Semana de Moda de Paris: segundo dia de desfiles exibe glamour e ostentação à moda antiga

“Quem será o novo (ou a nova) designer da Chanel?” Ao contrário do que muitos esperavam, a grife abriu o segundo dia de desfiles sem dar nenhuma pista do substituto de Virginie Viard, que já não assinou esta coleção de alta-costura.

A tarefa ficou nas mãos do Estúdio Criativo da maisón e o resultado foi uma sequência de códigos da etiqueta em forma de looks de festa luxuosos, quase como uma ode à trajetória da casa: vestidos de tafetá cravejados de pedrarias, bordados e laços, longas capas, volumosas peças de tule e os clássicos conjuntos de tweed se enfileiraram na escadaria da Ópera Garnier!

Alexis Mabile transportou seus convidados para um cenário burlesco dos anos 1900, mais especificamente para uma noite de cabaré com direito à champanhe, show de Dita Von Teese e, é claro, looks trabalhados em uma paleta de cores fortes que remete a pedras preciosas.

No maior mood de “solte suas feras”, o designer colocou uma pantera negra no centro de sua coleção, estampando-a em vestidos e ornamentando acessórios de cabeça. O clima de festa também aparece nos pequenos detalhes, como nos enormes brincos que parecem um par de candelabros antigos e na bolsa de taça. Ao final, Dita surge dentro de uma taça para uma performance de encerramento que lembra sua participação no clipe de "Bejeweled", de Taylor Swift. Tim tim!

A alta-costura está longe de ser apenas sobre roupas para ser vestidas, mas é também uma semana para ver grandes obras em movimento. Assim como fez Iris Van Herpen no dia anterior, Stéphane Rolland, Charles de Vilmorim e Imane Ayissi seguiram a linha de uma moda com toques de surrealismo.

O primeiro exibiu uma performance dramática da modelo Coco Rocha, emoldurada em uma peça de flores brancas – que traz uma remota lembrança do look usado por Rihanna no Met Gala 2023. O segundo brinca com a ideia de uma "família feliz levemente disfuncional" em um asilo, retratada em uma apresentação repleta de looks contrastantes e descontruídos que beira o camp. Por fim, o estilista e dançarino camaronês Imane Ayissi misturou elementos do balé e da cultura africana em um colorido desfile de vestidos feitos com tecidos pesados, franjas, estampas geométricas e orgânicas e aplicações de fuxico.

Giorgio Armani Privé encerra o dia com mais um desfile em clima de festa, mas aqui os trajes são mais enxutos, com uma silhueta reta e alfaiataria sem exageros. Quem presenciou a vibe anos 20 de perto também ouviu o tilintar dos vestidos de cristais e com bordados de pérolas.

Mas a passagem dos conjuntos de cetim e matelassê não foram menos silenciosas, pelo contrário, gritavam glamour e ostentação com seus casaquetos de ombros e cinturas marcadas, calças fluidas, saias midi e macacões.