História

Por Memória Globo

Acervo/Globo

O jornalismo da TV Globo de Brasília quase não participava do Jornal Nacional nos primeiros anos. A sucursal dedicava-se mais à cobertura local.  Em março de 1973, a situação mudou quando Antônio Carlos Drummond (Toninho Drummond) assumiu a direção de jornalismo com uma missão: incrementar o noticiário político e aumentar a participação da capital nos telejornais de rede.

O Brasil da época era governado pelos militares. Toninho Drummond contou ao Memória Globo que, assim que assumiu, pediu uma audiência com o assessor de imprensa do presidente Médici, mas não foi recebido. As relações com o Planalto só melhoraram no governo Geisel. A partir de 74, os repórteres da Globo passaram a cobrir o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e os ministérios.

Drummond contava na equipe com o chefe de redação, Carlos Henrique; o chefe da edição, Wilson Ibiapina; e o de reportagem, Waldemar Pacheco. Os principais repórteres cinematográficos eram Normando Parente, Evilásio Carneiro, Hélio Couto e Paulo Guerra. Entre os repórteres, estavam Geraldo Costa Manso, Marilena Chiarelli, Álvaro Pereira, Antônio Britto, Pedro Rogério, Carlos Marchi, Sérgio Motta Mello e Ricardo Pereira.

A abertura de Geisel era cheia de avanços e recuos. Quando morreu Juscelino Kubitschek, em agosto de 1976, a Globo pôs no ar uma edição extra de três minutos. Os militares não gostaram e mandaram um recado: a notícia deveria ser dada com menos emoção no Jornal Nacional. Apesar das restrições, a TV Globo cobriu o velório e o enterro de Juscelino. Surpreendeu os telespectadores com imagens e a voz do povo entoando a música Peixe Vivo no aeroporto, enquanto o corpo de JK era colocado em um avião com destino a Brasília.  Só as imagens do enterro ficaram de fora. O filme não chegou a tempo de ser exibido no telejornal por causa do tumulto na saída da equipe de reportagem do cemitério. Como o ENG ainda não tinha sido inaugurado, não era possível a transmissão de imagens do local.

Outro destaque na reestruturação da cobertura política foi o processo de eleições diretas para prefeitos de capitais não consideradas de segurança nacional, em novembro de 1976. O planejamento começou em agosto, no Rio. Era a primeira vez que o jornalismo investia pesado em uma cobertura desse tipo. Do dia 15 ao dia 17 de novembro, o Jornal Nacional apresentou edições especiais, atualizando a votação e a apuração dos votos.

O processo de redemocratização e o fortalecimento da democracia nos anos 1990 aumentaram ainda mais a demanda da redação de Brasília, que passou a gerar cada vez mais conteúdo para o Jornal Nacional.

Durante as investigações da Operação Lava Jato, a partir de 2014, houve dias em que Brasília produziu 80% do Jornal Nacional, como lembra Ricardo Villela, diretor de Jornalismo na praça entre 2013 e 2018. “A cobertura do Mensalão, em 2005, foi uma preparação para o que viria depois. A demanda de Brasília para o JN antes da Lava Jato era de dois a três VTs por dia. Depois, há dias que temos seis, oito repórteres no ar”, conta.

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