Fazenda Sustentável

Por Gabriella Weiss — São Paulo

O mercado brasileiro de bioinsumos cresceu 15% em volume financeiro na safra 2023/24, alcançando R$ 5 bilhões em vendas, segundo levantamento da CropLife Brasil em parceria com a Blink. Esse valor considera o preço final pago pelos agricultores e representa uma taxa média de crescimento anual de 21% nos últimos três anos, quatro vezes superior à média global.

A indústria brasileira do setor de insumos tem investido acima de 3% de seu faturamento no segmento de biológicos, segundo a CropLife.

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No mercado global, espera-se alcançar um valor de US$ 45 bilhões até 2032, quase o triplo do atual, e um crescimento anual entre 13% e 14%.

A CropLife tem a expectativa de que a utilização de biológicos cresça em países da Europa e nos EUA, além de um possível protagonismo brasileiro na exportação de tecnologias para a agricultura tropical. "O Brasil tem sido um laboratório extremamente rico pela diversidade que temos, e se tornará uma plataforma de exportação, especialmente para países de clima tropical", pontuou Eduardo Leão, diretor-presidente da CropLife Brasil

No Brasil, o setor de bioinsumos já é considerado um dos mais importantes do mundo, com uma das maiores taxas de utilização de produtos biológicos. Segundo a CropLife, a proteção de cultivos, entre químicos e biológicos, cresceu 15% na safra 2022/23, enquanto a adoção de bioinsumos cresceu acima dos 35% na mesma área e representou uma participação total na safra de 12%.

Culturas

Os principais cultivos que fazem uso de biológicos no Brasil são a soja e o milho, com 55% e 27%, respectivamente. A cana-de-açúcar representa 12% e, de forma minoritária, seguem o algodão (2,3%), o café (3,7%), os citros (3,7%) e os hortifrutis (3,7%).

O principal ponto de barreira para a adoção dos produtos nas culturas minoritárias é o agricultor conhecer e adotar as soluções já existentes no campo, sem a necessidade obrigatória de desenvolvimento de produtos específicos para cada cultivo, avalia Renato Gomides, gerente administrativo e financeiro da CropLife. Para Leão, a adoção dos bioinsumos nas grandes culturas é uma tendência, sobretudo, brasileira. Em países da Europa, por exemplo, há uma concentração em cultivos menores e estufas.

A região Centro-Oeste lidera a utilização dos produtos, "o que era de se esperar, até pela participação que eles têm na produção da soja e do milho", explica Leão. O Mato Grosso se destaca como o maior consumidor de produtos biológicos agrícolas, com 33,4% do mercado, seguido por Goiás/Distrito Federal, com 13% e São Paulo, com 9%.

Dentro do segmento, os produtos de controle biológico, de combate a pragas e doenças, representam 57% do mercado, e a expectativa da organização é que essa tendência continue.

Desafios e oportunidades

A CropLife destaca como fatores de crescimento para o mercado a profissionalização e expansão da indústria, aumento da adoção entre os produtores, novas formulações e tecnologias e o manejo integrado, com a busca de combinação de soluções tecnológicas.

Entre os principais desafios para a expansão do setor de biológicos estão o preço dos commodities, um ano desafiador para a indústria, eventos climáticos e a regularização do maior nível de estoques, principalmente entre os revendedores.

O salto nos fretes internacionais "traz uma preocupação e um impacto de custo", especialmente pela base China das importações, segundo Gomides. No entanto, o gerente avalia que a indústria brasileira é bastante sazonal e, por isso, já está com muito produto no país para o início da safra para fornecer ao agricultor. Dessa forma, a CropLife espera que os efeitos sejam diluídos.

Leão defendeu, ainda, a criação de um marco regulatório específico para os bioinsumos, para que o setor não seja submetido às regras aprovadas no final de 2023 para os defensivos químicos.

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