Após nove dias, eles foram encontrados com vida, mas em uma área de difícil acesso. A retirada do grupo teve início no domingo, 08 de julho, quinze dias depois do desaparecimento, e foi concluída no dia 10, quando os quatro últimos garotos e o técnico deixaram o local. Era preciso esperar condições propícias para o resgate. Os repórteres Rodrigo Alvarez e Rodrigo Carvalho cobriram o processo de salvamento direto da Tailândia.

“Esse caso dos meninos presos na caverna na Tailândia aconteceu durante a Copa da Rússia. [....] Foram alguns dias de expectativa. O país esperando por notícias dos meninos. Os mergulhadores tinham que passar por trechos muito estreitos da caverna para chegar na câmara onde os meninos estavam. Eram horas de travessia da caverna... Um filme que o mundo acompanhou, e a gente estava lá”, lembra Bruno Bernardes, diretor do “Fantástico’.

Ao longo do processo, juntaram-se às equipes locais de resgate 30 militares americanos do Comando do Pacífico dos EUA, incluindo especialistas em socorros e socorristas, e três especialistas em mergulho britânicos. Drones foram enviados para ajudar a encontrar novas entradas para a caverna.

Em vários momentos, a busca foi temporariamente interrompida por causa das inundações dentro da caverna, pois as chuvas não diminuíam. Bombas de água foram trazidas para drenar as enchentes.

Os 12 garotos e seu treinador foram encontrados vivos a cerca de 400 metros da Praia de Pattaya, um bolsão de ar elevado, no dia 02 de julho. A prioridade passou a ser levar até eles alimentos e primeiros socorros, e planejar tirá-los do local com segurança.

No dia 05 de julho, a morte de um socorrista estremeceu os planos da equipe de resgate. Saman Kunan, de 38 anos, um ex-mergulhador da Marinha tailandesa e triatleta, tinha se voluntariado a participar da operação e levou suprimentos para o grupo de 13 pessoas. No entanto, ficou sem oxigênio quando retornava para a entrada da caverna Tham Luang.

No dia 07 de julho, o coordenador das equipes de resgate, Narongsak Osottanakorn, anunciou que era possível uma evacuação em condições perfeitas em relação à água, ao tempo e à saúde dos meninos. Noventa mergulhadores, 50 deles de outra nacionalidade, participaram da megaoperação, como destacou o repórter Rodrigo Carvalho. O processo começou no dia seguinte e foi concluído em 10 de julho. No primeiro dia, quatro meninos foram resgatados, o mesmo número do segundo dia de operação. No último dia, mais quatro meninos e o técnico foram retirados, com vida, da caverna. Todos sobreviveram.

O ‘Fantástico’ exibiu reportagem no dia 15 de julho com detalhes da operação de resgate. Mostrou também a homenagem que os sobreviventes fizeram ao mergulhador que morreu durante o processo. O repórter Rodrigo Alvarez entrou na caverna em que os meninos ficaram presos e descreveu a sensação de claustrofobia que sentiu.