Luana Shine em Terra e Paixão, atriz abriu show de Katy Perry e lembra convite: 'Pânico'

A reflexão de Valéria Barcellos cai como uma luva em sua trajetória. Gaúcha, a artista de 43 anos é multifacetada: canta, atua, escreve, é DJ e também faz artes plásticas. Sorte do público, que agora pode conferir parte de seus talentos em Terra e Paixão, como Luana Shine, gerente do bar de Cândida (Susana Vieira). Mas sua estreia em novelas é apenas parte dos vários sonhos que ela já conseguiu realizar. Um deles foi em 2018, quando abriu o show de Katy Perry em Porto Alegre. E, detalhe: escolhida pela própria diva pop!

"Foi uma coisa muito doida. O Rio Grande do Sul tem uma lei que todo show internacional tem que ter uma atração local. E eu fui uma das cogitadas, mas não estava acreditando muito porque imaginei que meu trabalho não tem muito a ver com o dela – eu sou da MPB (...). Um dos produtores da produtora que estava trazendo o show era meu amigo, me colocou no rol de possibilidades de testes, de mandar material, e eu soube que ela mesma escolheu. Então fiquei muito feliz!", conta Valéria.

Reveja a primeira cena de Valéria Barcellos como Luana Shine em Terra e Paixão!

A euforia pelo convite, no entanto, se misturou a várias outras sensações - do pânico à indecisão a respeito do setlist:

"Primeiro eu fiquei em pânico (risos). Fiquei pensando: 'O que que eu vou cantar?'. De primeira, eu preparei um repertório todo internacional, com músicas que canto em inglês, francês, espanhol. Mas no dia do primeiro ensaio eu falei assim: 'Resolvi trocar tudo, vamos fazer um repertório em português, que ela gostou muito disso, do samba, do carimbó... Vamos apostar nisso'. E depois, foi um medo que vazasse a notícia, porque eu não podia contar. Porque até então todas as aberturas de show seriam com a Bebe Rhexa, e a maior especulação era que a Gretchen iria abrir os shows, porque ela estava com aquele hit ['Swish Swish', canção de Katy Perry que ganhou um vídeo com a brasileira]."

Mais do que a oportunidade de fazer o maior show de sua carreira, o convite proporcionou à Valéria um contato mais próximo com Katy e com a estrutura de um show internacional, o que rendeu a descoberta de várias curiosidades inusitadas:

"Eu fiquei muito impressionada porque eram muitos bailarinos e figurinos, tudo muito gigantesco, muito coreografado, muito perfeito. Meu camarim era do lado do dela, e a gente foi orientado a não abrir a porta quando ela passasse. Tinham duas máquinas de lavar ao lado do palco, que os bailarinos saíam e já jogavam a roupa ali dentro – que coisa doida! Minha banda ficou num cantinho, mas eu podia circular por todo o palco, e aí eu aproveitei aquele ventilador à lá Beyoncé, e foi tudo muito bonito e realizador. E a quantidade de pessoas! Foi o maior show que eu fiz na minha vida, certamente."

A artista ainda detalha o papo que teve com a diva pop após o show e conta que descobriu um "segredinho": ela é inimiga do fim!

"Foi uma coisa muito enlouquecedora, era uma superprodução, um palco gigante. Ela foi assistir minha passagem de som, e depois, no fim do show, me chamou. Foi uma coisa surreal! Ela me agradeceu muito 'pelo que eu fiz por ela' – olha que lindo! – e eu falei que ela estava fazendo muito mais do que imaginava, porque a situação das pessoas trans no Brasil era muito difícil, de muita violência, e que aquela aproximação de âmbito internacional estava contribuindo muito pra visibilidade de pessoas trans naquele momento e muitos anos depois. Conversamos sobre isso, ela me convidou pra uma festa depois. Eu sou DJ, ia fazer uma festa chamada Katy Party, e a convidei pra ir, ela disse que talvez fosse. Mas acabou que não aconteceu nenhuma das coisas: ela não foi na festa e a recepção também não aconteceu, porque, segundo fontes, Katy é 'pé na jaca', não sabe ir embora. A produtora disse: 'Tira isso da cabeça dela, porque senão depois ela vai se atrasar pro outro show amanhã'. Mas ela foi incrivelmente simpática, parece uma amiga de balada, foi maravilhoso!", finaliza.