Semana de Moda de Paris: Balenciaga rouba a cena ao exibir looks de saco plástico no 3º dia de desfiles

Yuima Nakazato também entregou drama em performances ousadas que misturavam experiência sonora e sensorial usando os próprios detalhes das roupas. Já os looks dignos de tapete vermelho foram apresentados por Elie Saab e Zuhair Murad: a coleção dos estilistas, novamente, dão destaque ao minucioso trabalho manual. Veja os destaques do dia!

O duo Viktor & Rolf é mestre em brincar transformar o formato de peças clássicas e, dessa vez, não foi diferente: blazer, vestidos, calças e até os penteados ganharam formas geométricas. Os looks resgatam referências nonsense da coleção exibida em 1998, batizada de “Atomic Bomb”.

As ombreiras dos casacos apareceram triangulares e retangulares, enquanto os vestidos ganharam formas de cubos e cilindros. O mood pitoresco se seguiu na escolha das cores e estampas contrastantes e o penteado ondulado dos cabelos.

“Se eu tivesse um mundo só meu, tudo seria um absurdo. Nada seria o que é, porque tudo seria o que não é. E, ao contrário, o que é, não o seria.” É como se a frase de “Alice no País das Maravilhas” ecoasse até a passarela da Balenciaga, onde tudo apareceu “fora do lugar”: calças enroladas como um vestido ou top, blusas de moletom que formam um casaco, looks feitos com saco plástico ou cabelo sintético e os rostos quase sempre cobertos por camisetas ou máscaras de borboleta.

Demna Gvasalia fez o público (incluindo celebridades como Jojo Todynho, Katy Perry e Naomi Watts) repensar o lugar da moda — mais especificamente, o da alta-costura — com um desfile que prova que uma peça não exige somente os tradicionais trabalhos manuais e pode ser feita com materiais já existentes e técnicas como o upcycling.

O show foi encerrado com um look montado na hora do desfile, no corpo da modelo e só pôde ser usado uma única vez: o emaranhado de tecidos remete a uma das formas mais exploradas pelo fundador da casa, Cristóbal Balenciaga, a de um casulo — ou pupa, no caso das borboletas que dominaram a passarela da vez.

O clima festivo cheio de glamour tomou conta da passarela de Jean Paul Gaultier, que encerrou a rodada de desfiles. Designer convidado da temporada, Nicolas di Felice fez um recorte nos trabalhos mais sóbrios do estilista e fundador da etiqueta.

Na abertura, o corredor foi tomado por looks all black que cobriram o rosto das mulheres. Em entrevista à revista americana “WWD”, o costureiro explicou a escolha: “Você pode ser quem quiser em Paris... É por isso que as pessoas são anônimas no começo, eles estão todos escondidos”. Em seguida, modelos em vestidos semitransparentes, com pedrarias, bordados brilhantes e peplum drapeado, encerram a passarela.