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Gabriela Medvedovski fala do final de 'Nos tempos do Imperador'

Anna Luiza Santiago

Gabriela Medvedovski (Foto: Victor Pollak)Gabriela Medvedovski (Foto: Victor Pollak)

 

Gabriela Medvedovski, a Pilar de "Nos tempos do Imperador", já terminou de gravar suas cenas. Os desfechos da novela das 18h são mantidos em sigilo, mas a atriz adianta o que o público pode esperar:

- Fiquei um pouco surpresa com algumas coisas, com os caminhos da personagem. Mas também feliz. Vai ser interessante. O público já entendeu que a Pilar é forte. Ela vai seguir provando que tem essa força e essa resiliência. Ela tem o sonho de ser feliz e não vai desistir disso.

Ela percebe que a história de Pilar serve de inspiração para os telespectadores:

- Em geral, as pessoas gostam muito das tramas da Pilar, mas uma que toca muito é o pioneirismo dela. Vejo que se identificam com o fato de ela ter encarado a realidade, a família. Se identificam por terem conseguido fazer como ela e por não terem também. Lamentam não ter tido força para enfrentar, dizem que aceitaram algumas coisas. Quando escuto isso, acho muito legal, fico feliz. A gente sabe que a TV é uma ferramenta muito transformadora. Quando vemos na prática esse retorno, é muito diferente. 

No início, a novela recebeu críticas pela forma como abordou questões raciais. Uma cena de Pilar com Samuel foi especialmente comentada.  A atriz opina:

- Sempre que tem uma repercussão diferente, mais negativa, isso serve para refletirmos sobre o que trouxe esse desconforto. A repercussão veio para que a gente se questionasse sobre o que estava acontecendo ali. A gente conversou e pôde debater e entender onde errou, onde a empresa errou como um todo. Se os questionamentos vêm para construir, para a gente debater e crescer, acho válidos. Nesse caso, foi tudo muito válido.

Gabriela também está no ar na Globo com "As Five". Ela agora vai tirar férias para, no início do ano que vem, mergulhar na segunda temporada da série. A atriz afirma que ainda não sabe detalhes da continuação da história porque o autor, Cao Hamburger, é "muito misterioso":

- Tenho dúvidas se a Keyla vai continuar com o relacionamento (com Samuel, vivido por Jessé Scarpellini). E estou curiosa para saber do Tonico (Matheus Dias). Tem uma fase de desenvolvimento interessante. Pode ter um conflito entre mãe e filho. E sobre a a carreira, será que vai querer ir atrás de fazer musical mesmo? O Cao é surpreendente. Quando li a primeira temporada, nada do que eu poderia imaginar estava escrito. Prefiro ir sem expectativa. Vou me surpreender de qualquer maneira.

Aos 29 anos, ela diz que o fato de ser mãe na ficção não despertou um desejo na vida real:

- Existe naturalmente uma pressão social para que as mulheres sejam mães. Isso é colocado no nosso inconsciente desde que somos pequenas. Ganhamos uma boneca e brincamos de ser mães. Os questionamentos sobre isso vêm de outros lugares, não só pelo fato de trabalhar com criança. Aí me pergunto por que os homens não são questionados sobre o despertar da paternidade quando desempenham uma função de pai ou quando têm contato com criança no set. Quando comecei a ficar mais velha, comecei a me perguntar se isso era uma vontade minha ou uma coisa de que tanto se falava. Hoje, não é uma real vontade. Não sei se faço questão de ser mãe. Não posso dizer que daqui a cinco anos não vou ter o despertar materno e uma vontade maluca, mas não é uma realidade para mim. Não é porque tive ou não contato com criança. Isso é uma construção minha, diante de tudo o que já refleti e diante da pressão que resolvi tirar de mim. Tento não colocar na minha vida esse tipo de programação, de pretensões: "Preciso me casar até tantos anos, preciso ter filhos". Isso pode gerar muitas frustrações. Eu é que, no futuro, vou ter que lidar com elas. Escolhi não ter essas expectativas e decidir se quero ser mãe na hora que isso surgir como uma questão para mim. Hoje não é.

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Gabriela Medvedovski é uma das protagonistas de "Nos tempos do imperador", que é de ficção mas tem personagens inspirados em figuras reais:

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