos isoladores em caráter emergencial, apesar de defenderem que a causa do apagão não se deveu a erro de manutenção. A cobertura da Globo foi finalista do Prêmio Emmy internacional, na categoria Notícia, em 2010.

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